Cartazes com prints de conversas de membros de um aplicativo de mensagens instantâneas foram espalhados nas paredes do campus da Universidade Estadual do Pará (Uepa) na tarde desta quinta-feira (16) da travessa Djalma Dutra, bairro Telégrafo, em Belém.
Cartaz mostra perfis de alguns dos autores das mensagens e afirma que são alunos do curso de Geografia da instituição (Foto: Reprodução/Whatsapp)
A denúncia foi feita por uma das estudantes da universidade, que pediu para ter a identidade preservada. Ela contou ao DOL que os cartazes foram espalhados após o feriado desta quarta-feira, que mostram várias conversas de membros de um grupo intitulado “Grupo dos Amigos” com discursos machistas e alguns com incitação ao estupro. O material divulgado afirma ainda que os envolvidos são alunos do curso de Geografia.
“Toda mulher merece uma pir*cada, não importa se ela é feia ou bonita”, diz um dos participantes nas mensagens. “Pra mim a única que não merece é a *** da turma da manhã. Essa p*rra é muito feia e chata. O pior dos dois mundos”, responde outro.
Mensagens destacadas em conjunto com o perfil de quem seria o autor das mensagens (Foto: Reprodução/Whatsapp)
Entre os conteúdos destacados estão mensagens datadas de 21 de maio deste ano, a exemplo do momento em que um dos participantes dispara avaliações com conotação sexual a respeito de uma moça e é seguido de um, “ela é flexível; mais um ponto [para ela]”.
Nenhum boletim de ocorrência foi registrado. Todos os cartazes foram removidos do campus e, segundo uma das alunas, “ninguém mais tocou no assunto”.
É válido lembrar que recentemente foi divulgado pelo DOL o caso de integrantes de um grupo de aplicativo de mensagens que combinam um estupro de alunas da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Ao todo, 15 alunas são citadas e algumas tiveram suas fotos divulgadas em meio às mensagens de teor machista e de incitação ao estupro. Atualmente, 8 das 15 moças citadas decidiram registrar um boletim de ocorrência. O caso tomou repercussão nacional e segue em investigação pela Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT).
Outros cartazes mostram perfis dos membros e as mensagens que teriam dito no grupo (Foto: Reprodução/Whatsapp)
UEPA INVESTIGA
O Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) informou na manhã desta sexta-feira (17), por meio de nota, que está ciente do caso e que está em andamento um processo interno para investigar a conduta dos alunos expostos nos cartazes “e, como todos os processos administrativos da Instituição, segue em sigilo”.
Reiterou que “repudia quaisquer atitudes machistas e discriminatórias em sua comunidade acadêmica” e que tem realizado campanhas educativas “para combater e conscientizar acerca de práticas que agridam os direitos das mulheres”.
Veja outras fotos abaixo:
(DOL)
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