“Pessoas estão morrendo no bairro de Canudos e na Terra Firme pela ausência do poder público. Isso é um absurdo!”. O desabafo que ecoou pelo plenário da Câmara Municipal de Belém (CMB), na manhã de ontem (15), é de quem espera há 20 anos pela conclusão das obras de macrodrenagem da segunda maior bacia hidrográfica de Belém, a bacia do Tucunduba. O andamento do projeto, que ainda segue em fase de obras, foi tema de audiência pública requerida pelo vereador Toré Lima (PRB).
Representando o Centro Comunitário Cipriano Santos, Ronaldo Brito foi o responsável pelo desabafo que expôs a situação em que os moradores dos bairros afetados pela bacia do Tucunduba são obrigados a viver atualmente. “Há quatro anos tivemos a perda de uma criança de 2 anos de idade que morreu afogada no Canal da avenida Cipriano Santos e há 15 dias um primo meu de segundo grau morreu de leptospirose”, exemplificou. “Isso é tudo consequência de um projeto que só sai em época de eleição”.
RECURSOS
Requerente da audiência pública, o vereador Toré Lima (PRB), ressaltou que, segundo o portal da transparência, já existem recursos (dentre federais e estaduais) disponíveis para a conclusão até mesmo da terceira e última etapa da obra. Ele cobrou celeridade no andamento do projeto. “É preciso que a população tenha uma resposta imediata”.
Diretor de fiscalização de obras da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), Sérgio Paixão apontou que as obras da primeira estão na reta final e que a previsão de conclusão da segunda etapa da obra é 31 de agosto deste ano. Já a terceira e última etapa da obra ainda será licitada e, segundo Paixão, a previsão é terminar no início de 2019.
Independente dos entraves que podem levar a um atraso no cronograma de execução da obra, a vereadora Marinor Brito (Psol) destacou que ações complementares podem e devem ser realizadas para amenizar os transtornos enfrentados pela população. “Outro grande problema é a limpeza dos canais, bueiros. É uma Prefeitura que não cumpre uma Política de Resíduos Sólidos”, questionou. “Essa etapa da limpeza e da orientação e educação da população já deixaria a situação menos crítica”.
PARA ENTENDER
A obra de macrodrenagem
O projeto de macrodrenagem da bacia do Tucunduba foi iniciado ainda em 1999 pela Prefeitura de Belém, durante a administração de Edmilson Rodrigues. Em 2008 as obras passaram para o Governo do Estado e até hoje não houve a conclusão.
(Cintia Magno/Diário do Pará)
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