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Segundo dia sem ônibus em Belém, Ananindeua e Marituba

Terminou sem acordo a tentativa de negociação entre os trabalhadores rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Setransbel). Por isso, nesta sexta-feira (20), dois milhões de pessoas na Região Met

Terminou sem acordo a tentativa de negociação entre os trabalhadores rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Setransbel). Por isso, nesta sexta-feira (20), dois milhões de pessoas na Região Metropolitana de Belém (RMB) permanecem sem o transporte para ir ao trabalho ou à escola.

Desde a manhã desta sexta-feira (20), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), analisa as atitudes tomadas pelos rodoviários, que paralisaram 100% da frota.

MOVIMENTAÇÃO

Em vários pontos da Grande Belém, como a rodovia BR-316, os trabalhadores se concentraram. Em Belém, os rodoviários seguem para a praça do operário, em São Brás, onde deverão realizar um ato público enquanto aguardam a decisão.

Ainda, pela RMB, rodoviários se concentraram nas garagens das empresas, impedindo a saída dos veículos. Um grupo de trabalhadores chegou a realizar uma caminhada, nesta manhã, também pela rodovia BR-316, entre os quilômetros 7 e 9. Eles fecharam o trânsito para veículos, ocasionando um congestionamento na região.

PACIÊNCIA

Para quem depende do transporte público, a regra foi, novamente, ter paciência. Em pontos como São Brás, o grande número de veículos de transporte alternativo, como vans e ônibus "clandestinos", complicaram o trânsito no local. Muitos condutores precisaram entrar na pista exclusiva do BRT para conseguir passar pelo trecho.

Assim como na quinta-feira (19), os preços cobrados aos passageiros também chamaram a atenção. Alguns motoristas chegaram a cobrar valores como R$ 5 e R$ 7 para transitar pela Região Metropolitana, muito acima do preço usual.

Os rodoviários interditaram a rodovia BR-316 durante protesto. (Foto: via WhatsApp)

Com a greve, diversas instituições de ensino, como escolas, faculdades particulares, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Universidade Federal do Pará (UFPA) suspenderam as aulas em Belém.

REIVINDICAÇÕES

A pauta de reivindicação é composta por cinco itens, mas o impasse se deu, principalmente, em torno da exigência do ponto biométrico nos fins de linha. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Huellen Ferreira, somente a biometria pode garantir o cumprimento da jornada de trabalho.

A patronal não aceitou a reivindicação, alegando que não tem recursos para comprar os equipamentos. Os rodoviários também reivindicam redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas e reajuste salarial de 10%, em Belém, e de 5%, em Ananindeua e Marituba. Antes mesmo de a reunião começar, um grupo de rodoviários se concentrou em frente à sede do Tribunal e o trânsito precisou ser interditado durante toda a tarde. Após a reunião, os rodoviários de Ananindeua e Marituba decidiram realizar um protesto na BR 316, mas acabaram desistindo. Já os rodoviários de Belém decidiram somente continuar a greve.

A categoria não deve acatar a medida cautelar da justiça, que determinou a garantia de 80% da frota circulando. O Sintram afirma que recomenda o cumprimento da decisão, mas que a categoria está disposta a resistir. No ano passado, os rodoviários também não acataram decisão judicial e a multa foi cancelada no fim da greve.

Vans e ônibus "clandestinos" ficaram parados em São Brás, aguardando os passageiros, deixando o trânsito na região complicado. (Foto: via WhatsApp)

PROPOSTA

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Setransbel) informou que uma das principais reivindicações dos rodoviários é a jornada de trabalho antiga, que é ilegal e foi reformada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região em 2017, em sentença normativa, ou seja, por força de lei. Ainda segundo a nota, o sindicato, garantiu as perdas salariais, oferecendo a reposição do índice inflacionário dos últimos 12 meses (INPC) para salário, ticket e clínica”.

“Informamos também que os rodoviários estão impedindo outros motoristas, que não são a favor da greve, de saírem com os ônibus da garagem”, conclui o Setransbel em nota.

Para quem encara as ruas, o jeito é recorrer aos alternativos, que faturam

Diferente da maioria das paradas do centro de Belém, o movimento já era bem mais intenso na parada que fica próximo ao Shopping Castanheira, no Entroncamento. Muitos passageiros permaneciam no local em busca de transporte já por volta das 10h30. Apesar da espera, apenas vans, mototáxis e ônibus ‘clandestinos’ faziam o transporte normalmente. A maioria das vans cobrava R$3, mesmo preço cobrado normalmente. O problema apontado pelo atendente Jorge Silva, 41 anos, é que os transportes alternativos não aceitam vale-transporte. “Eu só consegui sair da Cidade Nova 8 de carona até aqui no Entroncamento. Agora daqui eu não sei como eu vou fazer para chegar até a Presidente Vargas, onde trabalho.”

Na avenida Presidete Vargas, poucas pessoas se arriscavam nas paradas. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Jorge explica que deveria ter chegado no trabalho às 9h, mas já por volta das 10h30 ainda estava longe do destino. Ele esperava há 30 minutos por algum ônibus da linha regular para que conseguisse pagar a passagem com o vale-transporte, mas nenhum ainda havia aparecido. “Eu estou correndo o risco de perder o meu emprego”.

Enquanto, para os passageiros, a situação gerava preocupação, para quem trabalha com transporte alternativo a greve era vista com bons olhos. O mototaxista Clayton Farias, 32 anos, começou a rodar com passageiros desde as 5h e somente após as 10h conseguiu parar para descansar. “Agora é se preparar para o fim da tarde, quando vai ter muito passageiro de novo”, planejava, ao informar que uma corrida do Entroncamento até São Brás custava R$20.
Diretor de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), Antônio Melo afirmou que muitas empresas da RMB mantiveram as portas fechadas desde o início da manhã para que os rodoviários não entrassem, daí o não cumprimento de uma cota mínima de circulação dos ônibus. “Os rodoviários foram impedidos de entrar em várias empresas.”

(Leidemar Oliveira e Cintia Magno/Diário do Pará)

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