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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quarta-feira, 18: Nem Freud explica

A tarefa seria inglória até mesmo para o pai da psicanálise: desvendar os conflitos mentais e investigar desequilíbrios psíquicos que levam o Remo a se apequenar tanto sempre que sai para jogar fora dos limites de Belém. Para começar o hipotético tratamen

A tarefa seria inglória até mesmo para o pai da psicanálise: desvendar os conflitos mentais e investigar desequilíbrios psíquicos que levam o Remo a se apequenar tanto sempre que sai para jogar fora dos limites de Belém. Para começar o hipotético tratamento, Sigmund Freud teria que fazer um amplo levantamento das causas desse fenômeno que acomete a equipe azulina há, pelo menos, seis temporadas.

O diagnóstico, como alguns já ousaram fazer, apontaria inevitavelmente a insegurança emocional para atuar em campo inimigo, levando a falhas primárias na execução de ações que normalmente o time executa bem diante de seus torcedores. A carência afetiva talvez tenha lá o seu quinhão de importância no pífio desempenho como visitante.

No campeonato estadual deste ano, o Remo quebrou contra o Águia um jejum que já durava um ano. A última vitória tinha sido obtida contra o Cametá, no Parque do Bacurau, no Parazão 2017. Um período longo demais se levada em conta a diferença técnica entre o atual campeão estadual e adversários interioranos.
O acabrunhamento que se abate sobre os azulinos se tornou tão flagrante que, ao se apresentar no interior do Estado, raramente o Remo é visto como favorito. Não há nem mesmo o respeito advindo da tradição.

Quando se aventura fora do território paraense, a coisa se agrava ainda mais. A prova disso foi a débil apresentação diante do Atlético Acreano, na segunda-feira à noite, em Rio Branco. Nervoso, caótico e sem a gana que caracterizou o comportamento do time no Parazão, o campeão paraense foi derrotado por 1 a 0 depois de perder um caminhão de gols.

Com um time superior no aspecto individual, o Remo jogou mal e, ainda assim, teve um gol anulado erradamente e desfrutou de pelo menos seis chances claras para marcar. Seus atacantes demonstravam intranquilidade em quase todos os lances. Felipe Marques, Elielton, Isac e Jayme erraram finalizações de execução relativamente simples.

O mesmo açodamento vitimou Dudu, que vinha colecionando atuações corretas desde que se tornou titular. O volante teve papel decisivo no lance que gerou o gol do Atlético, contribuindo com passe perfeito para Eduardo desferir o arremate para as redes.

As trapalhadas não se resumiram a esta jogada infeliz de Dudu. O time todo cometeu falhas em cascata, chegando a 26 passes errados somente na primeira metade da partida. O mau desempenho em fundamento tão básico transformou em tormento o que deveria ser um jogo razoavelmente tranquilo para os azulinos.

Não se pode nem considerar que o Atlético tenha vencido injustamente, pois o Remo cumpriu com incomum aplicação todos os mandamentos do manual da derrota. Falhou nos momentos cruciais, deu um gol de presente e foi extremamente incompetente quando teve a oportunidade de modificar o cenário.

Foi a pior atuação do Remo na era Givanildo Oliveira, que, por sinal, não estava à beira do gramado, por lambança administrativa que o deixou fora do BID para a disputa da Série C.

A grande dúvida a atormentar corações e mentes azulinas é se o tropeço no Acre é um ponto fora da curva ou se representa novo capítulo no roteiro de insucessos como visitante. Givanildo quebrou uma sequência ruim ao assumir o barco em substituição a Ney da Matta. Deu ao time um formato tático consistente, extraindo o máximo do grupo de jogadores para obter vitórias e a reconquista do título estadual.

Mas, para superar as limitações técnicas que o elenco tem, o Remo precisará jogar a Série C sempre com intensidade, independentemente do adversário e do local do jogo. Caso não assimile essa lição básica, que foi bem respeitada no Parazão, nem Freud seria capaz de ajustar as coisas no Evandro Almeida.

Saída de executivo abre chance para mudança mais profunda

A repentina saída de Zé Renato da função de executivo de futebol do Remo, oficialmente por motivos de natureza particular, abre espaço para mudanças na política de contratações do clube. Segundo fonte ligada à Diretoria autônoma de futebol, cujo desempenho é alvo de elogios quase unânime, a atuação do executivo não era vista com entusiasmo.

Com a contratação de um novo profissional, que pode vir da própria estrutura administrativa do clube, o mapa de prospecção de atletas para reforçar o elenco deve ser ampliado. Há consenso na avaliação de que a prioridade dada a jogadores radicados no Nordeste – especificamente no futebol cearense – tem se mostrado pouco produtiva.

CBF resolve criar outra pinimba desnecessária

No mesmo dia em que Rogério Caboclo foi aclamado presidente da CBF naquela eleição de compadres que a entidade costuma fazer, surge a notícia da proibição de uma surpreendente camisa da Seleção Brasileira na cor vermelha e o símbolo comunista no peito.

O modelo foi criado por uma designer catarinense em tom de brincadeira e sem pretensões comerciais. Atenta, como sempre, a coisas irrelevantes – e míope para os problemas realmente importantes –, a CBF tratou de proibir judicialmente a veiculação do modelo esquerdista da camisa do escrete.

Acabou por dar um tiro no pé, pois propiciou a divulgação gratuita da camisa vermelha, já cobiçada por muita gente. De minha parte, achei o modelo bem simpático e coerente com as práticas democráticas, visto que o uniforme amarelo da CBF virou símbolo de conservadorismo e atraso.

Em tempo: Rogério Caboclo é afilhado político de Marco Polo Del Nero e vai certamente seguir à risca o catecismo rezado pelo cartola em desgraça junto à Fifa, à frente de um incrível pelotão de oito vice-presidentes, entre os quais pontifica o coronel Antonio Carlos Nunes.

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