Moradores reclamam das mudanças no elevado da Augusto Montenegro

“Para atravessar é rezar e correr”, lamenta o técnico em informática, Allan Costa, 25, morador da Cabanagem, próximo da avenida Augusto Montenegro. Ele reclama da dificuldade para atravessar a via no perímetro do recém-inaugurado elevado José Augusto Affonso, que fica no cruzamento da via com a avenida Independência. Sem faixa, passarela ou semáforo, população precisa se arriscar entre os carros para conseguir chegar do outro lado.

“Eles mudaram o semáforo lá para entrada do Benguí, mais de 300 metros. Se a gente quiser atravessar de forma segura tem que dar uma volta enorme”, critica o rapaz. Para o pastor Wellington Pereira, 35 anos, a inauguração do elevado foi um castigo para a população local. “Pensaram nos carros, mas não pensaram na gente. É um absurdo não terem feito uma passarela aqui, é direito do povo”, reclama.

Ele também critica a mudança da parada de ônibus, que antes era em frente a um supermercado, na esquina com a Independência, e agora está há várias quadras mais distante. “A gente já anda muito para chegar até aqui, agora tem que andar ainda mais para pegar ônibus”, complementa.

O mecânico Jerônimo Barbosa, 52, que também é vendedor autônomo, com um ponto no perímetro pela parte da noite, conta que as mudanças só têm servido para aumentar a criminalidade da região. “Diminuiu muito o fluxo de pessoas aqui, então quem se arrisca, é assaltado”, denúncia. “Não tem faixa, não tem parada, não tem nada. Ainda por cima não tem viatura. Falta de planejamento total”, critica.

RESPOSTA

Em nota, a Prefeitura de Belém informa que o deslocamento da faixa de pedestre foi necessária em virtude da sinalização anterior estar muito próxima às rampas de entrada e saída do elevado.A nota informa ainda que a nova faixa foi implantada dentro dos padrões de segurança exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro, cerca de 200 metros adiante, garantindo a travessia segura e total visibilidade da faixa por parte dos veículos que descem do elevado. “Com o deslocamento da faixa foi necessária a transferência das paradas de ônibus, que demandam travessia de muitos usuários para embarque e desembarque dos coletivos. Isso também garantiu fluidez ao trânsito sem deixar de atender as necessidades da população que mora, estuda ou frequenta a área”, completou.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)