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GERSON NOGUEIRA

Leia na coluna de Gerson Nogueira: O futebol e seus imprevistos

Sei que individualizar responsabilidades pode parecer algo perverso, mas custo a crer que o Brasil não tenha volantes mais qualificados que Fernandinho. De cara, vem à cabeça a lembrança do ex-gremista Artur, um jogador que domina tão bem aquela faixa do

Sei que individualizar responsabilidades pode parecer algo perverso, mas custo a crer que o Brasil não tenha volantes mais qualificados que Fernandinho. De cara, vem à cabeça a lembrança do ex-gremista Artur, um jogador que domina tão bem aquela faixa do campo que às vezes passa a impressão de ser um meia-armador clássico.

Contra a Bélgica, na sexta-feira, o Brasil jogou razoavelmente bem, tocando a bola e tentando impor seu jogo de infiltrações na área. Acabou, porém, vitimado por um erro crasso de posicionamento e atitude no primeiro gol, aos 14 minutos, que acabaria criando as condições para o segundo 16 minutos depois.

No lance fatídico, quem estava na bola desviando para as próprias redes era justamente Fernandinho. Remanescente daquela trágica semifinal em Belo Horizonte há quatro anos, quando contribuiu de maneira decisiva para três dos sete gols alemães, o volante foi guindado à condição de jogador precioso para Tite e sua comissão técnica. Desconfio que nem o próprio Fernandinho imaginava que mereceria tal oportunidade.

O gol de abertura mudou por completo os rumos da partida de sexta-feira, em Kazan. O que era um embate equilibrado até aquele momento acabou se tornando uma batalha insana para o Brasil em busca de um gol salvador. E o time havia iniciado bem, perdendo duas grandes chances para abrir o placar e botando uma bola na trave de Courtois.

É claro que o erro não foi proposital, mas fica patente o fato de que alguns jogadores trazem consigo o peso de jornadas passadas. Além da infeliz participação no primeiro gol belga, Fernandinho mostrou-se improdutivo e incapaz de acompanhar a movimentação dos atacantes adversários.

No contra-ataque que gerou o segundo tento, de De Bruyne, o volante inexplicavelmente chegou a abrir passagem para Lukaku. O correto àquela altura seria parar a jogada, com falta ou desarme, a fim de evitar a progressão do atacante. Detalhes e imprevistos podem determinar a diferença entre êxito e fracasso no futebol.

Apesar da desastrosa atuação de Fernandinho, Tite o manteve no meio, abrindo mão de ajustar o setor com o aproveitamento de Marquinhos. Viu ainda a opção por Marcelo se mostrar inócua, pois ele subia e esquecia de voltar, deixando três belgas livres para manobrar às suas costas.

Muito mais que os desacertos com Fernandinho ou Marcelo, é preciso contabilizar também a demora de Tite em reagir a um estado geral de insegurança. Por alguns momentos, após a Bélgica fazer 2 a 0, cheguei a temer por uma goleada, recordando a inércia de Felipão em 2014. Não que o Brasil jogasse mal, mas porque se defendia precariamente.

O cenário exigia mudança imediata para quebrar a tranquilidade que a Bélgica passou a ter. Douglas Costa e Firmino deveriam ter sido lançados ainda na primeira etapa, obrigando o adversário a se reposicionar e entender que o Brasil estava mesmo disposto a mudar o ritmo da prosa.

Os dois atacantes acabaram entrando, mas após o intervalo, o que deu a Roberto Martinez a folga necessária para fazer seu time se estabilizar no jogo, explorando o desassossego dos principais jogadores do Brasil.

Não se trata de desmerecer a justa vitória belga, mas é necessário observar o quanto a Seleção Brasileira contribuiu para o desfecho final. O embate físico, tão temido às vésperas do confronto, teve influência relativa. O revés se consumou pelas debilidades defensivas e o baixo aproveitamento do ataque, que teve em Coutinho uma figura decepcionante.

A lamentar o fato de o Brasil sai de mais uma Copa na qual tinha plenas condições de brigar pelo título, com vários bichos-papões fora de combate.

Força defensiva põe em evidência Thiago e Miranda

Uma ironia da eliminação brasileira na Copa da Rússia é que poucas vezes na era moderna a Seleção se mostrou tão dedicada à marcação, tornando sua defesa uma das mais elogiadas do torneio.

Por tabela, Thiago Silva e Miranda se mostraram quase perfeitos nas antecipações e no jogo aéreo, com exceção da estreia contra a Suíça.

Diante da Bélgica, os gols sofridos não podem ser debitados na conta da dupla, que cumpriu seu papel e evitou uma decepção maior.

Empate pode ser bom negócio para o Leão

O Remo tem hoje a missão de arrancar pelo menos um empate no Recife contra o Santa Cruz. No perde-ganha que caracteriza a Série C, o time pernambucano tem se mostrado menos atrapalhado que o Leão e se mantém fora da zona do rebaixamento.

Conquistar um ponto pode ser um negócio interessante para o Remo, que tem 11 pontos e tem que conquistar mais 11 para se livrar da degola. Como tem três jogos a cumprir em casa – contra ABC, Botafogo e Náutico –, fica com a obrigação de vencer todos e buscar dois pontos como visitante.

As ausências de Ruan e Gabriel Lima, lesionados, forçaram mudança no ataque, que terá Elielton ao lado de Isac. Sem Everton, o meio-campo vai depender da criatividade de Rodriguinho para explorar os contra-ataques.

O Remo deverá adotar um sistema mais fechado, com três volantes, a fim de obter o resultado que lhe interessa. Só não pode cometer o pecado de ficar exclusivamente esperando.

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