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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quinta-feira, 28: Estratégia e objetividade

Muita gente reclamou da maneira cadenciada, aparentemente lenta, com que o Brasil se comportou em grande parte do jogo contra a Sérvia. Pois foi a atitude mais cerebral de Tite ao longo desta Copa. Orientou seus jogadores para contrariarem o ritmo preferi

Muita gente reclamou da maneira cadenciada, aparentemente lenta, com que o Brasil se comportou em grande parte do jogo contra a Sérvia. Pois foi a atitude mais cerebral de Tite ao longo desta Copa. Orientou seus jogadores para contrariarem o ritmo preferido pelo adversário. Mais ou menos assim: se eles gostam de polka, nós vamos de samba ou marcha-rancho. Deu certo.

Os sérvios, acostumados a atuar com força e velocidade, ficaram claramente desconcertados com o retardamento de jogadas por parte dos brasileiros. O rodízio de toques curtos na defesa e no meio desorientou a programação do time europeu.

As únicas brechas deixadas ao gosto dos sérvios ocorriam nos escanteios, mas a defesa brasileira mostrou-se bem ensaiada e atenta. Até mesmo o goleiro, que falhou ao não sair da meta no lance do gol da Suíça na estreia, estava ligadíssimo, socando todas as bolas que caíam na pequena área.

Destaco essa estratégia simples e certeira porque é reveladora de apuro e observação por parte da comissão técnica. Nada de sapatinho alto, como a bobagem de pensar que o país pentacampeão não deve se preocupar com adversários.

Neymar, motivo de preocupação pelo excesso de tombos e reclamações, exibiu-se como um jogador de seu nível deve fazer. Chamou a responsabilidade quanto a situação apertava, voltou para buscar bola junto à linha de meio-campo e inverteu expectativas ao funcionar muitas vezes como arco ao invés do costumeiro papel de flecha.

Graças a essa postura, o Brasil desfrutou pela primeira vez no Mundial de um jogo mais bem distribuído entre zaga, meio e ataque, envolvendo todos os jogadores, inclusive o contestado Fagner e o suplente Felipe Luís, que entrou muitíssimo bem na vaga de Marcelo.

É claro que alguns problemas persistem e preocupam. Há um espaço a ser preenchido no meio, por onde Paulinho transita e que Tite decidiu ocupar lançando Renato Augusto no segundo tempo.

Casemiro tem jogado excessivamente só, sobrecarregado na tarefa de combater até três adversários em velocidade. Fernandinho entrou depois, deu uma ajuda, mas não é obviamente uma peça para se desejar como titular da equipe.

Outra situação incômoda envolve o centro do ataque, onde Gabriel Jesus sofre bastante contra defesas de porte avantajado. Ontem, diante de zagueiros de quase 2m de altura, não conseguiu jogar. Já havia sido assim diante da Suíça. Roberto Firmino pede passagem, até porque a tendência é que as batalhas dentro da área fiquem ainda mais encarniçadas e físicas.

Apesar disso, cabe reconhecer que a Seleção teve um rendimento superior aos dos primeiros jogos, sinalizando evolução tática e técnica. Não se pode esperar que reedite o mesmo encaixe vitorioso das Eliminatórias, mas é possível sonhar com agilidade e dinamismo na estrutura ofensiva, onde está indiscutivelmente o ponto alto da equipe.

Caso Tite consiga ajustar os pontos nebulosos e os desfalques não se ampliem além da conta, o Brasil tem qualidade para superar o México e ir longe na competição. Outra coisa: sabemos que Neymar é importantíssimo, mas Coutinho, como observei aqui outras vezes, confirma a cada jogo a condição de protagonista e motor da engrenagem.

Sem desculpas, Löw assume erros pelo vexame

A diferença de comportamento dos técnicos europeus em relação aos colegas de outros continentes ficou mais uma vez evidenciada na entrevista do alemão Joachim Löw depois da histórica eliminação na primeira fase da Copa do Mundo.

Sem enrolar ou partir para argumentos aleatórios, culpando fatores externos ou mesmo distração de seus jogadores, Löw foi na ferida. Disse que a Alemanha não fez por merecer a classificação por uma razão simples: nunca nesta Copa conseguiu liderar o placar e ditar seu plano de jogo.

Faltou dinâmica no último terço do campo e aplicação maior no meio-de-campo. Por isso, na fatídica atuação de ontem frente à Coreia do Sul, seus comandados pouco incomodaram o bom goleiro Jo Hyeon-Woo, que acabou eleito o melhor em campo pela Fifa.

Longe do discurso normalmente maneiroso e cheio de desculpas esfarrapadas, Löw assumiu a responsabilidade por não conseguir fazer seu time jogar em alto nível na Copa. De quebra, parabenizou as seleções que se classificaram às oitavas.

Enfim, nada está perdido. O alemão mostrou que o futebol, mesmo nos momentos mais amargos, ainda comporta atitudes de primeira linha.

Leão muda de novo em busca da batida perfeita

Para o jogo decisivo de amanhã (Mangueirão, 21h45) contra a Juazeirense, o Remo terá um novo técnico, João Neto, e um time modificado em relação ao que perdeu para o Globo no último domingo. Como todas as partidas a partir de agora, o confronto impõe a necessidade de vitória.

O Remo fará quatro partidas em casa e três fora. Precisa marcar pelo menos 14 pontos para escapar ao risco estatístico de rebaixamento. Nos últimos dois anos, os primeiros clubes da zona de queda na Série C terminaram a fase de classificação com 21 e 22 pontos.

É provável que a pontuação caia, mas é uma temeridade apostar nisso. Resta buscar vitórias, para quebrar a sequência negativa nas últimas seis rodadas – cinco derrotas e um empate – a fim de fazer com que o time volte a confiar em sua capacidade de reabilitação.

A principal novidade, esboçada por Neto nos treinos, é a escalação de Ruan e Isac no ataque. A escolha causa surpresa porque a dupla nunca atuou antes e os jogadores não atravessam boa fase. Gabriel Lima, relegado à condição de eterno suplente, poderia funcionar melhor até como um meia-atacante, auxiliando eventualmente as manobras pelo meio.
A conferir.

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