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Belém tem cerca de 800 moradores em situação de rua

A data exata de quando foi parar nas ruas, Jonas Cardoso Machado não sabe. Mas os motivos que o deixaram sem teto, ele conta com exatidão. “Depois que minha mãe morreu, meu irmão, meu primo e eu ficamos sem casa. Meu padrasto vendeu para gastar com drogas

A data exata de quando foi parar nas ruas, Jonas Cardoso Machado não sabe. Mas os motivos que o deixaram sem teto, ele conta com exatidão. “Depois que minha mãe morreu, meu irmão, meu primo e eu ficamos sem casa. Meu padrasto vendeu para gastar com drogas”, revela. Sem a moradia no bairro da Marambaia, em Belém, eles passaram a desbravar a região do complexo do Ver-o-Peso, devido à fartura de alimentos no local. Hoje, aos 21 anos, ele encontrou uma companheira e a ocupação de flanelinha para garantir, pelo menos, o complemento da comida.

Durante o dia, a família de Jonas se abriga na Praça do Dom Pedro II, onde a reportagem do DIÁRIO conversou com eles, enquanto assavam um peixe em uma churrasqueira improvisada sobre a grama. O pescado, de menos de dois quilos, era para alimentar os quatro, apenas com farinha de acompanhamento. “O pouco é dividido para todos. Comemos isso quase todos os dias”, conta. O banho e as necessidades são feitos próximos à beira do rio.

Quando chove, eles procuram se abrigar debaixo de cobertas de lojas. No entanto, com medo da violência, a família dorme em frente ao PM box, no Ver-o-Peso. “A vida é difícil, tenho saudade de casa, mas não quero ir para abrigo”, afirma.


A realidade de Jonas se assemelha a de milhares de outras pessoas no País. Mesmo com poucos estudos sobre o tema - que dificulta a formulação de politicas públicas -, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o Brasil tinha 101 mil habitantes em situação de rua, em 2016.

Ontem, a Fundação Papa João XXIII (Funpapa) divulgou dados do primeiro balanço sobre a situação nos anos de 2015 e 2016. “Esse é um trabalho relativamente novo. Registramos neste período 800 atendimentos nos oito centros de atuação da Funpapa”, destaca Célia Borges, coordenadora do setor de Vigilância Socioassistencial da Fundação.

Atualmente, 90 pessoas são acolhidas pelo órgão em centros especializados em São Brás e Icoaraci; 79% desta população é composta por homens, levados à rua por dois fatores mais recorrentes: o uso de drogas e o desemprego. “As mulheres geralmente se abrigam em casa de família. Já os homens são vistos como provedor e, sem saída, vão parar na rua”, relata.

APROXIMAÇÃO

Muitas vezes desconfiados, a aproximação com essa população deve ser feita gradativamente. “O primeiro passo é observar. Se eles nos aceitarem, nos aproximamos. Nunca invadimos o espaço de ninguém”, explica Ana Paula Miranda, educadora social de rua. Não acordar quem mora na rua é uma regra. “Ali é a casa deles, tem de respeitar a privacidade”.

Os técnicos oferecem abrigos, serviços de saúde, cuidados com higiene e alimentação, retirada de documentação e acompanhamento psicológico, mas nem todos aceitam.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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