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Pará lidera ranking de mortes no campo

Marcado pela volta de grandes chacinas, o ano passado foi o mais violento no campo desde 2003, com um total de 70 assassinatos, segundo relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em comparação com 2016, houve um aumento de 15%. O número pode ser ainda

Marcado pela volta de grandes chacinas, o ano passado foi o mais violento no campo desde 2003, com um total de 70 assassinatos, segundo relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em comparação com 2016, houve um aumento de 15%. O número pode ser ainda maior caso se confirme a suspeita do massacre de índios isolados por garimpeiros no Vale do Javari (AM), perto da fronteira com o Peru.

O Pará foi novamente o estado mais violento, com 21 mortos. O número inclui os dez sem-terra assassinados na chacina de Pau D’Arco (867 km ao sul de Belém), perpetrada por policiais militares, segundo as investigações. Trata-se da maior chacina no campo desde o massacre de Eldorado de Carajás, na mesma região do Pará, que deixou 21 trabalhadores rurais mortos, também com envolvimento de PMs, que hoje completa 22 anos.

Em segundo lugar, aparece outro estado amazônico, Rondônia, com 17 homicídios, seguido pela Bahia, com 10 casos. Em quarto lugar, está Mato Grosso. Todos os nove assassinados no ano passado no estado são da chacina de Colniza, a 1.050 km ao norte de Cuiabá, em uma área em disputa na floresta amazônica. O acusado de ser o mandante do crime é um madeireiro, que está foragido.

Somados todos os assassinatos no campo na Amazônia Legal, foram 54 casos ao longo do ano passado, ou 77% do total.

Para o padre Paulo Santos, da coordenação nacional da CPT, o aumento da violência está ligado ao alinhamento do governo Michel Temer com o agronegócio. “Os ruralistas estão com pleno poder para fazer o que querem.”

“Houve uma violência maciça para amedrontar e fazer a limpeza dos territórios para abri-las ao mercado de terras”, afirmou. “E a Amazônia é um campo de disputa muito grande pela riqueza”, completou.

ÚLTIMO MASSACRE FOI HÁ QUASE UM ANO

No dia 24 de maio de 2017, dez trabalhadores rurais sem-terra foram mortos em uma ação da Polícia Milita e da Polícia Civil do Estado do Pará, supostamente organizada para cumprir mandados de prisão contra ocupantes da Fazenda Santa Lúcia / Acampamento Nova Vida. A operação foi conduzida pela Delegacia de Conflitos Agrários. Ao todo, 15 policiais (13 militares e dois civis) chegaram a ser presos preventivamente em setembro de 2017, mas foram soltos por decisão no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA) no dia 18 de dezembro de 2017.

Já no dia 16 de janeiro de 2018, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, negou liminar de habeas corpus requerida pela defesa dos policiais civis e militares. Cármen afirmou, em sua decisão, que “a decisão da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, que restabeleceu a prisão [em dezembro de 2017] está de acordo com a jurisprudência do STF no sentido de que a periculosidade do agente, evidenciada pelo risco de reiteração delitiva, é motivo idôneo para a custódia cautelar”.

IMPUNIDADE

Desde que a Comissão Pastoral da Terra começou a fazer o levantamento, em 1985, houve 1.904 mortos por conflitos no campo.

Desse total, apenas 113 casos foram julgados -8% dos crimes.

A região Norte registrou 970 mortos em 32 anos, com o destaque negativo para o Pará: foram 702 assassinatos, 37% do total.

(Folhapress)

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