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Conheça os famosinhos paraenses do Youtube

Se você é do tempo que criança costumava ficar em frente à televisão de olho nos desenhos animados dos programas infantis, saiba que essa época já deu “beijinho, beijinho, tchau, tchau” há algum tempo. Estamos em plena era dos youtubers mirins, com crianç

Se você é do tempo que criança costumava ficar em frente à televisão de olho nos desenhos animados dos programas infantis, saiba que essa época já deu “beijinho, beijinho, tchau, tchau” há algum tempo. Estamos em plena era dos youtubers mirins, com crianças e pré-adolescentes conectadas à internet e que, muito mais que assistir, ocupam seu próprio espaço com canais interativos, onde arrebanham milhares de seguidores da mesma faixa etária.

“O vídeo que eu mais tive visualização foi o do sorteio de uma fábrica de slime (espécie de geleia de modelar), foram 24 mil visualizações”, conta Laila Brandão, 10 anos, que criou o canal Lailocando no Youtube há dez meses e está prestes a alcançar 10 mil seguidores. “Eu acho ‘muy loco’. As pessoas me param na rua e dizem ‘oi, Laila! Eu vejo seus vídeos e acho muito legal”, conta sobre a fama que já começa a alcançar.


(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

A mãe da pequena blogueira digital, a publicitária Nádia Brandão é a responsável por produzir e editar os vídeos da filha, que insistia desde os seis anos de idade para ter o canal. “Ela começou a fazer no celular dela e me dava para postar e todo mundo achava engraçado, aí ano passado ela criou o canal dela”, conta.

“Ela tem parceria com a sorveteria daqui de perto, aí ela come horrores e tem que estar divulgando, em troca da publicidade. Com isso ela consegue trabalho de modelo, chamam pra peças teatrais, porque ela traz mídia”, completa a mãe aos risos.

Laila é apenas um exemplo. Criar canais de vídeos no YouTube e sonhar com o estrelato é muito comum. João Pedro Nascimento tem 9 anos e recém estreou na plataforma digital com o Mundo dos Games, onde divulga suas brincadeiras com jogos e habilidades com o slime. “Eu quero fazer para alegrar as pessoas. Eu vi o canal da Sara e quis fazer”, conta o menino.

Sara Tomasi é amiga de João Pedro na escola, também tem 9 anos, e criou o canal Sarinha Tomasi, com oito mil inscritos que se interessam por vídeos em que ela ensina a fazer desde flores com rolo de papel higiênico, até a compartilhar momentos de férias e escolhas de bonecas. “Tem vários colegas na minha sala que têm canais. Acho que tenho muitos seguidores porque meu canal é legal”, afirma.

Quanto mais seguidores e visualizações, mais recompensas esses jovens recebem. A mídia diferente gera uma espécie de propaganda de criança para criança. Para uma empresa de brinquedo, dar uma boneca para uma blogueira digital mostrar e arrebatar “likes”, por exemplo, é um “negócio da China”. Os pais sabem disso e, em Belém, de olho nesse potencial, já existe até a Associação dos Youtubers Mirins Paraenses, com 13 crianças e adolescentes entre 7 e 13 anos.

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

GRUPO

Fabiana Tomasi, mãe da Sara, é a administradora do grupo que tem contrato com várias empresas interessadas em ter seus produtos e marcas associados a essas crianças. “Pra você ter uma ideia, vamos organizar este mês a Noite do Pijama, em uma casa de eventos. Tudo é patrocinado, desde o local, as roupas, os brinquedos”, explica.

Fabiana diz que incentivou a filha a criar um canal. “Mas como eu agora assumi o grupo, estou mais focada no coletivo. Cada um deles faz o que gosta nos canais”, explica. Segundo a administradora, a associação está fechada para novos membros, por causa dos contratos já fechados.

Incentivar os filhos Youtubers a gravarem os vídeos e vê-los se tornarem pequenas celebridades também exige cuidados. A psicóloga clínica Laura Amaral destaca que é preciso, acima de tudo, respeitar o momento desses jovens.

“Precisa ser identificado se esse desejo de atuar nesse espaço parte realmente da criança ou dos pais. A partir do momento que parte da criança, precisa ser avaliada a questão da responsabilidade. Há a necessidade de se preservar a infância e não necessariamente ter uma agenda excessiva”, avalia.

“Tem que saber lidar com as críticas e elogios. É preciso acompanhar”, observa, com um alerta também para o anseio em ter um maior número de seguidores, visualizações e curtidas. “Precisa trabalhar tanto o sentimento de expectativa, saber se não está sendo um comportamento excessivo de preocupação com essas curtidas, lidar com a frustração e com o sucesso”.

A publicitária Danuta Leão desenvolve uma tese de doutorado com o tema ‘Youtuber mirim e o consumo infantil’ e tem opinião parecida com a da psicóloga. “É um reflexo da nossa sociedade, extremamente consumista. Nem todos vão conseguir ser uma Larissa Manoela, aí vem a frustração. Os pais precisam saber lidar com isso”, avalia.


(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

sucesso NA INTERNET

Na semana passada, Gretchen, a Rainha dos Memes e da internet, comemorou o alcance de um milhão de seguidores no Instagram e ostenta 237 mil inscritos no YouTube, marca louvável para uma celebridade que já gravou clipe até com a cantora Katy Perry.

Mas nada que faça inveja para a maior Youtuber mirim do Pará, Maria Eduarda Guedes, 12 anos, que tem o canal Duda Guedes há quatro anos e tem 1,128 milhão de inscritos.

A exposição da rotina em um dos vídeos rendeu 3,7 milhões de visualizações, só para se ter uma ideia do poder de alcance da menina. No bate-papo a seguir, Duda e o pai, o publicitário Durban Guedes, 38 anos, falam sobre a rotina de celebridade da internet.

DUDA GUEDES

P Como começou o canal?

R Eu tinha 8 anos, comecei a assistir vídeo no YouTube e achei muito legal. Comecei a gravar uns vídeos com a tia Brunna, que é a namorada do meu pai, depois tive que fazer o mais difícil, convencer meu pai a deixar eu criar um canal, mas não foi fácil, até que pedi pra ele meu canal de presente de aniversário, acho que ele se comoveu e deixou!

P E o segredo para ter tantos seguidores?

R Os seguidores vieram naturalmente, com o tempo nem eu conseguia acreditar no número de pessoas que me assistia.

P Qual a dica para quem quer seguir esse caminho?

R Acho que a melhor dica é ser honesta e verdadeira, ser você mesmo, gravar um conteúdo que você goste e transmita essa alegria.

P Como é ser famosa?

R Acho que o maior privilégio é entrar na casa de várias pessoas através dos meus vídeos, essas outras coisas são consequências de um trabalho duro de toda a equipe do canal Duda Guedes.

P Você é muito assediada?

R Sou sim, bastante por sinal, eu demorei a me acostumar com isso, sou muito tímida, mas hoje acho que consigo encontrar as pessoas na rua sem mais tanta timidez.

DURBAN GUEDES

P Como é ser pai de uma Youtuber famosa?

R No início foi bem preocupante. Por ser algo novo, tem a preocupação principal, que é a segurança dela, mas no resto já estamos acostumados.

P Como administra o canal?

R Administrar hoje pra mim passa basicamente em não deixar pessoas se aproveitarem dela e de tudo isso que foi conquistado. Eu e a Brunna temos trabalhado por trás de tudo isso com ela, tanto tecnicamente quanto na orientação, mas, com o passar do tempo e a proporção que tudo isso tomou, temos uma agência que trabalha com a gente e cuida de toda essa parte da imagem da Duda, e algumas outras pessoas que trabalham na engrenagem.

P Ganha dinheiro com isso?

R Acho importante falar sobre isso. Uma criança de 8 ou 12 anos, como ela tem hoje, se diverte gravando vídeos e leva uma vida totalmente normal. Os vídeos da Duda entram como lazer, ela ama gravar os vídeos. O trabalho por trás de tudo isso é feito por adultos, e ninguém por aí trabalha de graça, então uma parte de todo rendimento financeiro que entra precisa fazer a engrenagem continuar crescendo e uma outra parte é investida na Duda.

P Quais os prós e os contras?

R O lado bom é ver a felicidade dela, suas realizações, junto com seu crescimento social que foi fantástico. Já o lado ruim, que é o lado preocupante, na verdade, passa por pensar integralmente na segurança dela, que aumenta em relação a outra criança que não grava vídeos.

(Luiz Octávio Lucas/Diário do Pará)

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