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Ranking coloca Belém coma 25ª cidade mais congestionada do mundo

Entre 100 cidades mais congestionadas entre as pesquisadas no mundo, 6 estão no Brasil e Belém está entre elas: é a 25ª capital mais congestionada, com as pessoas perdendo, em média, 55 horas por ano presas em engarrafamentos. O estudo foi feito pela INRI

Entre 100 cidades mais congestionadas entre as pesquisadas no mundo, 6 estão no Brasil e Belém está entre elas: é a 25ª capital mais congestionada, com as pessoas perdendo, em média, 55 horas por ano presas em engarrafamentos. O estudo foi feito pela INRIX Global Traffic Scorecard, empresa de consultoria e análise de transportes, que avaliou 1.360 cidades no mundo.

Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) mostram que, até fevereiro passado tinham mais de 437 mil veículos aptos a transitar na capital. Desses, 225.028 são automóveis, 134.997 são motocicletas e há outros 3.845 ônibus. E os problemas decorrentes de uma cidade sem planejamento de trânsito estouram pelas ruas.

Alberto Simões Júnior, 35 anos, é administrador e farmacêutico e atua como assessor parlamentar. Ele mora na rodovia Mário Covas, entre a Augusto Montenegro e a Independência. Toda manhã, ao sair para o trabalho na Assembleia Legislativa do Estado, precisa decidir por aonde ir para perder o menor tempo possível no tráfego.

“O trânsito já começa na porta do meu condomínio. Com ajuda de um aplicativo de tráfego vejo qual o trajeto menos pior. Para cumprir um trajeto de 1,5 km, ele diz que leva, em média, de 30 minutos. “Caso eu siga pela Mário Covas para pegar a Independência, o trânsito é ruim até o sinal que cruza as duas vias. Depois vem mais trânsito devido às obras intermináveis do BRT”, reclama.

Ao chegar ao Ver-o-Peso, às proximidades do seu local de trabalho, mais congestionamento. “Nesse trajeto de 22km de casa ao trabalho, gasto em média 2h dentro do carro”, lamenta.

"Para buscar meus netos na escola, que fica a pucos quarteirões aqui de casa, levo muitas vezes 30, 40 minutos. Em situações normais, isso não deveria durar mais que 10 minutos", afirma a aposentada Antônia Assumpção. (Foto: divulgação)

DEMORA

Como tem o tempo mais livre, a funcionária pública aposentada Antônia Assumpção, 68 anos, aproveita para auxiliar nas tarefas domésticas e cuidar dos netos Lucas (6) e Sofia (5), levando e buscando as crianças na escola e para atividades extraclasse. Ela, que mora no bairro do Jurunas, conta que se estressa com o tempo que perde no trânsito. “Para buscar meus netos na escola, que fica a poucos quarteirões aqui de casa, levo muitas vezes 30, 40 minutos. Em situações normais isso não deveria durar mais que 10 minutos”.

Até para levar os netos para visitar a outra avó, que mora na Benjamim Constant, é um suplício. “É uma região nobre da capital, bem perto da minha casa, mas complicada de se chegar a qualquer hora do dia. As crianças se estressam muito, ficam agitadas”, afirma. “A verdade é que a frota aumentou muito nos últimos anos e a nossa cidade parece que encolheu”, afirma.

CONSULTOR CRITICA DEMORA EM AÇÕES DE INFRAESTRUTURA

Para Rafael Cristo, consultor de segurança viária, a questão do trânsito no Pará e, particularmente em Belém, está na contramão do desenvolvimento. “Ações simples de infraestrutura demoram anos para sair do papel e, quando prontas, não atendem sua eficácia plena”, afirma.

"Ações simples de infraestrutura demoram anos para sair do papel e, quando prontas, não atendem sua eficácia plena", afirma Rafael Cristo, consultor de segurança viária. (Foto: Marcelo Lelis/Arquivo)

Ele lembra que existe um plano global de ações da Organização das Nações Unidas (ONU) que apontam cinco pilares para o desenvolvimento da segurança viária no mundo. Mas Belém, diz, não está em consonância com esse plano. “Para isso seria fundamental vontade política dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”.

“Mas a realidade é de número insuficiente de agentes de trânsito, sucateamento de frota e falta de incentivo à política de valorização do servidor”, aponta.

O segundo pilar refere-se a mais vias e mais mobilidade urbana. O terceiro aponta para veículos mais seguros. “No mundo - e o Brasil não foge à regra - o veículo é relacionado ao poder e não à fonte de locomoção”, cita. O quarto pilar é: usuário mais seguro envolve obras estruturantes e mais estruturais.

“Recentemente foi inaugurado um elevado na Augusto Montenegro, onde esse pilar foi ignorado. No mínimo havia necessidade de se construir uma passarela, até porque a área sofre com intervenções urbanas. É um polo gerador de tráfego suportando demanda de shopping, um grande supermercado, faculdade e escola. Fechar os olhos para isso é expor a vida a perigo”.

TEMPO

O quinto pilar, diz Rafael, está vinculado ao tempo de espera quando ocorre uma violência no trânsito. “A grande pergunta é: Belém tem solução para a segurança viária e mobilidade urbana sustentável? Acho que sim . Porém, é preciso investimento em transporte público, trazendo a comunidade para participar das ações para contribuir com trânsito seguro, aliado a uma gestão eficiente e capacitada”, diz.

RESPOSTA

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) afirma ter ações e investimentos em engenharia de trânsito e de infraestrutura de mobilidade para amenizar os congestionamentos, com agentes fazendo a alteração semafórica manualmenteem horários de picoem pontos críticos.

Os binários abertos Almirante Barroso (Lomas Valentinas/Angustura e Mauriti/Estrela), diz o órgão, também reduziram os congestionamentos no entorno das vias. Com a abertura do binário da Vileta/Humaitá, a expectativa é que melhore o trânsito nessas duas vias.

A Semob afirma investir ainda em outros modais de transporte em substituição aos veículos particulares. A malha cicloviária da cidade, diz o órgão, já possui quase 90 km de extensão. O órgão também cita o BRT, a licitação do transporte coletivo e a abertura do elevado da Augusto Montenegro “que deu fluidez ao cruzamentocom as avenidas Independência e a Centenário.

Para a superintendência Belém ainda não atingiu a sua capacidade máxima viária. “Hoje o que provocam congestionamentos em Belém são, muitas vezes, motivos de origem cultural. A maioria dos condutores tem o hábito de trafegar pelos principais corredores, e muitas vezes vemos o entorno e rotas alternativas com vias livres”. A Semob também aponta o “mau comportamento de alguns condutores”.

A superintendência garante investir em ações de educação de trânsito, com Agentes Educadores. Também diz que foram instalados radares que detectam fechamento de cruzamento em viascomo a José Malchere Nazaré, entre outras.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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