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CPI da Hydro continua a fazer oitivas hoje

A 12ª sessão de oitivas de testemunhas referentes aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga os danos causados pela atuação da mineradora Hydro em Barcarena, recebeu somente três dos oito convocados e

A 12ª sessão de oitivas de testemunhas referentes aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, que investiga os danos causados pela atuação da mineradora Hydro em Barcarena, recebeu somente três dos oito convocados esperados -cinco precisaram remarcar ou adiar o depoimento.

Petronilo Progênio Alves, presidente do Grupo de Trabalho das Comunidades de Barcarena para Danos Ambientais na Bacia Hidrográfica no Rio Pará; Valter dos Santos Freitas, presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Quilombola Gibriê Lourenço; e o prefeito de Barcarena, Antônio Villaça (PSC), foram ouvidos pelos deputados Carlos Bordalo (PT), pelo relator Celso Sabino (PSDB), pelo presidente Neil Duarte (PSD) e por Eliel Faustino (DEM), todos membros da CPI.

Freitas relatou aos parlamentares que pelo menos 140 famílias ocupam uma área ainda não reconhecida oficialmente como uma ocupação coletiva a 8km da área onde estão instaladas as fábricas. O efeito sentido por ele e muitos moradores se refletem diretamente na saúde. “Tenho problemas respiratórios, assim como outros moradores, fico direto no antialérgico. Desde o primeiro vazamento, em 2003, ficou tudo muito poluído”, confirmou.

Já Petronilo destacou ter acompanhado diversos outros acidentes ambientais entre os anos de 2003 a 2009, causados pela Hydro e Imerys, além do mais recente, no início desse ano. “O acidente da Alunorte gerou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que deu recursos para a formação das lideranças e ainda para a realização de perícias na água realizadas pela própria empresa. Mas não tivemos acesso às conclusões depois disso”, explicou.

Petronilo enfatizou ainda uma preocupação com a quantidade de pessoas com câncer no município e informou que várias delas podem prestar depoimentos à CPI e revelou ele mesmo já ter feito exames que indicaram a presença de 11 tipos de metais pesados em quantidades acima do normal.

Prefeito de Barcarena, Vilaça contou ter providenciado água e assistência aos primeiros afetados e redobrado a quantidade de médicos em atendimento logo que soube do acidente. O prefeito afirmou ainda que nunca houve repasses oriundos da Taxa Mineral ao município, criada pelo Governo Jatene em 2015., o que chamou a atenção dos deputados. As oitivas devem continuar hoje (22) a partir das 13h30, novamente no auditório João Batista da Alepa. A relação das testemunhas será divulgada em horário próximo da reunião.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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