Acidente com forro alerta para a situação de prédios do Comércio

Em meio ao emaranhado de fios elétricos que são vistos por todo o Centro Comercial de Belém, não é difícil encontrar casarões deteriorados pelo tempo. Em alguns casos, os prédios, visivelmente em desuso, já começam a ser encobertos por vegetação. Condição que desperta preocupação em quem circula pelo local, sobretudo após a ocorrência de mais um episódio de risco para lojistas e consumidores: no início da tarde de sexta-feira (24), parte do forro de uma loja desabou.

Localizada na rua 15 de Novembro, a loja Mercadão Auto Serviços amanheceu fechada no dia seguinte ao acidente. Na manhã de sábado, um aviso afixado na fachada do prédio informava que o local ficaria fechado para reforma e que abriria em breve. Segundo testemunhas, parte do teto caiu quando a loja estava em pleno funcionamento. Felizmente, todas as pessoas conseguiram
sair a tempo do local.

Apesar de ninguém ter se machucado, o caso gerou preocupação entre as pessoas que frequentam o comércio. O autônomo Miguel Cunha, 63 anos, estava presente quando o acidente aconteceu. Ele lembra que um homem percebeu que algo estava errado e avisou às demais pessoas. “O rapaz que deu o alerta. Ele saiu correndo e avisando que estava estalando tudo”, lembra. “Foi um susto muito grande. Todo mundo saiu correndo”.

O autônomo conta que ocorrências desse tipo não chegam a ser incomuns no comércio. “Outro dia caiu parte de outra loja aqui próximo”, recorda, ao considerar que fiscalizações costumam ser realizadas no centro comercial. “Fiscalização tem, mas esses prédios são muito antigos e com piso feito de madeira”.

CASARÕES

O empresário Paulo Medeiros, 32 anos, circula sempre pelo Comércio e estava passando em frente à loja quando houve a queda do forro. Na hora em que viu o carro do Corpo de Bombeiros no local e a correria das pessoas, logo desconfiou do que havia acontecido. “Esse é um tipo de coisa que acontece frequentemente aqui no Comércio”.

Se considerada apenas a fachada do prédio que abriga o Mercadão, a loja não aparentava sinais de deterioração. Condição bastante diferente de outros casarões espalhados pelas ruas do comércio. Na travessa Leão XIII, que liga as ruas João Alfredo e Gaspar Viana, a quantidade de prédios degradados chama a atenção. As fachadas da maioria deles já estão tomadas por matos e até mesmo árvores que começam a sair pelas janelas.

Diante de tal condição, o auxiliar portuário Wilson Ferreira, 50 anos, não esconde a preocupação. “É um risco. Deveriam cuidar melhor dos casarões do Comércio, com certeza”, considera, ao apontar que os problemas não se restringem aos prédios. “O sistema elétrico deveria ter mais atenção também. É por isso que de vez em quando a gente vê que pega fogo em algum prédio”.