Desde a entrada no mercado de trabalho, aos 20 anos, Thyago Rosa tinha um plano definido para a carreira profissional. Para que conseguisse progredir, independentemente da função que estivesse exercendo no momento, ele investiria em qualificação profissional. Hoje, aos 30 anos, o administrador soma cursos de aperfeiçoamento à graduação e sente a diferença ao participar de seleções.
Thyago conta que iniciou a carreira em funções em que precisava manter um relacionamento direto com o cliente. De imediato, ele buscou cursos de qualificação nas áreas de excelência no atendimento ao cliente e informática. A empresa de companhia aérea onde trabalhava também foi um diferencial: a cada três meses, os funcionários precisavam passar por treinamentos e Thyago aproveitou as oportunidades.
Logo o jovem percebeu que precisaria cursar uma graduação. Formou-se em administração e, ainda assim, não abandonou a procura por cursos, como os de processos gerenciais e inglês. “Eu sabia que a qualificação faria diferença”, conta, ao lembrar que a busca por conhecimento não parou nem mesmo quando ele ficou sem um emprego formal. “Há mecanismos em que você consegue fazer os cursos de forma gratuita. Então, nesse período, eu foquei nisso para manter o meu currículo sempre atualizado”.
Consciente do investimento realizado ao longo de todos esses anos de preparação, Thyago teve a confirmação da importância da qualificação profissional justamente enquanto buscava uma recolocação no mercado.
No período de seis meses em que ficou sem carteira assinada, o administrador foi chamado para mais de dez entrevistas de emprego. Em meio à busca por vagas que ele se identificasse, a esperada contratação veio para a função de auxiliar de compras. “Eu percebi que os cursos de qualificação fizeram a diferença na seleção e hoje estou bastante satisfeito”, conta Thyago, deixando claro que a conquista não interromperá a procura pela evolução constante. “Agora estou iniciando uma pós-graduação em gestão de recursos humanos.”
O caminho do aperfeiçoamento traçado por Thyago, sem dúvida, chama a atenção dos empregadores, hoje. Mas não apenas isso. Para o diretor de uma empresa de gestão empresarial, Bruno Kato, a qualificação profissional é fundamental. Porém, o seu entendimento precisa ser ampliado. “Nós entendemos a qualificação profissional não apenas como o conhecimento adquirido, mas a junção dele com as habilidades e competências associadas”.
AVALIAÇÕES
Bruno explica que, na empresa em que atua, os processos seletivos costumam ser realizados por organizações especializadas nesse tipo de recrutamento. Porém, durante a entrevista final - realizada já pela empresa contratante-, aspectos comportamentais também costumam ser avaliados. “Buscamos quem tenha qualificação, mas que também tenha iniciativa para a solução de problemas, criatividade, boa relação interpessoal, inteligência emocional para lidar comproblemas”, destaca.
Diretor de recursos humanos da Trainee RH, Thallys Ferreira confirma que o bom relacionamento interpessoal é uma das características mais solicitadas pelos empregadores hoje, independentemente da área de atuação. Quando iniciam um processo de seleção, os contratantes ficam de olho no profissional que é qualificado e que busca se manter atualizado. “Mesmo o profissional que está empregado não deve deixar de se reciclar. A pessoa precisa estar pronta para assumir novos desafios assim que surgirem.”
Bruno Kato entende a qualificação profissional não apenas como o conhecimento adquirido, mas a junção dele com as habilidades e competências associadas (FOTO: WAGNER SANTANA)
Informática e outras áreas
Apontado como diferencial já há algum tempo, o conhecimento em informática é fundamental. Thallys Ferreira aponta que, como a tecnologia está muito mais próxima das pessoas, nem sempre é necessário que o profissional tenha um certificado em cursos de informática básica, mas é imprescindível que ele saiba lidar com as ferramentas mais utilizadas. “Hoje, é inimaginável um profissional que não sabe lidar com a tecnologia.”
Thallys explica que os cursos em geral devem ser buscados de acordo com o nível de escolaridade, cargo pretendido e área de atuação. Para os profissionais com nível superior, o diretor de RH aconselha a realização de uma pós-graduação, um MBA e ainda treinamentos comportamentais e de liderança. Já para as funções de nível médio, podem ser realizados cursos técnicos na área de atuação do profissional, buscando manter-se atualizado com relação às normatizações que a função possa exigir. Os cursos de idiomas também são importantes.
CUIDADOS
Independentemente do curso escolhido, o presidente da Associação Proativa do Pará, Edivaldo Meireles, alerta que é necessário pesquisar com cuidado a procedência de quem os oferece. “Deve verificar se o curso tem origem, se a empresa que oferece está registrada no Conselho Estadual de Educação ou cadastrada pelo Ministério do Trabalho”, aconselha. “Tendo isso em mente, ele pode pesquisar o que o mercado espera do profissional daquela área. Hoje temos muitas opções no mercado. Então ele pode buscar o curso que melhor se encaixa nos seus objetivos”.
CURSOS GRATUITOS - FGV |
SERVIÇO
- O AUXILIAR DE COMPRAS THYAGO ROSA APONTA DICAS PARA QUEM PENSA EM BUSCAR QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
1 - Tenha iniciativa para sair da zona de conforto e buscar evolução em sua formação.
2 - Aproveite as plataformas de cursos gratuitos. A plataforma Prime Cursos oferece cursos gratuitos e online. A cada quatro módulos realizados, você consegue um certificado.
3 - Por mais cursos de qualificação que você tenha, selecione e inclua no currículo apenas os que tenham relação com a vaga concorrida ou com suas pretensões profissionais.
- DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS DA TRAINEE RH, THALLYS FERREIRA APONTA ALGUNS CURSOS QUE PODERIAM SER RELEVANTES DE ACORDO COM A ÁREA DE ATUAÇÃO PRETENDIDA
1 – Setor Comércio – curso de atendimento ao cliente ou de gestão de tempo.
2 – Setor Serviços – cursos de atendimento ao cliente ou 5S (curso baseado em cinco premissas japonesas utilizadas para organizar um ambiente de trabalho e a forma de se trabalhar para alcançar a qualidade no serviço).
3 - Indústria – cursos de Normas Regulatórias (NR) voltavas para cada área de atuação profissional, como por exemplo o curso de NR35, regulamento que estabelece os requisitos mínimos de proteção parao trabalho em altura.
- O DIRETOR DE UMA EMPRESA DE GESTÃO EMPRESARIAL BRUNO KATO REVELA ALGUMAS PERGUNTAS REALIZADAS QUANDO AVALIAM UM CANDIDATO
1 – O que você já realizou na vida (profissional ou pessoalmente)?
2 – Como você constituiu essa realização?
3 – Que competências você entende que possui que lhe ajudaram a chegar a esse resultado?
(Cintia Magno/Diário do Pará)
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