Na próxima semana, o Governo Federal lançará a iniciativa mais abrangente feita até hoje para difundir a microgeração de energia solar no país: serão quase R$ 3,2 bilhões disponíveis para financiar a instalação de placas fotovoltaicas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, é um dos principais entusiastas do tema.
De acordo com o portal Valor Econômico, os recursos proveem dos fundos constitucionais e têm juros muito abaixo das taxas de mercado e prazos mais longos de pagamento, justamente para que possam incentivar a geração própria em residências e estabelecimentos comerciais.
Uma reunião dos conselhos deliberativos das agências regionais de financiamento - Sudam, Sudene e Sudeco - está agendada para o dia 4 de abril a fim de aprovar essa nova fonte de crédito. O anúncio deve ser feito pelo presidente Michel Temer.
No caso da região Norte, por exemplo, atendida pelo Banco da Amazônia, as linhas de crédito devem ter juros anuais de 6,24% e 36 meses de prazo para a quitação do financiamento (e dois meses de carência).
Popularização da energia solar
Em entrevista ao Valor Econômico, Helder afirmou que este é um esforço para popularizar a energia solar no Brasil. "Agora queremos levar ao cidadão uma iniciativa com impacto econômico e social gigantesco”, explica o ministro.
Segundo a Absolar, entidade que reúne a cadeia produtiva do setor, o perfil dos consumidores da energia solar no país mostram um “gargalo” muito evidente: cerca de 70% dos microgeradores estão no segmento de comércio, prestação de serviços ou residências de renda média e alta.
Para Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Absolar, a pessoa física, que poderia ter os maiores ganhos do ponto de vista do custo-benefício com a instalação das placas fotovoltaicas, não é contemplada.
As vantagens desse utilizar esse meio energético são inúmeras: quem gera energia própria e joga o excedente no sistema interligado, via distribuidora, deixa de pagar conta de luz e acumula créditos para usar no futuro.
Energia solar no rio São Francisco
Além da disponibilização dos créditos, o Ministério da Integração Nacional e a Absolar estão
estão firmando um convênio para analisar a possibilidade de troca do fornecimento de energia ao projeto de transposição do rio São Francisco.
A ideia da iniciativa conjunta é instalar placas fotovoltaicas nas margens dos canais do São Francisco, onde há faixas de 100 metros em cada margem que já foram desapropriadas e que possuem espaço suficiente para a instalação das placas e de 270 de linhas de transmissão de energia em alta tensão (estas construídas junto com o projeto de transposição).
Placas fotovoltaicas irão beneficiar complexos com 40 mil famílias
Por fim, o ministro da Integração Nacional também irá propor a instalação das placas fotovoltaicas no perímetro de Itaparica (entre a Bahia e Pernambuco), que tem dez complexos de agricultura irrigada, nos quais vivem cerca de 40 mil famílias.
Os complexos apresentam alto consumo de eletricidade e abastecimento subsidiado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). A conta paga pela estatal é de de cerca de R$ 42 milhões anuais.
A ideia do Ministério da Integração é, com a instalação das placas, baratear o fornecimento de energia até que os subsídios não sejam mais necessários, permitindo uma “emancipação” dos agricultores, segundo Gustavo Canuto, presidente do conselho de administração da Codevasf.
(Com informações do portal Valor Econômico)
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