Tremores de terra são consideráveis raros e 'leves' na Amazônia

No início da manhã desta quarta-feira (18), um microterremoto assustou os moradoes da cidade de Baião, localizada a 650 km de Belém. Segundo moradores, não foi a primeira vez que a terra tremeu na região.

O evento ocorreu às 6h56 da manhã e foi estimado com magnitude 2.7 na escala Richter. “Tremores pequenos não são incomuns no Brasil e são causadas por forças tectônicas agindo na crosta terrestre. No estado do Pará já foram registrados nove eventos no ano 2018”, informou Marcos Ferreira, geofísico do Serviço Geológico do Brasil.

• Tremor de terra volta a assustar moradores de Baião

De acordo com o professor da faculdade de geofísica da Universidade Federal do Pará, embora os terremotos estejam mais associados às extremidades das placas tectônicas, podem ocorrer em qualquer região. Isso porque “a tensão sobre as placas se distribui por elas e existe mesmo no centro. De modo que os tremores, em geral, podem ser aleatórios, mas se ocorrem várias vezes numa mesma região é provável que haja nas proximidades alguma fissura ou falha geológica importante, o que pode favorecer novos tremores. Na Amazônia, em geral, tremores são raros e ‘leves’”, detalhou.

No Pólo da UFPA no município de Baião, o tremor foi sentido na região, mas nenhum problema estrutural foi notado dentro da universidade, disse o coordenador do campus, Doriedson Rodrigues.

Em Belém, o aparelho de sismologia, que pertence ao instituto de Geologia da UFPA, é usado somente para fins didáticos, por isso não estava ligado no momento do tremor, logo não registrou nenhum dado sobre o fenômeno.

LENDA

Jéssica Tocantins, que vive em Baião, contou que não percebeu nenhuma alteração, mas ouviu relatos de outros moradores, especialmente via redes sociais. “O terremoto de hoje é uma preocupação para todos nós baionenses, não sabemos os motivos que causam esse fenômeno e brincamos com suposições folclóricas de ‘cobra grande’”.

A lenda da cobra grande é famosa na região Amazônica, especialmente no Pará. E afirma que uma cobra de tamanho colossal vive no subsolo de algumas regiões e é alimentada por clérigos ou moradores por poços ou buracos, de tal modo que se ela se mover poderia causar um terremoto tão forte que destruiria cidades.

(Com informações da UFPA)