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Simão Jatene foge de protesto feito por esposas de policiais

Com uma série de questionamentos voltados ao Governo do Estado e seu serviço de segurança pública, esposas e familiares de policiais civis, militares e agentes prisionais protestaram, durante toda a manhã de ontem, em frente à sede do Comando Geral da Pol

Com uma série de questionamentos voltados ao Governo do Estado e seu serviço de segurança pública, esposas e familiares de policiais civis, militares e agentes prisionais protestaram, durante toda a manhã de ontem, em frente à sede do Comando Geral da Polícia Militar, na avenida Augusto Montenegro, em Belém.

Enquanto as mulheres clamavam por respostas frente os assassinatos de 24 agentes da segurança pública apenas em 2018, uma cerimônia de comemoração ao Dia de Tiradentes – considerado patrono das Polícias Militares do Brasil – era realizada no interior do Comando, com a presença do governador do Estado, Simão Jatene, e do Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes, dentre outras autoridades.

Com cruzes pretas marcadas com os nomes de parte dos agentes de segurança assassinados em 2018, os familiares cobraram respostas para a situação de violência que coloca em risco, além da própria população, a vida dos que atuam em prol da segurança pública.

Com grande desconforto, Jatene se calou, enquanto as mulheres imploravam por ajuda do Estado

Em cartazes e faixas, as esposas e mães questionavam, dentre outras coisas, o que se tem a celebrar num momento como este, em que o número de policiais mortos aumenta a cada dia. “O que nós temos a comemorar hoje, Governador?”, perguntavam.

Esposa de policial militar, Carla Saldanha cobrou empenho do Estado. “Estamos protestando para que o governador tenha competência de fazer política pública em prol da segurança. Se ele não tem competência para isso, que peça para sair”.

A todo o momento, durante a manifestação que se prolongou desde as 9h até depois das 12h, as esposas pontuavam que a luta não era em prol apenas dos policiais, mas também da população que sofre cotidianamente com a violência. Durante as manifestações ao microfone, muitas delas também questionavam a declaração recente feita pelo secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes, em que ele dizia se sentir seguro vivendo em Belém.

Mãe de dois policiais militares, Josiane Madeira se mostrou indignada com a situação atual da segurança. “Por dez anos eu vendi água no sinal para realizar o sonho dos meus filhos de servir a essa corporação e hoje é uma vergonha o que está acontecendo no Pará”, relacionou. “A população não pode sequer sair na rua ou pegar um ônibus porque não sabe se vai voltar com vida. Como o secretário diz que está tudo ‘ok’ com a segurança?”, disparou, revoltada.

Já a esposa de policial militar Lorena Souza lembrou até o momento as famílias ainda não receberam uma resposta concreta do Governo sobre as recentes mortes de agentes de segurança pública. “Não temos resposta sobre como vão coibir essa criminalidade”, reforçou. “Hoje o policial militar recebe uma arma e um colete e isso acaba virando alvo de cobiça dos bandidos”, completou.

Aliados do governador também ignoram ato

Com cruzes e cartazes, as esposas homenagearam as vítimas (Foro: Irene Almeida)

Enquanto as mulheres protestavam desde cedo na pista do BRT que fica em frente à sede do Comando Geral da PM, dentro do órgão a cerimônia que promoveu 539 policiais militares do Estado e entregou medalhas do “Mérito Tiradentes” a personalidades militares e civis era realizada normalmente. No palco, o governador Simão Jatene estava ao lado do secretário de Segurança Luiz Fernandes, do comandante geral da PM Hilton Benigno de Souza e do prefeito de Belém Zenaldo Coutinho.

Apesar do clamor das esposas na frente do prédio, as autoridades não se manifestaram a respeito do protesto. Nenhum deles foi ao encontro das manifestantes.
Durante o pronunciamento, Jatene apenas se referiu à atual situação como ‘tempos difíceis’ e afirmou que, da parte do Governo, todo o possível está sendo feito. Ele ainda fez uma referência aos familiares de policiais e pediu esperança. “Quero uma palavra aos familiares: certamente é impossível ter a dimensão exata do sentimento de cada um e de todos diante deste momento. Mas, sem dúvida, não é impossível manter a esperança. Acredito na nossa Polícia. Não tem crime organizado que seja capaz de vencer ou superar as pessoas de bem que lutam de forma correta”, afirmou.

Após a cerimônia, o secretário de Segurança Luiz Fernandes afirmou que as investigações sobre as mortes dos policiais mortos este ano estão em estado avançado. “Criamos uma divisão para apuração de crimes contra policiais. O efetivo já está trabalhando com uma equipe de três delegados e mais investigadores e escrivães. O esclarecimento nas mortes está em mais de 90%”, afirmou.

Quando questionado sobre a recente onda de violência – que registrou o assassinato de mais um policial civil na última quarta (18) e pelo menos nove mortes na quinta –, o titular apontou que apenas as investigações poderão esclarecer se são casos pontuais ou se possuem alguma ligação. “As investigações que vão determinar se aquilo foi ação direcionada a um policial ou se foi como a qualquer cidadão e, por acaso, a vítima era um policial”.

O Governador do Estado, Simão Jatene, se ausentou assim que a cerimônia foi encerrada, sem conceder entrevistas à imprensa.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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