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Pará é o 4º Estado que mais mata no Brasil

Sem apresentar nehuma política pública que contribua para inibir o avanço da violência urbana em seu território, o Pará mergulha vertiginosamente no abismo dos crimes violentos e já desponta como o 4º estado brasileiro onde mais se mata. Os números não me

Sem apresentar nehuma política pública que contribua para inibir o avanço da violência urbana em seu território, o Pará mergulha vertiginosamente no abismo dos crimes violentos e já desponta como o 4º estado brasileiro onde mais se mata. Os números não mentem. É o fracasso da gestão Jatene na Segurança Pública, que a população sente na pele todos os dias. Em uma década o número e homicídios cresceu 103,7 %, uma das maiores taxas do país. O número de jovens assassinados em 10 anos cresceu 91,2%. Pela primeira vez na história, o Pará superou o patamar de 50,8 homicídios a cada grupo de 100 mil habitantes.

Os dados são do Ministério da Saúde e fazem parte do Atlas da Violência 2018, divulgado ontem (5), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo aborda dados de 2006 a 2016. O governador não criou nenhum programa nesses 12 anos para tentar reduzir o avanço da violência no Estado.

Em direção contrária, estados como a Paraíba e o Espírito Santo começaram a apresentar resultados positivos com a redução de homicídios a partir de 2011. A pesquisa constata a efetividade de programas como Paraíba pela Paz (PB) e Estado Presente (ES), lançados em 2011, quando esses estados eram o 3º e o 2º mais violentos do país, respectivamente. Em 2016, caíram para as posições de número 18 e 19. A redução dos homicídios também ocorre desde 2013 no Distrito Federal.

Os dados mostram que, ao contrário do que vem sendo dito pelo governador Simão Jatene, o espectro da violência no Pará não se deve à onda de violência que assombra os demais estados, mas sim à forma eficiente como é administrado. São Paulo, por exemplo, o maior estado do país em volume populacional e administrado há anos por governos tucanos, mantém uma trajetória consistente de redução das taxas de homicídio desde 2000. Alguns fatores que podem explicar esse desempenho são as políticas de controle responsável das armas de fogo e a melhoria no sistema de informações criminais e na organização policial.

JOVENS

O grande aumento de mortes no Brasil entre 2006 e 2016 pode ser explicado pela violência contra jovens. Em 2016, 33.590 pessoas entre 15 e 29 anos foram assassinadas no País. De acordo com o Atlas da Violência 2018, a juventude perdida é considerada um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte.

Em 2016, as taxas de homicídios de jovens variaram de 19 homicídios por cada grupo de 100 mil jovens, em São Paulo, até 142,7 em Sergipe, sendo a taxa média do país 65,5 jovens mortos por grupo de 100 mil. No Pará essa taxa é de 98 jovens mortos a cada grupo de 100 mil habitantes, uma taxa considerada altíssima pelos pesquisadores do Fórum da Segurança Pública. Considerando a década 2006-2016, o Atlas afirma que houve aumento de 23,3% no número de vítimas nessa faixa etária.

A pesquisa observa um aumento de 6,4% nos assassinatos de mulheres no Brasil entre 2006 e 2016. No último ano analisado, ocorreram 4.645 homicídios em que a vítima era do sexo feminino. O Pará apresenta a 2ª pior situação, com aumento de feminicídio (assassinato de mulheres) de 110% em 10 anos com 7 mulheres mortas a cada grupo de 100 mil. A situação é mais grave em Roraima, que apresentou uma taxa de 10 homicídios por 100 mil mulheres.

HOMICÍDIO DE MULHERES

2006 – 140 assassinados

2016 – 294 assassinados

JUVENTUDE PERDIDA

2006 - 1.185 assassinatos de jovens entre 15 e 29 anos

2016- 2.266

- Aumento de 91,2%

MORTES POR ARMAS DE FOGO

2006 -1.295

2016 - 3.048

- Aumento de 135,4%

Deputados atacam a falta de política para segurança

Momentos antes da apresentação do Atlas da Violência do Ipea, o deputado estadual Tércio Nogueira, do PROS, subiu à tribuna da Assembleia Legislativa durante a sessão ordinária de ontem (5) e não economizou nas críticas ao Governo do Estado. Chamou a gestão de Jatene de “pé no freio” e fez questão de dizer que nenhum discurso o fará apoiar uma atuação que mata seus “irmãos de farda”, referindo-se aos policiais militares.

“Recentemente, o governador anunciou aquisição de viaturas para a PM, mas nem viaturas novas são”, derrubou. “Os veículos são alugados e a empresa locadora apenas fez o favor de trocar os carros porque já tinham mais de 2 anos de uso. São duas décadas de um Governo que não promove desenvolvimento real nenhum”, disparou o deputado e policial.

O parlamentar continuou a fala em tom áspero, lembrando que, no ano passado, o Governo tentou cortar R$ 60 milhões da Segurança Pública, e que o barulho feito pela bancada de oposição conseguiu impedir. “Não fosse isso, quando mais problemas começassem a aparecer, aí iam fazer reunião na Secretaria de Segurança Pública, que é a coisa mais infrutífera que existe. É só choro e alguém com lenço para enxugar as lágrimas”, justificou.

Também pelo lado da oposição, o petista Carlos Bordalo contou ter recebido sem surpresa alguma os dados alarmantes do relatório após um ano em que mais de mil pessoas foram mortas em apenas três meses. Ele lembrou que há anos os seus discursos parlamentares e sua atuação alerta para o fato de que a bolha da violência engole cada vez mais o Estado e a população.

“O passivo social é imenso. A polícia conta com cada vez menos condições de enfrentamento e o contingente é menor, aí temos esse quadro. Como um câncer que não é contido e vai à metástase”, comparou. “A gente fala isso todo dia. Causas e razões são conhecidas, não há mais tese pra mostrar”, lamentou Bordalo.

(Luiza Mello de Brasília e Carol Menezes/Diário do Pará)

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