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Uma das paraenses que estarão na Virada Cultural em SP, Aíla lança novo clipe

O maior sentido de fazer arte hoje é transformar o agora, é mover, fazer refletir, cutucar, contra-atacar. Somos responsáveis pela construção de espaços de debates, de diálogos. Apesar de vivermos em um mundo controlado pelo medo, pelo capital, pela repre

O maior sentido de fazer arte hoje é transformar o agora, é mover, fazer refletir, cutucar, contra-atacar. Somos responsáveis pela construção de espaços de debates, de diálogos. Apesar de vivermos em um mundo controlado pelo medo, pelo capital, pela repressão, nossa arte precisa ser um sopro de resistência e liberdade”. É com esse desejo que a cantora paraense Aíla lança hoje, no seu canal do YouTube, seu novo clipe, “Será”, uma releitura da canção do pernambucano Siba e a Fuloresta, que integra o álbum mais recente da cantora, “Em Cada Verso Um Contra-Ataque” .

“Desde que comecei a idealizar esse disco, um pensamento que me movia muito era a possibilidade de fazer as pessoas dançarem muito, cantarem alto e refletirem ao mesmo tempo. Sempre imaginei aproximar canções pops, dançantes, desse discurso mais ‘artivista’”, diz Aíla.

Temas como feminismo, assédio, racismo, homofobia, ocupações, intolerância e resistência ganharam destaque nesse trabalho. O clipe de “Será” foi filmado num formato quadrado, que lembra filmes antigos, e teve como locação dois espaços de São Paulo: a Praça da Nascente e as dependências do Condomínio Cultural, na Vila Anglo Brasileira. E traz o seguinte questionamento: estamos no presente, no passado ou no futuro?

“Queríamos indagar isso. E essa é uma das músicas mais fortes do disco também, e ao mesmo tempo dançante, um dub que nos conduz a refletir. A letra escancara a relação do homem com o capital, reflete sobre a ‘precificação’ de tudo, das relações, dos sentimentos, e até mesmo do ar que respiramos. Vivemos um tempo de angústias, medos e exclusões. Precisamos reagir”, falou a cantora.

E esse reagir para a construção de um futuro melhor, a cantora acredita que deve se dar através de ações, escolhas e do próprio voto nas urnas. O vídeo tem direção da artista visual Roberta Carvalho e co-direção e direção de arte do publicitário Vitor Nunes, e integra uma série de cinco videoclipes – entre eles “Lesbigay”, indicado a Melhor Videoclipe do Ano no “Women’s Music Event Awards”, o primeiro prêmio da música brasileira voltado exclusivamente às mulheres. A série de clipes vai originar também um pencard audiovisual, com todos os clipes e making of inédito das produções.

Cantora quer dar voz à diversidade em palco paulista

Nesses tempos estranhos em que vivemos, as redes sociais, que têm sido acusadas de ajudar a difundir discursos de ódio, também possibilitam difundir o trabalho de artistas independentes como Aíla. O último clipe da cantora, “Lesbigay”, por exemplo, teve mais de 30 mil visualizações. “Vivemos tempos sombrios, onde as pessoas se sentem, cada vez mais, encorajadas a destilar discursos de ódio pelas redes sociais. Talvez por estarem ‘escondidas’através de seus perfis digitais, verdadeiros ou fakes, mas fora da vida real. Mas por outro lado, para nós artistas independentes, enxergo a rede como uma plataforma importante de difusão de trabalho. Precisamos ser espertos, hackear o sistema”, falou Aíla.

No próximo domingo, 20, às 13h30, a cantora estará no Espaço Cabaré, na Praça da República, em São Paulo, onde ela se apresenta pela primeira vez na “Virada Cultural” da capital paulista. Já adianta também que até 4 agosto deve lançar mais dois clipes e que continua em turnê pelo Brasil.

“Estou superfeliz em participar da Virada Cultural pela primeira vez. E ainda mais feliz por ser no centrão de São Paulo, que pulsa vida, movimentos de ocupação, atos políticos. E também por ser em um palco com artistas gays, lésbicas, trans. Um palco que dá voz à diversidade. Vamos fazer todas do ‘Em Cada Verso Um Contra-Ataque’, além de inéditas. Surpresa para quemvai!”, adianta.

Virada Cultural ao tucupi

O rapper Bruno B.O. será o único do Norte na programação, como convidado de Drik Barbosa. (Foto: Divulgação)

Além de Aíla, a 14ª Virada Cultural, na capital paulista, terá muitos outros paraenses na programação, que prevê shows, festas, exposições, mostras de cinema, intervenções artísticas e leituras dramáticas, tudo gratuitamente, neste sábado e domingo.

O Baile do Mestre Cupijó, tendo como convidados Felipe e Manoel Cordeiro, promete colocar todo mundo para dançar na noite do sábado, 19, no Palco Brasil. “É a primeira vez que o Baile sai de Belém, para nossa alegria e do Mestre Cupijó, que está no céu. Ele deve estar nos guiando nessa trajetória também”, diz o músico JP Cavalcante, responsável pela direção musical e pelo vocal do baile.

O projeto reverencia um dos artistas mais importante do Pará, tocando e cantando músicas do mestre que incorporou o saxofone às sonoridades tradicionais de comunidades quilombolas do Baixo Tocantins, nessa junção que o tornou conhecido por reinventar o ritmo siriá. “Nesse show iremos tocar também músicas do Felipe e Manoel Cordeiro, e uma música com versão do DJ Waldo Squash”, adianta JP.

Manoel e Felipe Cordeiro, pai e filho, são convidados do Baile do Cupijó de J.P. Cavalcante. (Foto: José de Hollanda/Divulgação)

Vai ter também rap paraense com Bruno B.O., o único rapper do Norte na programação, que se apresenta também no sábado, na praça Campo Limpo, Zona Sul, ao lado da cantora paulistana Drik Barbosa, à convite do Lab Fantasma, produtora do rapper Emicida. O repertório ainda deve ser definido esta semana, mas a expectativa é grande. “Esse convite veio da Drik Barbosa, uma artista que eu acompanho e gosto muito, e que vem representando muito bem a voz feminina no rap. Essa troca de energia e conhecimento é a principal expectativa, além de trabalhar com a turma do Laboratório Fantasma, que foi campo de pesquisa da minha tese de doutorado em antropologia, onde analiso o rap nacional”, conta B.O.

Ele considera a oportunidade como mais uma porta se abrindo para seu trabalho na cena nacional. “Essas portas já vêm abrindo há um tempo, e eu quero poder ajudar, com o meu trabalho, para que a cena nacional consiga perceber as particularidades, a riqueza cultural, ideológica e de várias mensagens que o rap paraense tem para proporcionar”, diz.

O rock paraense vai se fazer presente com a banda Molho Negro, no Palco Rock, na manhã de domingo. Assim como a música de Jaloo, que estará no palco Queer, no domingo, na Praça da República, antecipando sons de seu novo álbum em produção, “ft”. No mesmo dia também tem Fafá de Belém, no Palco Discos Completos, assim como a cantora Lia Sophia, que volta a participar da Virada, e de Jane Duboc, no palco Bossa Nova, onde faz o show “É Melhor Ser Alegre que Triste”, ao lado de Juan Alba. A paraense também se junta a outras cantoras num tributo a Johnny Alf, cantor, compositor e pianista inovador reconhecido como um dos precursores da Bossa Nova, autor de clássicos da música brasileira, como “Eu e a Brisa” e “Rapaz de Bem”, e influência para artistas como Tom Jobim e João Donato.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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