Obras na João Paulo II atrapalham vida de moradores

O sonho da casa própria para 460 famílias tem se tornado um pesadelo. Entregue há três anos, o condomínio Ideal BR, no bairro Guanabara estava localizado às margens da rua Pedreirinha, em Belém. Mas, com o avançar das obras de prolongamento da avenida João Paulo II, a via foi extinta, dando espaço à nova construção. Resultado: a acessibilidade da população que ali reside tem ficado cada dia mais complicada.

Atualmente, no local não passa ônibus e a previsão é que a entrada e saída do residencial sejam feitas por caminhos opostos. As vias que dão acesso ao condomínio é a Ricardo Borges e Tancredo Neves. “É uma loucura termos de dar uma volta de 3km para entrar em casa, sendo que, temos uma pista nova, que teoricamente, melhoraria a vida da população”, explica a assistente social Mônica Silva, 43 anos.

Para quem não tem carro próprio a situação piora. Na reta final da gestação, a contadora Carol Vale, de 30, leva cerca de 20 minutos andando para chegar até à parada de ônibus mais próxima. "Eu tenho de andar até o viaduto, atravessar e depois continuar andando”, lamenta. O ponto fica na frente de uma Universidade particular.

A distância e a falta de acessibilidade, também pesam no orçamento financeiro da família. O marido da Carol gasta, em média, R$16 por dia, para ir e voltar do trabalho. “O mototaxista cobra R$4 até a BR-316 e mais a passagem de ônibus”, reclama.

O funcionário público Ezequias de Lima, 44, critica o andamento da obra. “Infelizmente, estão tirando o nosso direito de ir e vir. E não é apenas do condomínio, mas de toda uma população que mora atrás dele”, lembra. Seguindo na Pedreirinha, há escolas, creches, e a comunidade do Guanabara, ele cita.

ADIAMENTOS

O prolongamento da avenida João Paulo II, inicialmente estava previsto para ser concluído em novembro de 2014, mas o trabalho passou por sucessivos adiamentos, sendo o último prazo estipulado para dezembro do ano passado. Entretanto, os trabalhos continuam sem previsão de término. As obras têm um custo total de R$ 300 milhões. A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado, mas até o fechamento desta edição não teve resposta.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)