O prédio onde funcionou o vice-consulado de Portugal, em Bragança, foi demolido após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), estabelecido entre o Ministério Público e família proprietária do imóvel. Segundo o documento, os proprietários dispõem de cinco meses para dar início à construção da réplica do imóvel.
O TAC foi assinado pelos herdeiros João Augusto Santa Brígida Soares e Augusto José Santa Brígida Soares, pelo promotor Bruno Beckenbauer, e pela titular da secretaria municipal de Planejamento, Marcely Castanho, na quinta-feira (24). Na ocasião ficou firmado o compromisso dos proprietários para a realização da demolição do prédio dentro de 48h. O acordo foi cumprido na manhã de sábado (26).
“Cumprimos a decisão em tempo hábil e iremos construir uma réplica, em memória de meu pai”, disse João Augusto. O historiador Dário Benedito Rodrigues, que é professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) campus Bragança, informou que o imóvel foi inaugurado em 1890, servindo de moradia e que, em 1921, passou a ser a sede do vice-consulado de Portugal, até meados da década de 1950, quando voltou a ser utilizado como residência.
PRÉDIO
Na década de 1970 passou a funcionar como hotel, nos altos, e mercadinho, no térreo. Para Dário, que disse ainda estar impactado com o desabamento do Palace Augusto Corrêa, na semana passada, o fato de mais um patrimônio vir ao chão em menos de uma semana, é motivo para as autoridades e a população pensarem numa política voltada para o patrimônio cultural, em caráter de urgência. “Temos outros prédios centenários ameaçados de ruir. O nosso patrimônio histórico faz de Bragança uma cidade singular e, por isso, deve ser motivo de muito orgulho e zelo”, diz.
“É preciso que haja urgentemente uma política para dar suporte ao patrimônio histórico que ainda existe e, para isso, é necessário uma atuação conjunta entre as instituições públicas e as famílias que possuem imóveis históricos particulares”, concluiu.
(José Clemente Schwartz/Diário do Pará)
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