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Por vários motivos, paraenses preferem as motos. Veja!

Ainda que o objetivo seja se locomover até o trabalho, a viagem costuma ser um passeio. Em cima da motocicleta e com o capacete protegendo a cabeça, os pensamentos ficam mais concentrados no percurso. Para o engenheiro civil Carlos Altman, 53 anos, a moto

Ainda que o objetivo seja se locomover até o trabalho, a viagem costuma ser um passeio. Em cima da motocicleta e com o capacete protegendo a cabeça, os pensamentos ficam mais concentrados no percurso. Para o engenheiro civil Carlos Altman, 53 anos, a moto é mais do que um simples instrumento de locomoção. “Meio de transporte para mim é o carro. Moto é curtição”.
A preferência destacada por Carlos é compartilhada por muitos moradores do Pará, considerando que 99% dos municípios paraenses têm mais motocicletas do que carros, segundo estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

No caso de Carlos, o apego às motocicletas começou a se manifestar desde muito cedo. Aos 20 anos ele teve a sua primeira moto e, desde então, o veículo está presente de várias maneiras em sua vida. “Teve uma fase em que eu usei a moto no dia a dia mesmo. Em outras eu usei mais para passeio e há 10 anos eu entrei no Abutre’s. A partir daí a vida de motociclística se intensificou mais ainda”.

Fundado em 1989, o Abutre’s Moto Clube reúne apaixonados por motos em todo o Brasil. No do Pará, Carlos é conhecido pelo codinome ‘padre’. Ele conta que, além do gosto pela motocicleta, no moto clube os membros compartilham a consciência de se manter uma conduta segura. “O Abutre’s disciplina muito o uso da motocicleta, pelo comportamento no trânsito e na estrada e pelo uso de equipamentos de segurança”, explica. “Os meus dois filhos, um de 22 e o outro de 18 anos, cresceram nesse meio e hoje também fazem parte do moto clube”.

Entre as atividades do grupo está a promoção de viagens sobre ruas rodas, normalmente para participar de eventos relacionados ao tema. Porém, a que marca a memória de Carlos foi uma que ele realizou sozinho. “Eu adquiri um triciclo em São Paulo, peguei a estrada e vim para Belém”, lembra. “Foi uma viagem muito bacana porque era apenas eu e o capacete. Nesse percurso eu pude refletir sobre tanta coisa...”.

Diretor nacional da Abutre’s Moto Clube Brasil no Pará, Imar Queiroz, 53, explica que o clube preza pela cultura do motociclismo. “É um estilo de vida que a gente escolhe e que é baseado na liberdade, na aventura”.

Ao longo dos mais de 35 anos de motociclismo, Imar já percorreu praticamente todo o Pará e quase todo o Brasil sobre duas rodas. Entre os destinos mais distantes, ele lembra do Rio Grande do Sul. “Vamos parando, apreciando as belezas naturais e seguimos sempre em grupos”, conta. “Geralmente, quando viajamos, agregamos a algum evento motociclístico que está acontecendo fora do Estado”.

TRABALHO

A necessidade por melhores condições de trafegabilidade e de consciência por parte dos condutores é percebida também por quem utiliza a motocicleta como ferramenta de trabalho. Mototaxista pela manhã e entregador de pizza no período da noite, Cleberson de Lima, 34, vivencia no dia a dia os perigos ocasionados pela falta de organização nas vias da capital paraense. “O trânsito em Belém é caótico, muito complicado de conduzir”, considera. “As ruas são muito esburacadas e ninguém respeita ninguém”.

Para que a própria segurança seja garantida, Cleberson conta que dirige com atenção redobrada na cidade, principalmente durante o dia. Ainda assim, ele não fica imune aos riscos. “Ontem (terça-feira) eu fui fazer uma entrega e um passageiro de um carro abriu a porta de repente, sem olhar. Eu tive que desviar e quase caio”.

Para o técnico em enfermagem Raimundo Nonato, 53, a opção pelo veículo atendeu a questões mais práticas. Tanto quando se considera o volume de gasolina necessário, quanto a manutenção preventiva do veículo, a moto sai na vantagem. “O custo benefício foi o que me fez optar pela moto, ao invés do carro”.
Conduzindo a motocicleta já por dois anos, Raimundo consegue separar bem as vantagens e desvantagens do veículo. “A moto é mais ágil e econômica, mas a desvantagem é que no nosso período de chuva, a gente fica mais limitado”, diz.

Há cinco anos conduzindo motocicleta

O maior risco proporcionado pelas motos – em decorrência de suas próprias características – chegou a preocupar a família da cabeleireira Vanessa Costa, 29, quando ela decidiu que iria se locomover pela cidade sobre duas rodas. Passados cinco anos de condução, os familiares já se mantêm mais tranquilos, mas Vanessa não esconde que é preciso redobrar a atenção. “A gente tem que dirigir tentando prever o que o carro do lado vai fazer. Graças a Deus eu nunca me acidentei”.

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

A escolha de Vanessa pela moto até foi considerada a partir da agilidade que o veículo proporciona, mas a decisão mesmo atendeu a outro motivo. “Eu gosto de moto, sempre gostei. No início a família tentou convencer, mas não teve jeito. Carro não é para mim”.

É preciso medidas para atender a demanda

Diante de uma frota crescente de motocicletas e do risco de maior gravidade em casos de acidente, não é difícil imaginar que o trânsito precisa ser trabalhado para atender a essa demanda. Especialista em Trânsito e Transporte Público e professora da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (UFPA), Patrícia Bittencourt aponta que, quando se pensa em mobilidade urbana, o ideal seria priorizar o transporte público em detrimento dos veículos particulares, incluindo motos e automóveis.

De qualquer maneira, quando se percebe que já há um crescimento acelerado no número de veículos particulares, é preciso adotar medidas que minimizem o impacto. “Já que o problema existe, a gestão tem que focar nesse modo e adotar ações que dê mais segurança ao motociclista”, destaca. “Para começar, é preciso intensificar a fiscalização que ainda é muito deficitária. É muito comum vermos pessoas conduzindo motos sem capacete em alguns bairros de Belém”.

PROTEÇÃO

Em outro campo, Patrícia aponta exemplos de gestão do trânsito que visam promover maior proteção aos condutores de motos. “Em São Paulo houve uma experiência com a adoção de faixas exclusivas para motociclistas. Foi adotada também a redução da velocidade em algumas vias e a proibição de circulação de motocicletas na pista central da marginal Tietê”, exemplifica. “São ações que precisam ser definidas de acordo com as características de cada cidade. É preciso se debruçar sobre o problema e buscar alternativas para melhor segurança dos motociclistas”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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