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Assédio e má conduta são denunciados por estudantes de Direito na UFPA

Alunos do curso de Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA) começaram a semana espalhando cartazes e expondo uma infeliz realidade. Eles afirmam que têm sido prejudicados por alguns professores que não cumprem prazos acadêmicos, deixam de dar aulas

Alunos do curso de Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA) começaram a semana espalhando cartazes e expondo uma infeliz realidade. Eles afirmam que têm sido prejudicados por alguns professores que não cumprem prazos acadêmicos, deixam de dar aulas e aplicam testes que não refletem o que é ensinado.

Os universitários acusam também a Faculdade de Direito (FAD) - a quem eles chamam de "Fadilson" - de fazer vista grossa para as denúncias de assédio sexual e moral, discursos de ódio e da falta de didática, metodologia e comprometimento dos docentes em salas de aula.

REVOLTA

Em entrevista, Felipe Costa, um dos representantes do Cadel (Centro Acadêmico de Direito Edson Luís) afirmou ao DOL que já foram feitas denúncias das práticas, mas que a maior parte não teve solução.

“Há o caso de uma turma em que metade dos alunos começou a tomar ansiolíticos e ter acompanhamento psicológico por causa de uma professora. Isso foi denunciado à faculdade, mas a professora continuou na mesma turma no semestre seguinte”.

O estudante do nono semestre relembra ainda um caso de assédio nas dependências da instituição e afirma que, com a falta de respostas e medidas enérgicas, contribuiu para a própria desconfiança das vítimas.

"O maior dos exemplos, penso eu, é o caso de um professor flagrantemente assediador, e que é de conhecimento público há anos. Mas mesmo assim ele continua lecionando para as turmas de calouros, fazendo as moças recém-chegadas de vítimas” e continua, “demorou muito tempo para que alguma aluna fizesse a denúncia por causa do medo de perseguições e retaliações, até que uma colega o denunciou com o apoio da própria faculdade, mas o caso ainda não teve solução mesmo depois de meses da denúncia".

Uma outra estudante - que pediu para não ter o nome revelado - afirmou que, desde que entrou no curso em 2015, percebeu os problemas estruturais, além dos casos de assédio com as colegas de turma. "Cansei de ver na minha sala professores pregando discurso de ódio. Tem aqueles também que nem aparecem para dar aula, mas querem cobrar o conteúdo nas provas sem cabimento. Não são todos os professores, mas posso afirmar que, em cada semestre, tem sempre uns três que são motivos de queixa."

RESPOSTA

Na última segunda (11), a Faculdade de Direito (FAD) emitiu nota pública em resposta ao pronunciamento do Cadel. E disse "que todas as reclamações encaminhadas formalmente à direção da FAD e do ICJ são devidamente apuradas", reforçou também que não houve nenhuma solicitação de reunião ou encaminhamento de denúncia por parte do Cadel, neste semestre, para tratar dos assuntos denunciados.

Por telefone, a FAD afirmou na noite de hoje (13) que, apesar de não ter recebido formalmente as denúncias acima neste semestre, esclareceu que os dois casos de assédio que aconteceram meses atrás (um sexual e outro moral) estão sob Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e, por esse motivo, não há detalhes sobre o resultado.

Disse também que descontou na folha de pagamento de um professor que deixou de lecionar na sala de aula. Reforçou que tem aplicado oficinas de capacitação aos docentes, e reforça a necessidade dos alunos formalizarem suas denúncias.

“As pessoas não querem mais formalizar suas denúncias, elas acham que divulgar nas redes sociais vai trazer resultados imediatos, mas não é assim que as coisas funcionam. Não devemos alimentar essa cultura do ‘tribunal do Facebook’. Se você tem alguma reclamação, pode fazer de forma anônima pela Ouvidoria”, disse a diretora em exercício da FAD, Luanna Tommaz.

O DOL solicitou também uma avaliação da UFPA sobre o caso. Procurada, a universidade afirmou que, como o assunto é tratado e analisado na unidade acadêmica específica, a resposta da FAD é a mais apropriada. E esclareceu que, por ser uma instituição muito grande, "o modelo de gestão é descentralizado, o que significa que cada unidade possui autonomia".

REUNIÃO

Está marcada uma reunião entre a direção do ICJ e a FAD para a próxima terça-feira (19) às 17h, no auditório José Vicente. De acordo com o pronunciamento, o objetivo é ouvir as demandas dos estudantes.

(DOL)

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