Gasolina diminuiu de preço no Estado, mas ninguém percebeu

A maioria da população paraense pode não ter percebido, mas, no mês passado, o preço da gasolina comercializada no Estado diminuiu, se comparado aos meses de janeiro e fevereiro. No entanto, a redução não foi suficiente para retirar o Pará do 5ª lugar no ranking de Estado com gasolina mais cara da região Norte e o 12º do país.

De acordo com o balanço da trajetória de preço da gasolina comercializada em postos de combustíveis do Estado realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico (Dieese/PA), dos primeiros três meses deste ano, o mês de março, pela primeira vez, apresentou redução no valor em relação aos meses de janeiro e fevereiro. Segundo o Dieese/PA, em março o preço médio do litro da gasolina foi comercializado a R$ 4,246, com o menor preço custando R$ 3,799 e o maior a R$ 5,040.

No entanto, a funcionária pública Marina Moraes, de 58 anos, não percebeu a queda. “Abasteço em vários postos e, na minha opinião, os valores continuaram os mesmos. Se for no cartão de crédito, fica ainda mais cara”, avalia. Inclusive, ela lembra que a gasolina mais cara que pagou custou R$ 4,16, o litro.

O aposentado Olegário Moreira, de 75 anos, ressalta que há diferenças significativas de postos de combustíveis para o outro e o bairro onde estão localizados. “Os postos do centro de Belém geralmente são mais caros. Estou acostumado comprar em Ananindeua, onde encontro com valores um pouco menores”, comenta.

O taxista Salim Barbosa, de 69 anos, profissional há 35 anos, concorda que os preços variam, mas diz que, “ainda assim, não dá para sentir a diferença quando a gasolina diminui”.

E, mesmo com a pequena redução, a pesquisa do Departamento realizada com base em informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostra que o Pará está em destaque negativo quando se trata dos altos preços da gasolina. “O Estado do Pará encerrou o terceiro mês do ano, em média, com a quinta gasolina mais cara entre os estados da região Norte e com a décima segunda mais cara de todo o país”, diz o economista Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese/PA.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)