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Delegado diz que Estado não tem políticas para segurança

Dados obtidos pelo DIÁRIO no Sistema Integrado de Segurança Pública mostra que, nos dois primeiros meses de 2018, foram registradas 750 mortes violentas. Foram 434 em janeiro, sendo 370 homicídios, e outras 316 mortes no mês passado, incluindo 259 assassi

Dados obtidos pelo DIÁRIO no Sistema Integrado de Segurança Pública mostra que, nos dois primeiros meses de 2018, foram registradas 750 mortes violentas. Foram 434 em janeiro, sendo 370 homicídios, e outras 316 mortes no mês passado, incluindo 259 assassinatos, o que dá uma média diária de quase 13 mortes violentas por dia no Estado. Diante da realidade alarmante, o fato: O delegado Cláudio Galeno, diretor de Polícia Especializada, admitiu que o Estado não possui políticas públicas de longo prazo para resolver o problema.

Galeno representou, na tarde de ontem (19), o delegado geral Rilmar Firmino, durante sessão especial sobre violência na Assembleia Legislativa do Estado (Alepa). O evento, proposto pelo deputado estadual Carlos Bordalo (PT), reuniu ainda lideranças de outros partidos e da Igreja Católica, como o padre Bruno Secchi, e abordou a campanha da fraternidade 2018, que tem o tema “Fraternidade e Superação da Violência - Em Cristo Somos Todos Irmãos (Mateus 23,8)”.

Durante a sessão, menos se falou da campanha em si e ficou patente na fala de autoridades e populares o descontrole do Estado em agir de forma eficiente no combate à violência. Seu Valdivino Moraes, liderança do bairro do Marco, lembrou de dois homicídios ocorridos nos últimos dias, um na avenida João Paulo II e outro na travessa Estrela, e cobrou políticas públicas. “Todos os dias vemos na nossa frente assassinatos e roubos acontecendo no Marco. Temos de ver o que está acontecendo. Por que a violência impera?”, perguntou. “No nosso bairro não tem uma praça, um espaço para as crianças jogarem futebol, não tem saneamento básico, as crianças brincam nos canais. Tudo isso influencia”, disse Valdivino.

Durante a audiência, o padre Bruno Secchi lamentou a situação degradante da violência no Pará. (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

O próprio delegado Claudio Galeno reconheceu que o Estado faz pouco no sentido da criação de políticas públicas voltadas para a área sociocultural, o que poderia a longo prazo surtir efeito para a diminuição da violência. “Se o Estado não faz política social, existem consequências para todo o sistema de segurança pública. Em 80% da Região Metropolitana de Belém não se tem saneamento. Faltam creches. Se não tiver ações com saúde, educação, toda a violência desemboca na segurança”, admitiu.

CULTURA

A diretora de projetos da Fundação Pro Paz, Eugênia Fonseca, tentou balancear a discussão com dados da entidade: de 2004 a 2017, mais de 45 mil crianças, adolescentes e mulheres que sofreram algum tipo de violação de direitos foram atendidos. Mas também admitiu que os esforços ainda são poucos e que houve cortes de verbas, o que impossibilitou a ampliação dos projetos.

O padre Bruno Secchi, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lamentou a situação degradante da violência no Pará e concluiu: “Somos uma sociedade doente, com o risco de nos tornarmos uma sociedade insensível. Grupos fardados ou não, de milícias, não podem decidir quem vive e quem morre nas periferias. Além disso, as formas de exclusão social também não são formas de violência?”, indagou.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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