Sem poda, árvores prejudicam trânsito em Belém

Como se já não bastassem as recentes e frequentes quedas de árvores que causam vários transtornos, a falta de manutenção delas tem atrapalhado também o trânsito de Belém. Em vários pontos da cidade, galhos longos encobrem semáforos em cruzamentos movimentados, impedindo a visibilidade dos motoristas e facilitando acidentes.

“Já é difícil com o sinal, imagina com ele escondido”, reclama a dona de casa Graça Santos, 67, que atravessava a faixa no cruzamento das avenidas José Malcher e José Bonifácio, que tem sofrido com semáforo coberto pela árvore da calçada. “Nunca aconteceu nada comigo porque eu sou muito atenciosa, sabe? Mas nem todo mundo é assim, as pessoas são desatentas, apressadas”, comenta.

O taxista Raimundo Martins, 47, que trabalha em um ponto que fica nessa mesma esquina, garante que o trânsito é prejudicado. “Muita gente acaba parando muito em cima, por cima da faixa, porque não vê o sinal. A Prefeitura não dá a manutenção devida e isso prejudica o motorista. Agora em março teve um acidente em que um ônibus atropelou uma senhora porque ela não enxergou o semáforo e atravessou”, relata.

Outro ponto crítico é o sinal do cruzamento da travessa Humaitá com a avenida Rômulo Maiorana. O consultor de planos de saúde Ronaldo Cruz, 20, já flagrou um acidente de moto no perímetro ocasionado pela falha de sinalização. “É muito ruim, eu ando de moto e sei como é. É o mesmo que se o sinal estivesse apagado”, alerta.

O mototaxista Iranilson Barbosa, 32, reclama da falta de poda. “Tem de aparar isso. Quando está vermelho, ninguém enxerga, aí o cara passa e vai levar multa por isso? E se causar um acidente? Está horrível”.

SEM FAIXA

Os pedestres também reclamam de várias faixas em diferentes pontos da cidade que estão quase ou completamente apagadas. Um exemplo grave disso no cruzamento das avenidas Ceará e João Paulo II. A placa amarela na calçada esquerda aponta para o que um dia já foi uma faixa de pedestres. Na pista, nem sinal das linhas brancas que compõe uma faixa.

Questionado sobre a falta da sinalização, o técnico de telecomunicações Fabrício Pontes, 25, morador do bairro, confessa que nem sabia da existência da faixa. “Frequento esse perímetro há uns dois ou três anos e nem sabia que tinha faixa. Atravesso correndo todas as vezes”, relata. Ele diz que o ponto é crítico, pois é rota dos ônibus intermunicipais do Terminal Rodoviário, o que propicia vários acidentes.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)