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Chacinas marcam governo de Simão Jatene

Um governo que se tornou nacionalmente sinônimo de insegurança pública, chacinas e violência desenfreada que não escolhe suas vítimas, sejam elas cidadãos comuns ou policiais militares. Um governo que manteve no posto máximo da segurança pública do Estado

Um governo que se tornou nacionalmente sinônimo de insegurança pública, chacinas e violência desenfreada que não escolhe suas vítimas, sejam elas cidadãos comuns ou policiais militares. Um governo que manteve no posto máximo da segurança pública do Estado, por 3 anos, um general do Exército inoperante que só fez aumentar os índices de criminalidade. Um governo que, em seguida, traz de volta um ex-secretário que, no cúmulo do deboche, afirma numa entrevista que “confia plenamente no sistema de segurança pública do Estado e que se sente seguro andando nas ruas de Belém”.

Assim pode ser resumida a área de segurança do terceiro e último mandato de Simão Jatene à frente do Governo do Pará, um governo manchado pelo sangue e com índices dignos de um país em guerra civil: dados obtidos junto ao próprio Sistema Integrado de Segurança Pública do Pará (Sisp) revelam que, nos 3 primeiros meses de 2018, foram registradas mais de mil mortes violentas, o que dá uma média diária de quase 13 mortes violentas por dia no Pará.

E ao invés de dar uma satisfação para a população que vive amedrontada e acuada, o governador aumenta ainda mais o escárnio, aparecendo, dia sim dia não, cantando e tocando violão em festas e secretarias de Estado, rodeado de DAS envergonhados com a situação. Enquanto o governador canta, a população morre assassinada nas ruas da capital e das cidades pelo interior do Estado.

Ontem, em meio à festa de aniversário de 70 anos do governador numa casa de recepção da cidade, a cereja do bolo: o clima hostil que rondava a cidade por conta de mais uma onda de assassinatos fez com que governador sequer comparecesse à sua própria homenagem.

Aliados de Jatene justificam a sua ausência no próprio aniversário, constrangidos. (Foto: reprodução)

Coube ao procurador Geral do Estado, Ophir Cavalcante Jr., ao lado do publicitário Orly Bezerra, do ex-secretário Adnan Demachki e do ex-chefe da Casa Civil José Megale, falando ao microfone, anunciar aos convidados a ausência do aniversariante. “Vocês hão de convir que esse é um momento extremamente delicado. Inclusive o presidente da Assembleia Legislativa que aqui estava se deslocou para lá, com o prefeito de Belém e de Ananindeua....”, disse o procurador, num clima de grande constrangimento.

Enquanto ex-secretários, assessores e membros do governo se refastelava no rega-bofe de Simão Jatene, a população continuava morrendo nas ruas. Moradores de Belém e de Ananindeua, na Região Metropolitana, passaram ontem por mais momentos de medo e terror. Dez mortes foram registradas entre a tarde e a noite de ontem, em menos de 24 horas nos bairros da Cremação (1), Distrito Industrial (4), Ananindeua (3), Tapanã (1), Satélite (1), Guajará I (1).

POLÍCIA NA MIRA

Em outra frente de extermínio, mais um policial era assassinado ainda na madrugada de anteontem, dessa vez no bairro do 40 Horas: o cabo da Polícia Militar Hernani Rogério Silva da Costa foi assassinado. A vítima foi assaltada por bandidos, que levaram sua pistola. Em seguida, os criminosos atiraram na cabeça do policial. Por volta das 13h de ontem, o cabo Ivaldo Joaquim Nunes da Silva, de 49 anos, foi baleado em Belém, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Em pouco mais de 12 horas, era o segundo caso de morte de PMs mortos na região metropolitana. O crime ocorreu na avenida Pedro Álvares Cabral, próximo à passagem São Sebastião.

Foi o 19º policial militar morto apenas esse ano no Pará, o que resulta num policial assassinado a cada cinco dias no Estado. Mais uma vez o governo se manifestou através de nota emitida pela da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, informando que, diante dos assassinatos ocorridos ontem, “instalou um gabinete especial de situação (sic) com os comandos de policiamento civil e militar para reforçar o policiamento em Belém e Região Metropolitana”, afirmando que a secretaria informará na manhã de hoje “o detalhamento e as novas estratégias de reforço”.

Éder Mauro: indignação (Foto: divulgação)

ÉDER MAURO DIZ QUE BANDIDOS TOMARAM CONTA DO ESTADO

Em suas redes sociais, o deputado federal e delegado Éder Mauro (PSD) postou um vídeo falando diretamente ao governador Simão Jatene e ao secretário de Segurança Pública Luiz Fernandes, relatando mais mortes de policiais e fazendo referência aos PMs Hernani da Costa, que, segundo o deputado, foi assassinado com mais de 10 tiros no bairro do 40 Horas, “dentro de uma pizzaria, na frente de todos os seus familiares”; e o assassinato do cabo Nunes, na Pedro Álvares Cabral, também com vários tiros.

“E vocês (governador e secretário) nada fizeram, nada fazem e nada vão fazer! Sabem muito bem colocar propaganda na televisão para dizer que estão investindo na segurança. Investindo o quê, se o povo tá todo morrendo? Só nos três primeiros meses, são 1.200 pessoas mortas no Pará. Ano passado, foram mais de 4 mil!”, criticou. “Eu não sei mais o que falar para vocês em nome do povo paraense, a não ser que vocês não estão fazendo absolutamente nada pelo povo do Estado do Pará, que está morrendo. Vocês deixaram os bandidos tomarem conta do nosso Estado!”, disparou.

OUTRAS MATANÇAS NO PARÁ

O ‘cabo Pet’ foi assassinado a tiros no dia 4/11/2014, quando chegava à sua casa, na rua Augusto Corrêa, no bairro do Guamá. Após o assassinato do PM, na madrugada do dia 5, uma série de homicídios ocorreu na capital. O caso ficou conhecido como “Chacina de Belém”, em que dez pessoas foram executadas em um intervalo de 4 horas. Foram cinco mortes no bairro da Terra Firme, duas no bairro do Jurunas, uma no Tapanã, uma morte no Sideral e outra no bairro do Marco. Segundo o MP, cabo Pet seria integrante de um grupo de milícia atuante nos bairros do Guamá e Terra Firme, e foi morto em uma retaliação à morte de dois integrantes de uma facção criminosa rival, chamada “Rex”.

Belém vive a chacina mais violenta desde 1994, novamente motivada pela morte de policiais. Foram 30 assassinatos ocorridos entre os dias 20 e 21/01/2017, sendo 25 deles com características de execução. Os casos ocorreram logo após a morte do policial militar Rafael da Silva, 29, atingido na cabeça em um tiroteio no bairro da Cabanagem, durante perseguição a suspeitos de assalto, às 6h do dia 20.

Uma chacina deixou ao menos cinco mortos e 14 feridos no bairro da Condor, em Belém, por volta das 21h do dia 06/06/2017. Homens encapuzados em 3 carros fecharam um trecho da Rua Nova II e dispararam vários tiros em pessoas que assistiam a um jogo de futebol em um bar. Após os crimes os assassinos fugiram.

No dia 31/12/2017, cinco assassinatos assombraram as ruas dos bairros Cabanagem, Jaderlândia, Sideral, Atalaia e Coqueiro, no período de três horas e todos executados por homens que usavam carro preto.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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