Vacinas são item importante para a saúde de grávidas e seus filhos

Quando a mulher está grávida, são muitas as mudanças de hábitos que precisam ser feitas para garantir o melhor para ela e para o bebê. Por exemplo, não pode mais consumir bebida alcóolica nem fumar e é preciso tomar cuidado com a alimentação. No entanto, muitas gestantes no Brasil ainda desconhecem a importância da vacinação nessa fase, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Responsáveis por prevenir infecções e até doenças graves, as vacinas são métodos seguros de proteção e estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Isabela Ballalai, presidente da SBIm, as grávidas devem tomar algumas vacinas específicas: contra a gripe, hepatite B, dupla bacteriana do tipo adulto (conhecida como DT, contra a difteria e tétano), e a tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa, que previne também contra coqueluche). Em momentos de epidemia de uma doença, outras vacinas incorporam esse calendário. “A vacinação de gestantes é uma estratégia segura, eficaz, disponível e de baixo custo para o Estado”, afirma.

PREVENÇÃO

A autônoma Joice Costa, 24 anos, na primeira gestação não sabia que precisava tomar vacinas. “A enfermeira me orientou que eu precisava cumprir esse calendário de vacinas e explicou a importância de cada uma, o que me deixou tranquila”, recorda. Hoje, grávida de oito meses da 3ª filha, continua fazendo a imunização. Apesar de já ter tomado todas as vacinas necessárias nas gestações anteriores, fez questão de, desta vez, reforçar a dTpa e tomar a de gripe novamente. “É importante saber que minha bebê e eu estamos com a saúde em dia. Tomar as vacinas não dá trabalho nenhum e é tudo gratuito. Então, não tem por que não ter esse cuidado”, acredita.

Segundo a presidente regional (Rio de Janeiro) da SBIm, Flávia Bravo, a vacina previne não apenas doenças como também evita problemas como o parto prematuro, malformação do feto e até mesmo aborto espontâneo. “Proteger a gestante é de suma importância, porque protege pelo menos duas vidas”.

Caso a mulher esteja se programando para engravidar, o ideal é que ela converse com seu médico o quanto antes, já que há vacinas que são recomendadas para tomar antes da gravidez, como a contra a rubéola e varicela (catapora), doenças que para a gestante não são graves, mas que para o bebê podem ter consequências, como problemas de audição.

Quem for ter contato constante com o bebê, como o pai e os avós, também devem estar em dia com as vacinas que são recomendadas aos adultos, como para a gripe e catapora. “A família deve fazer revisão do seu calendário de vacinação para minimizar os riscos do bebê adquirir esse tipo de doença”, recomenda Flávia.

SOCIEDADE DE IMUNIZAÇÕES FAZ CAMPANHA DE ORIENTAÇÃO

A Sociedade Brasileira de Imunizações lançou, no dia 8 passado, a campanha “Calendário de vacinação da gestante: um sucesso de proteção para mãe e filho”. O objetivo é sensibilizar a população da importância da vacinação para as grávidas. O projeto tem o apoio do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Infectologia. A iniciativa inclui a distribuição, nas unidades de saúde do País, de 2 milhões de folhetos, 180 mil cartazes e material para apoiar os médicos, além de inserções em relógios de vias públicas. Para as gestantes, foi criado o site www.vacinasparagravidas.com.br.

Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Nazaré Athayde, as vacinas recomendadas para as grávidas estão disponíveis nas unidades de saúde de Belém que possuem salas de vacinação. “No momento em que a mulher descobre que está grávida, deve procurar uma unidade de saúde e revisar seu calendário de vacinação”.

CALENDÁRIO DE VACINAÇÕES

Gripe - Deve-se tomar o quanto antes. Uma dose única em cada gestação. A campanha nacional deste ano iniciará em 14 de abril.

Hepatite B - Deve-se tomar o quanto antes. Gestantes não vacinadas devem iniciar ou completar o esquema de três doses ao longo da gestação.

Dupla do tipo adulto (dT ) - Deve-se tomar o quanto antes. A vacina protege contra difteria e tétano e a gestante não vacinada deve tomar em uma ou duas doses.

Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) - A partir da 20ª semana (5º mês). Protege contra difteria, tétano e coqueluche e deve ser repetido em todas as gestações.
Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

(Alice Martins Morais/Diário do Pará)