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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira: 'As delícias da rivalidade'

Na semana passada, escrevi aqui sobre a resistência heroica dos campeonatos estaduais, fustigados por críticos poderosos e pelas fortes evidências de déficit. O tema volta à baila por força do entusiasmo que rodeia a fase decisiva do Parazão, com a centen

Na semana passada, escrevi aqui sobre a resistência heroica dos campeonatos estaduais, fustigados por críticos poderosos e pelas fortes evidências de déficit. O tema volta à baila por força do entusiasmo que rodeia a fase decisiva do Parazão, com a centenária dupla Re-Pa como protagonista digladiando-se pelo título máximo estadual e galvanizando atenções da torcida paraense.

Depois do terceiro confronto entre os rivais, os azulinos mostram-se em estado de graça com as três vitórias obtidas, sendo que a última conta ainda mais pela vantagem estabelecida para o duelo final, domingo. Não se anda na rua sem ver a torcida leonina em festa, vestindo a camisa e transmitindo a alegria no sorriso aberto.
Os bicolores, de sua parte, recolhem-se ao silêncio apaziguador e estratégico, guardando forças à espera de uma reviravolta gloriosa, capaz de redimir o time do desfavorável retrospecto de embates na temporada.

Como se trata de paixão desenfreada, cujas origens estão nas raízes e estratificações mais populares do Estado, as torcidas estão certíssimas em suas manifestações pós-clássico. As brincadeiras posteriores ao jogo são parte obrigatória do ritual do choque-rei, com papel tão importante na vida do paraense quanto a própria partida.
A graça só é compreensível aos que estão envolvidos no processo, com o sarro variando de intensidade de acordo com as características e humores de cada torcedor. Têm em comum, além de um ou outro exagero nas estatísticas, a certeza de que o gozador de hoje pode ser a vítima da gozação amanhã.

O esporte, como sabemos, é maravilhoso e fascinante porque não tem a marca opressora das coisas definitivas. Permite vitórias fabulosas a um lado e concede triunfos memoráveis a outros, nem sempre de imediato, mas com certeza de maneira generosa e democrática.

Em referência ao começo da conversa, as competições estaduais se inserem nesse processo a partir da condição privilegiada de porta de entrada de todas as paixões boleiras. É inescapável: começa-se a torcer sempre pelo time da rua, do bairro, da cidade ou do Estado.

Talvez pela força das paixões, como a que mobiliza azulinos e alvicelestes, os campeonatos estaduais estejam sempre presentes na vida das pessoas. Podem não ter o fascínio de competições mais caras e lucrativas, mas encanta pela força dos sentimentos que é capaz (ainda) de despertar.

Previsão de times (quase) completos para o último clássico

Na lista de baixas que remistas e bicolores têm sofrido nos últimos jogos e na previsão para a partida final, no próximo domingo, reina certo equilíbrio técnico e surgem perspectivas otimistas. Ao contrário do que se viu anteontem, os rivais devem ter força máxima, podendo alinhar os jogadores considerados titulares ao longo do Estadual.

O Papão não teve no último Re-Pa jogadores importantes, como Diego Ivo e Nando Carandina. Pior ainda: viu-se desfalcado de três titulares ao longo do jogo – Cassiano, Cáceres e Maicon Silva.

Entre os azulinos, Levy, Geandro, Martony e Felipe Marques foram as baixas, embora ao longo dos 90 minutos não tenha havido necessidade de substituição em face de contusões.

Para o confronto que vai decidir o título, a previsão é de que os dois lados estejam mais ou menos completos. Dado Cavalcanti tem problemas oriundos ainda do Re-Pa de domingo, mas trabalha com a possibilidade de ter de volta a zaga titular, Diego Ivo e Perema, com Nando Carandina voltando à marcação. Cassiano é dúvida, mas a única baixa confirmada é de Maicon, suspenso pelo terceiro amarelo.

No Remo, é quase certa a volta de Felipe Marques, peça fundamental do setor ofensivo, e de Levy à lateral direita, embora Gustavo tenha feito bom papel. Jayme já retornou à equipe, após longa ausência, constituindo-se em alternativa para Givanildo Oliveira.

Pikachu e as comparações com o corintiano da Seleção

Juca Kfouri levantou uma discussão polêmica, ontem, traçando uma comparação entre Fagner, lateral-direito reserva da Seleção de Tite, e Iago Pikachu, posicionando-se favoravelmente ao paraense. Mexeu em casa de marimbondos, fazendo torcedores corintianos descerem das tamancas em defesa do carniceiro Fagner, nome imexível na lista dos que irão à Copa.

Depois das recentes atuações, Pikachu virou assunto de todas as 300 mesas-redondas da TV brasileira. Divide opiniões quanto ao posicionamento mais adequado, mas coleciona elogios unânimes pelas qualidades que nós, paraenses, já conhecemos há tempos: facilidade para finalizações, bons dribles e cruzamentos certeiros.
Não vejo meios de fazer um paralelo entre Fagner e Pikachu porque ambos atuam em faixas diferentes do campo. O corintiano da Seleção é um lateral-direito à moda antiga, marcador e com eventuais subidas. Seria mais cabível comparar Pikachu e Taison, outro queridinho de Tite.

Pikachu é um ex-lateral-direito que, finalmente, encontrou o espaço certo para jogar: a segunda linha pelo lado direito, espécie de ala ofensivo ou meia-direita avançado, com liberdade para flutuações junto à área inimiga. Sob a batuta do técnico Zé Ricardo, no Vasco, Pikachu foi convencido a deixar de lado as responsabilidades defensivas – embora, às vezes, volte para ajudar a compor a marcação.

Antes de Zé Ricardo, ele passou por um período difícil em São Januário, quando Jorginho o deixou de lado, preferindo jogadores mais previsíveis e menos inquietos. Bem antes do Vasco, Pikachu havia tido a chance de optar pela parte ofensiva e foi orientado a fazer isso por Lecheva, mas insistiu em permanecer lateral-direito enquanto foi atleta do Papão.

A fase atual, que lembra o Pikachu confiante visto em seus melhores momentos na Curuzu, parece ser o alvorecer de uma evolução que pode fazer dele um jogador menos preso a esquemas e mais aberto a situações de jogo. Zé Ricardo entendeu bem essa peculiaridade.

Nesse sentido, Pikachu tem boas perspectivas de vir a seguir a trilha, respeitadas as necessárias proporções, de jogadores do mesmo porte físico (Marcelinho, Edilson) e habilidades semelhantes, com resultados interessantes tanto para o Vasco quanto para o próprio atleta. A conferir.

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