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Evandro Chagas aponta irregularidades no relatório apresentado pela Hydro

Talvez pelos anos em que está instalada no Brasil, a Hydro tenha aprendido uma das piores "características" do povo brasileiro: o "jeitinho". Isto pode ser pecebido no relatório apresentado pela empresa norueguesa na última segunda-feira (09), em que, par

Talvez pelos anos em que está instalada no Brasil, a Hydro tenha aprendido uma das piores "características" do povo brasileiro: o "jeitinho". Isto pode ser pecebido no relatório apresentado pela empresa norueguesa na última segunda-feira (09), em que, para se defender das acusações de contaminação em Barcarena, apresenta algumas "adaptações" em relação à pesquisa realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC).

A primeira irregularidade é o período da análise da empresa SGW, contratada pela Hydro para fazer o laudo privado sobre o vazamento de efluentes na refinaria de bauxita.

O IEC observou que as coletas de águas superficiais foram realizadas 34 dias (nos dias 23 e 24 de março) após o vazamento ocorrido no dia 17 de fevereiro. Ou seja, mais de um mês após o ocorrido, período em que as substâncias podem ter se espalhado e não permanecido tão concentradas em determinados locais.

A data é fornecida pela própria Hydro na tabela 3 na página 23 do relatório, que pode ser acessado na íntegra aqui.

Embora a escolha do período para as análises já levante suspeitas quanto a confiabilidade da pesquisa realizada, há ainda outra "artimanha" no documento. Diz a nota do Evandro Chagas que a análise foi feita nos "pontos de coleta MR-01 e MR-02, no Rio Murucupi. Eles estão localizados entre a empresa (DSR1) e a comunidade Vila Nova, uma área sem influência de esgotamento sanitário ou outros empreendimentos industriais". Veja:

Imagem: Reprodução/ Relatório apresentado pela Hydro

Mesmo com as informações questionáveis, os dados apresentados pela própria Hydro apontaram índices de alumínio dissolvido 7x acima do recomendado na resolução Conama 357, o que fez o Instituto esclarecer que "em função do alto índice de chuvas na região e do fluxo natural do Rio Murucupi, seria muito improvável que a SGW encontrasse os mesmos resultados do IEC em amostras coletadas 34 dias mais tarde. No entanto, apesar do lapso temporal, entendemos que o teor 7x acima do recomendado pelo Conama 357 nessa área, corrobora o quadro registrado nesse local pelo IEC nas semanas anteriores".

O CASO

Há meses, o advogado Ismael Moraes já informava que mais de vinte bacias teriam sido construídas na área para receberem rejeitos químicos estariam causando problemas ambientais. Com as chuvas de 17 de fevereiro, as bacias ultrapassaram sua capacidade e não foram mais suficientes para conter as substâncias, em especial bauxita, podendo causar um grave quadro de contaminação na cidade.

Segundo o advogado Ismael Moraes, as chuvas provocaram não somente acúmulo de lama como também produtos químicos que causam contaminação (Foto: Via WhatsApp)

Os moradores denunciam que ela pratica irregularidades territoriais, ambientais e sociais, inclusive discriminação nas comunidades de Jesus de Nazaré, Burajuba, Água Verde e Jardim Canaã, onde moram quase 5 mil famílias.

Entre as denúncias mais graves está a de que a Norsk Hydro construiu um depósito de resíduos numa Área de Proteção Ambiental (APA), que é protegida por lei e onde existem comunidades remanescentes de quilombos. Na época, a Hydro negou todas as denúncias.

Problemas antigos

A polêmica sobre a criação de tais barragens e a presença da Hydro em Barcarena já foi tema de sessão especial na Câmara dos Vereadores do município, protestos de moradores e até mesmo notícia na imprensa norueguesa, como em um dos principais jornais do país, o Dagens Naeringsliv (DN) divulgou no domingo. “Alerta vermelho na Hydro no Brasil”, dizia a manchete.

Fonte: Drone/RBA

Além de descrever as ações dos moradores, com o bloqueio das vias de acesso e queima de árvores na estrada, a matéria do DN revela que os cidadãos exigem do grupo norueguês compensação por danos ambientais, denunciando a contaminação da água potável e os prejuízos gerados pela produção da alumina à saúde das pessoas.

Segundo a reportagem, para cada quilo de alumínio derretido na Noruega, quatro quilogramas de lodo vermelho são armazenados em Barcarena. O aterro se estende por uma área cada vez maior e, quando o tempo está seco, a cidade fica coberta por grandes nuvens de poeira vermelha.

A reportagem do DN revela que as manifestações, que se intensificaram a partir de agosto, tiveram como mote a reação à contratação de mão-de-obra externa. Enquanto a Hydro mantém algumas das maiores fábricas do Brasil no município, Barcarena sofre com altos índices de desemprego, reforçando a percepção de que a população arca com os prejuízos e não recebe nenhum benefício em troca.

(DOL)

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