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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quarta-feira, 20: O levante dos enjeitados

A primeira rodada da Copa do Mundo fechou em grande estilo, mostrando que algumas placas tectônicas parecem se mover no sentido de instaurar equilíbrio mais democrático ao jogo. Times como México, Japão, Islândia, Suíça e Senegal, todos do chamado terceir

A primeira rodada da Copa do Mundo fechou em grande estilo, mostrando que algumas placas tectônicas parecem se mover no sentido de instaurar equilíbrio mais democrático ao jogo. Times como México, Japão, Islândia, Suíça e Senegal, todos do chamado terceiro escalão futebol, exibem uma desenvoltura técnica jamais vista na principal competição do planeta. É quase uma revolução dos enjeitados, erguendo-se bravamente contra a dominação dos vencedores de sempre.

Pode até ser que o desdobramento da Copa traga frustrações quanto a esses franco-atiradores, mas é evidente que algo começa a mudar na geografia do esporte mais popular do mundo. Pela maneira como os jogos têm sido decididos, com os favoritos enfrentando extrema dificuldade, não é improvável que o seleto clube de campeões mundiais – Brasil, Alemanha, Itália, Uruguai, Argentina, França, Inglaterra e Espanha – ganhe novo integrante na Rússia.

Talvez esse privilégio não seja destinado ainda a um dos azarões citados lá em cima, mas pode perfeitamente sorrir para uma das forças secundárias, que há muito tempo mostram-se cotadas para chegar e acabam ficando pelo caminho. Nesse aspecto, Bélgica e Portugal talvez sejam os mais cotados.

Os belgas têm um dos times mais elogiados deste mundial, repleto de grandes jogadores. Portugal nem é um time excepcional, mas tem um fora-de-série para resolver seus problemas. Na estreia contra a Espanha, essa condição ficou patente quando Cristiano Ronaldo assumiu o papel de salvador da pátria lusitana e liderou a reação que levou ao empate (3 a 3) com gosto de vitória.

Por ora, prefiro concentrar minha atenção nos patinhos feios, países que vão às Copas como meros figurantes e sempre voltam para casa depois de três jogos, geralmente com o balaio cheio de gols. Desta vez, há a real possibilidade de que façam alguma ferida, ameaçando o poderio dos gigantes.

Na Copa de 2014, esse papel coube solitariamente à Costa Rica, que caiu no chamado grupo da morte e começou logo batendo no Uruguai (3 a 1), depois derrotou a Itália (1 a ) e empatou com a Inglaterra. Nas oitavas, passou pela Grécia e só foi perder fôlego nas quartas de final. Mesmo assim, saiu na série extra de penalidades contra a Holanda.

Há uma tendência universal de torcer pelos mais fracos. Vale para tudo, até mesmo para guerras entre países. No futebol, quase ninguém escapa a essa mania, embora seja óbvio que em geral nos solidarizamos com a fraqueza por nos sentirmos fracos também.

No caso da Copa, torcer pelos mais fracos é também um gesto egoísta e estratégico, pois no fundo queremos mesmo é ver o circo pegar fogo com a queda dos favoritos. Torcedores brasileiros, por exemplo, querem ver Alemanha e Argentina atropeladas pelas zebras, pois isso teoricamente nos favoreceria na disputa pelo título.

De toda sorte, é bom saber que o futebol bem jogado já não é de exclusivo domínio de alguns poucos países. Que a Copa permita que gente boa de bola consiga brilhar perante o mundo. Este deve ser o espírito da coisa.

Além disso, o futebol já se justifica ao provocar a explosão de alegria dos senegaleses no centro de São Paulo, ontem, após a vitória sobre a Polônia, tendo por um dia motivos para fazer festa.

Desespero e afobação atrapalham o Leão dentro de casa

O Remo jogou razoavelmente bem, mas perdeu de novo. A parada era duríssima, todo mundo sabia. Melhor time do campeonato, bem organizado e com jogadores jovens, o Atlético-AC se comportou à vontade, sem temer os donos da casa. Levou um gol, ganhou um pênalti, perdeu e ainda assim empatou sete minutos depois. Depois, aproveitou uma brecha e virou o marcador. Permitiu o empate, mas deixou excelente impressão quanto à proposta de jogo e à capacidade de
buscar sempre a vitória.

Não se pode diminuir o valor da atuação do Remo no 1º tempo, quando o meio-campo e o ataque funcionaram bem, com a defesa razoavelmente segura. O time marcou dois gols, mas a arbitragem anulou, errando no segundo lance, pois o jogador a quem a bola se dirigia (Ruan) não estava em impedimento.

Depois disso, após muito insistir com jogadas pelo meio, com Everton fazendo uma espécie de falso centroavante, o gol aconteceu em cobrança perfeita de falta por Rodriguinho. Pressionada pelos lados, a zaga acabou permitindo a penalidade, que Vinícius defendeu com muito arrojo. Pena que na sequência tenha saído ligeiramente atrasado, afastando a bola nos pés de Neto, que empatou o jogo.

Ainda surgiriam mais duas boas chances para o Remo, com Elielton e Rodriguinho, mas a velha afobação de sempre acabou sabotando as boas intenções. Logo no início do 2º tempo, veio o castigo pelo desperdício de chances na etapa inicial.

Em meio a uma sucessão de ataques, com boas chances de marcar, o time afrouxou a marcação e sofreu um contragolpe mortal, resultando no gol de Rafael Bastos logo aos 4 minutos. Aí o Remo resolveu abandonar tudo o que vinha sendo feito positivamente para embarcar numa aventura de chutões e ligações diretas.

Conseguiu empatar após esperta cobrança de escanteio de Rodriguinho para Nininho, mas não teve mais a mesma constância na troca de passes em velocidade e infiltrações em diagonal. Rafael Bastos substituiu Ruan, mas não manteve presença ofensiva. Everton cansou e, na melhor investida do segundo tempo, ia marcando gol após passe de Gabriel Lima, mas Jayme o atrapalhou no melhor estilo beque da roça.

A jogada tabajara é a demonstração mais clara dos desacertos que o time passou a ter quando optou pelo velho jogo do abafa, com cruzamentos sem objetivo, até porque o Remo não tinha atacantes altos na área do Atlético.

Como no caso de Rafael, a entrada de Jayme mostrou-se contraproducente. A troca de Elielton por Gabriel Lima ocorreu com atraso. Gabriel teria sido mais útil como companheiro de tramas de Everton no primeiro tempo, por ser mais hábil e finalizar melhor que Elielton, que saiu sob vaias por desperdiçar várias situações propícias para marcar.

O mais preocupante – além da posição desesperadora – é o claro desespero que toma conta de todos, inclusive de Artur, após mais um resultado ruim. Sem frieza e serenidade, o cenário pode ficar ainda mais trágico.

Só restam quatro jogos em Belém. Mesmo que ganhe todos, a pontuação será insuficiente para evitar a queda. Isso obrigará o Remo a ações kamikazes fora de casa, pela obrigatoriedade de vencer para seguir vivo.

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