Deputados atacam 'sensação de segurança' de secretário

Repercutiu mal nas redes sociais e também no plenário da Assembleia Legislativa a declaração do secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernandes, de que ele se sente seguro em Belém “porque sabe do trabalho da Polícia - e ainda de que quem sente o contrário é porque não sabe o aparato que tem à disposição”. Os deputados de oposição foram à tribuna criticar o conteúdo divulgado da entrevista concedida à TV Liberal na terça (3), e houve quem dissesse que o mínimo a ser feito agora seria pedir desculpas.

O deputado José Scaff (MDB) lembra que é uma prática antiga dos gestores do PSDB no Pará, em algum momento, soltar uma frase “célebre” como essa - a inesquecível “sensação de insegurança” proferida por Manoel Santino, secretário de segurança do ex-governador Almir Gabriel. “Contra fatos não há argumentos. Policiais morrem, cidadãos comum sofrem atentados, em Belém, e vários municípios do interior. Temos padecido bastante com este modelo de política que os tucanos querem impor, que defasou, e agora a gente só sofre com isso”, lamentou.

Líder do mesmo partido, Iran Lima chamou de “infeliz” o episódio e criticou Fernandes duramente. “Ele sai da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade [Semas] após o episódio com a Hydro, em uma tentativa de ser blindado, e ocupa novamente o cargo do qual foi exonerado em 2015 porque não estava dando conta. E agora ele vem brincar com a população falando uma frase dessas”, disparou. Tércio Nogueira, do PROS, foi mais inflamado e disse que o secretário deve desculpas ao Estado. “Deve ser no condomínio em que ele mora, depois de fechar várias portas e com vários policiais ao redor, já que ele é da Segup, que ele se sente seguro. Mas e quem mora em municípios onde até os prefeitos foram assassinados, como Tucuruí, Breu Branco e Goianésia?”, indagou. “17 policiais mortos em pouco mais de três meses e ele vem com uma fala louca, um devaneio desses? Não tente blindar seu governador, secretário. Assuma as dificuldades. Peça desculpas ao povo do Pará, que já acumula 600, 700 mortes nas costas esse ano”, sugeriu.

(Carolina Menezes/Diário do Pará)