Governo finalmente responde qual o significado do 'mosquito gigante' do Parque do Utinga

Mesmo com a longa demora na conclusão da obra, o Parque Estadual do Utinga, inaugurado na última sexta-feira (19), é um espaço que estava sendo esperado pela população paraense carente deste tipo de investimento público. Foram necessários R$ 40 milhões de reais para a construção do parque.

Entre os vários atrativos, muitas obras de arte estão espalhadas pelo espaço, e entre elas, uma, acabou chamando mais a atenção dos visitantes: a réplica de um mosquito Aedes Aegypt em tamanho grande, feita com fibra de vidro, próximo à entrada do local.

A arte criada pelo artista plástico Raimundo Calandrino dividiu opiniões e gerou dúvidas em muitas pessoas a respeito de sua finalidade. Na inauguração e durante todo o final de semana foi recorrente encontrar pessoas curiosas sobre a obra.

Rapidamente a dúvida também se expandiu pelas redes sociais e o mosquito virou até mesmo motivo de piada por parte de alguns internautas; outros preferiram elogiar a iniciativa do artista (veja abaixo).

Para admirar e alertar

Questionada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado (Secom) esclareceu sobre as finalidades do “mosquito gigante”.

A Secom informou que os insetos também fazem parte das diversas espécies da biodiversidade local e que a obra de arte foi uma forma de “educação ambiental” por parte do governo do Pará.

“Além de vacinação e outras ações preventivas na área de saúde, a educação ambiental é a principal arma para combater esse mal. Logo, o Parque, além de ser um espaço propício para o lazer e contemplação, vai cumprir outra função fundamental com crianças, jovens, adultos e idosos que freqüentam o Peut: fortalecer a educação ambiental com a conscientização com os cuidados que devem ser tomados para o respeito ao meio ambiente e a prevenção de doenças”, informou o Governo do Estado.

Se a medida irá surtir algum efeito ou não, o fato é que o mosquito gigante continuará no local, para ser apreciado por quem gosta, e para fazer um alerta a todas sobre as doenças transmitidas pela espécie.

Autor explica como começou o projeto

O artista plático Raimundo Calandrino explicou para a reportagem como começou a traçar o esboço da obra, surgida após uma proposta de conscientização.

“A proposta surgiu no ano passado, em 2017 pela Secretaria de Cultura. Fui chamado para desenvolver uma escultura para o parque que precisaria ser grande e tivesse uma relação com o espaço. Os estudos em maquete já tinham previsto um inseto para área do Utinga, e ficou acertado de ser o mosquito Aedes”, conta o artista, que lembra de que naquele período a preocupação sobre a proliferação do mosquito cresceu muito entre os paraenses, principalmente após o surto nacional de Zika.

Sobre o significado de sua obra, Raimundo prefere deixar para interpretação do público, mas fala sobre as ideias gerais. “A ideia era fazer um trabalho de conscientização, mas na verdade tem vários conceitos inseridos com o espaço e área como um todo".

(Igor Wilsn/DOL)