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Estação da Cosanpa que atende 500 mil pessoas pode entrar em colapso

O sistema de abastecimento de água de Belém corre risco, em vários pontos, de entrar em colapso e deixar a população por dias e até semanas com as torneiras secas. As denúncias sobre a precária situação do órgão são feitas tanto por ex-servidor quanto por

O sistema de abastecimento de água de Belém corre risco, em vários pontos, de entrar em colapso e deixar a população por dias e até semanas com as torneiras secas. As denúncias sobre a precária situação do órgão são feitas tanto por ex-servidor quanto por membros do Sindicato dos Urbanitários do Estado do Pará, e possuem em comum um mesmo ponto: a falta de investimentos do Governo Estadual, que mantém o foco fixo no repasse da Companhia de Abastecimento do Pará (Cosanpa) para a iniciativa privada.

No começo deste mês, o DIÁRIO denunciou a situação da Estação Elevatória que abastece nada menos que 9 bairros da capital paraense (Guamá, Cremação, Canudos, São Brás, Terra Firme, Jurunas, Condor, Batista Campos e Pedreira), e que tem sua bomba correndo o risco de romper. Se isso ocorre, cerca de 500 mil pessoas seriam afetadas.

A assessoria de comunicação da Cosanpa disse, no começo do mês, que a gestão tem ciência do problema e que há um cronograma de trabalho criado para os reparos, em um primeiro momento, para os próximos 30 dias, a partir daquela data - e que, quando ocorrer, vai causar transtorno pela suspensão do fornecimento de águapor algumas horas.

A denúncia publicada no último dia 1º, na coluna Repórter Diário, veio de um ex-servidor que prefere não se identificar, e que relata ter visto mais de um gestor enfrentar negativas por parte do Poder Executivo na hora de solicitar recursos para reparos na Estação Elevatória e em outros pontos do sistema de abastecimento. Ele reforça a complexidade do problema de ter de lidar com uma situação emergencial de uma bomba situada 5m abaixo do solo e cercada por uma parede de concreto de 1,5m de largura, um conserto que exigiria um tempo mínimo de 15 dias para ser finalizado.

VENDA

“Há responsável técnico para isso, era para ter sido feito há muito tempo. Mas, a cada vez que isso era levado ao governador (Simão Jatene), ele dizia estar mais interessado na venda da Cosanpa e deixava de lado. Isso é um martírio na vida de qualquer gestor que passou por lá. Hoje só a manutenção não adiantaria mais, tem que trocar, está tudo oxidado”, revela o denunciante. “Até mesmo um reparo é perigoso porque, se rompe tudo, o volume de água que vem da estação é grande e vai inundar a casa de máquinas”, alerta.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o ex-servidor lembra que em 2016 houve um problema com uma tubulação semelhante, só que mais próxima do solo e soterrada apenas por areia. Ainda assim, foram necessários dois dias de conserto, porque todo reparo só pode ser feito de madrugada, já que o calor dilata os tubos.

“Em outro episódio, faltou água por conta de um rompimento na Almirante Barroso que durou ‘apenas’ 8h. E nesse meio tempo o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) e a Santa Casa de Misericórdia precisaram mandar carro-pipa ir buscar água no rio para abastecer suas caixas d’água”, recorda. “Esse é um problema que há em outros pontos das estações da Cosanpa, todas prestes a colapsar por algum motivo”, lamenta.

José Bianor Pena. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

ÓRGÃO PASSA POR PROCESSO DE SUCATEAMENTO

Secretário-geral do Sindicato dos Urbanitários, Pedro Góes afirma ter conversado recentemente com um diretor operacional da Cosanpa que confirmou sobre o início dos reparos da Estação Elevatória. O conserto deve exigir que o abastecimento seja suspensa por cerca de 15 horas em algum momento, mas que qualquer alteração será avisada previamente.

“Isso acontece porque a Cosanpa passa por um processo de sucateamento que já dura anos durante a gestão Jatene. Ele usa a mesma estratégia da privatização da Celpa: para de investir, não aporta recursos, não deixa a empresa fazer empréstimos para se capacitar, se modernizar, e vem com discurso de que privatizar melhora, o que a gente sabe que não é verdade”, analisa Góes, que aponta ainda outro problema ocorrendo dentro do órgão: a transformação da Cosanpa em nicho de apadrinhados.

“A empresa é viável, mas o Governo não quer recuperá-la como um todo, já que existe o monopólio da água. O resultado é esse cenário horrendo. Dos diretores atuais só há um efetivo, o resto é ‘apadrinhado’”.

Diretor-presidente da mesma sindical, José Bianor Pena diz que inclusive o Ministério Público e Justiça foram acionados. “Não gosto de dizer que o problema é a Cosanpa porque não é. São os seus acionistas, é o Governo do Estado. Sem manutenção não há como fazer nada”.

RESPOSTA

Por meio de nota, a assessoria de Comunicação da Cosanpa informou que a tubulação de saída das bombas da estação elevatória de água tratada do Bolonha sofreu um processo de corrosão natural que é do conhecimento da empresa e que vem sendo monitorado. A Companhia diz que está desenvolvendo soluções para o problema em duas etapas. A primeira é a substituição do trecho atingido pela corrosão no prazo de 30 dias. Depois está prevista a completa substituição do barrilete de recalque (peça comprometida) em prazo a ser divulgado. O órgão nega qualquer risco de colapso no abastecimento de água.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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