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Venezuelanos estão cada vez mais frequentes em Belém

Auxiliados por dizeres escritos em cartazes improvisados em papelão, refugiados venezuelanos são vistos com cada vez mais frequência pelas ruas de Belém. Muitas vezes acompanhados pelos filhos, homens e mulheres tentam dar continuidade à vida em meio à ba

Auxiliados por dizeres escritos em cartazes improvisados em papelão, refugiados venezuelanos são vistos com cada vez mais frequência pelas ruas de Belém. Muitas vezes acompanhados pelos filhos, homens e mulheres tentam dar continuidade à vida em meio à barreira do idioma e às dificuldades econômicas. Só na capital, são 200 refugiados vindos daquele País.

Ainda se habituando ao português, a venezuelana Maria – ela se identifica apenas pelo primeiro nome -, conta com a solidariedade dos paraenses para garantir dormida e comida para ela e os dois filhos. Todos os dias desde que chegou a Belém, há três meses, ela sai às ruas para pedir por contribuições financeiras nas praças e sinais. “Um dia que não trabalha, não come”, diz.

Sem conseguir se expressar em português, Maria explica em sua língua local e com gestos que a família não está alojada em um abrigo. Com as mãos, indica que o local disponibilizado seria muito distante da Praça da República, onde passa a maior parte do dia. Ela também indica que o abrigo está muito lotado. “Tem muita criança”, diz em sua língua, o espanhol.

Como alternativa, Maria dorme com a família em uma pensão instalada às proximidades da Praça. Paga R$30 de diária. Recurso que depende exclusivamente da contribuição deixada pelas pessoas no pote de margarina que ela mantém nas mãos. Quando questionada sobre o que mais têm necessidade em Belém, Maria é direta. “Tudo precisa. 12h vai embora (da Praça da República). Se não tem dinheiro, dorme na rua”. Mesmo diante da situação de total precariedade, Maria deixa claro que a condição vivenciada na Venezuela é ainda mais adversa. “Melhor aqui!”.

ALIMENTOS

Com placas de papelão escritas em português, o casal Carmem e Loir informava a quem passava que são venezuelanos da etnia indígena warao. Os dois se mantém sentados em uma calçada da avenida Pedro Miranda, bairro da Pedreira. Mesmo com dificuldade para entender o português, eles conseguiram explicar que estão em Belém há 4 meses e que moram em um abrigo.

Também dependem das doações das pessoas que passam para conseguir comer e se vestir. Loir explica que, do dinheiro recebido através de doações, eles compram frango e coca-cola para se alimentar. “Não hay trabalho”, explica, mesclando o espanhol e o português. Quando questionados se possuíam filhos, o casal informou através de gestos com os dedos que tem duas crianças.

Apesar disso, diferente do que se vê em outros casos, o casal pedia ajuda às pessoas na rua sem a presença das crianças. Quando questionada se os paraenses costumavam ajudar, através da doação de moedas e pequenos valores, Carmem disse que não. “Não muito. Muy malo”.

MPF quer soluções para abrigo de imigrantes

O Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República no Pará Felipe de Moura Palha e Silva, quer soluções do Estado para o apoio da população que veio da Venezuela até o Estado. Segundo o MPF, existem hoje, em Belém, 200 índios venezuelanos como refugiados.

No Brasil, o número de imigrantes daquele país já passa de 40 mil. Após medidas iniciadas em setembro do ano passado, agora o MPF aguarda uma resposta da Prefeitura Municipal, para que a gestão se posicione a respeito da cooperação que está sendo montada em parceria com os governos do Estado e Federal.

Em 2017, o Ministério Público Federal expediu diversas recomendações para órgãos da esfera federal, estadual e municipal sobre o caso, e recebeu resposta positiva do Ministério do Desenvolvimento Social, que autorizou a liberação de recursos para ações voltadas à proteção da população de refugiados. Antes disso, o MPF também já tinha entrado com uma ação civil público cobrando soluções e auxílio ao povo venezuelano, para que fossem retirados das ruas da capital e levados para abrigos.

Foi criado o Projeto “Kuarika Nakuri”, que significa ‘Vamos em Frente’ na língua warao, com a colaboração dos próprios indígenas, após a criação de uma comissão interinstitucional requisitada pelo MPF. O Grupo de Trabalho de Educação foi coordenado pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio do Núcleo de Formação Indígena (Nufi).

De acordo com o procurador falta agora somente a posição da prefeitura no acordo interinstitucional. “O grande entrave hoje é que a prefeitura ainda não avalizou a proposta. Os demais participantes já assinalaram positivamente para este caso”, disse.

PARA ENTENDER A IMIGRAÇÃO

Em 2017, quase 18 mil venezuelanos pediram refúgio ao Brasil devido à crise político-econômica no país vizinho. Segundo dados do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), o número de solicitações foi cinco vezes maior que o registrado em 2016, quando

3.354 venezuelanos requisitaram refúgio.

Simpósio discute acolhimento de refugiados no Estado

A Rede de Capacitação a Refugiados e Migrantes realiza, no dia 25 de julho, em Belém, o Simpósio “Refugiados e Migrantes no Pará: como acolher e integrar?”. O encontro, com inscrições gratuitas e aberto ao público, vai contar com a participação de integrantes de comitês de refugiados e migrantes; comitês de acolhida; grupos de trabalho sobre empregabilidade; gestores e equipes de abrigos; servidores públicos; organizações da sociedade civil envolvidas no acolhimento, no abrigamento e na integração de refugiados e migrantes; jornalistas e estudantes.

O debate busca fomentar a discussão em torno da necessidade de se estabelecer uma política local de integração para refugiados e migrantes e capacitar os atores envolvidos no acolhimento, integração e interiorização de refugiados e migrantes no Brasil. Os interessados podem se inscrever até às 12h do dia 20 de julho pelo link “Inscrição e Resultados” do endereço http://escola.mpu.mp.br. Estão sendo disponibilizadas 75 vagas e a seleção é por sorteio eletrônico.

O Simpósio “Refugiados e Migrantes no Pará: como acolher e integrar?” vai acontecer no auditório da Escola de Governança do Estado do Pará (Av. Nazaré, 871, Bairro Nazaré, Belém), na manhã do dia 25 de julho, a partir das 9h.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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