Cassiano quer voltar a fazer gol com a bola rolando para não deixar a peteca cair

Por que parou? Parou por quê? Essas são perguntas, título de uma das músicas de Moraes Moreira, que o torcedor do Paysandu e, talvez, até mesmo o próprio Cassiano, vem se fazendo, depois que ele, principal goleador do time na temporada, com 17 bolas na rede, deixou de causar desespero nos adversários. A última vez em que o atacante mandou a bola para o barbante com o jogo em andamento foi no dia 28 de abril, quando o Papão venceu o Brasil-RS, por 2 a 1, na Curuzu. No jogo contra o São Bento-SP, Cassiano até conseguiu fazer gol, mas em cobrança de pênalti cometido pelo lateral Everton Silva.

Tirando o jogo contra o Juventude-RS em que o atacante foi poupado para a final da Copa Verde, foram dois jogos sem fazer gol: Sampaio Corrêa-MA (1 a 1) e Atlético-ES (1 a 1), este último pela decisão do torneio interestadual. Portanto, lá se vão 180 minutos de jogo e quase um mês sem que o “matador” tenha conseguido concluir para o gol alguma jogada criada por ele próprio ou pelos companheiros de equipe. Se nos versos da música do baiano Moraes Moreira o poeta baiano justifica a paralisação por ter visto violência e confusão, no caso de Cassiano a interrupção parece ocorrer por outros motivos.

O problema, segundo se imagina, estaria ocorrendo pelo fato de os adversários estarem mais atentos às ações do atacante em campo ou a falta de um maior poder de criação do meio de campo bicolor. Cassiano prefere apostar na primeira hipótese. “Acaba que eu fico um pouco mais marcado e a nossa linha de ofensividade mais vigiada”, diz ele, que soma três tentos na Série B e os demais 14 gols no Paraense e na Copa Verde - na Copa do Brasil, em jogo único contra o Novo Hamburgo-RS, o gol alviazul na derrota por 2 a 1 foi anotado por Mike.

Amanhã, diante do Avaí-SC, pela 7ª rodada da Série B, Cassigol, como é apelidado pelos torcedores, terá a chance de voltar a fazer as pazes com a rede. O atacante diz que o grupo do qual faz parte precisa encontrar uma saída para superar o problema. “A gente tem que achar uma maneira de sair dessa marcação para poder voltar a ter mais chances de gols e marcar”, argumenta o jogador, que, apesar do pequeno jejum de gols, vive a melhor fase da carreira, cujo início se deu no São José, do Rio Grande do Sul, seu estado de origem.

FIQUE POR DENTRO!

- No último treino do time em Belém, o técnico Dado Cavalcanti tentou dar ao Paysandu a feição apropriada para encarar o Avaí-SC. Além do trabalho no gramado da Curuzu, o treinador tratou de municiar os seus atletas com o máximo de informações sobre o oponente. O grupo se reuniu para assistir, juntos, a dois vídeos de jogos do Leão do Sul. Na oportunidade, o comandante do Papão passou orientações sobre os pontos fortes e os vulnerais do Avaí.

- Como de costume, a atividade foi fechada à imprensa. Apesar do segredo feito por Dado, informantes dentro do clube passaram detalhes da movimentação, contando que se tratou de um treino tático, no qual houve muita cobrança do treinador em cima dos laterais e, principalmente, do abastecimento, por parte do meio de campo, de bolas para o atacante Cassiano, que não tem sido muito acionado, que seria a causa principal de o artilheiro, autor de 17 gols, ter parado de balançar a rede dos adversários.

- Dado não revelou, como já se podia prever, a formação do Paysandu que começa a partida de amanhã, no estádio da Ressacada. A tendência é que Douglas Mendes assuma o posto de Perema, lesionado, e Cáceres o de Renato Augusto, suspenso. Neste caso, o Papão alinharia com o seguinte time titular: Renan Rocha; Diego Ivo, Douglas Mendes e Edimar; Cáceres, Nando Carandina e Danilo Pires (Alan Calbergue); Mike, Cassiano e Moises (Claudinho).

(Nildo Lima/Diário do Pará)