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Chuva como no fim de semana só ocorre a cada 40 anos, diz especialista

Dois dias de chuvas quase que ininterruptas em Belém, no sábado e no domingo, significaram, em índices pluviométricos, 1/3 do que o Instituto de Meteorologia (Inmet) costuma registrar em março, sempre considerado o mais chuvoso no Pará. Tanta água chamou

Dois dias de chuvas quase que ininterruptas em Belém, no sábado e no domingo, significaram, em índices pluviométricos, 1/3 do que o Instituto de Meteorologia (Inmet) costuma registrar em março, sempre considerado o mais chuvoso no Pará. Tanta água chamou a atenção da população, e não é para menos. Segundo especialistas, essa quantitade de chuva é um fenômeno raro, que ocorre apenas a cada 30 ou 40 anos.

Para quem já não aguenta mais os transtornos causados pelas enchentes que tomaram conta da cidade no fim de semana, a boa notícia é que os fenômenos meteorológicos que causaram esse cenário têm prazo de validade relativamente curto e, portanto, a partir de hoje o sol deve aparecer em alguns momentos e o aguaceiro tende a diminuir. Mesmo assim, é bom ficar atento, porque a previsão para até a metade do mês é ainda de chuvas constantes com poucos intervalos, só que em menor intensidade.

Diretor do Inmet no Pará, José Raimundo Abreu explica que a situação se deve à junção de três fatores: o fenômeno “La Niña”, no Pacífico Equatorial, a zona de convergência do Atlântico Sul posicionada mais ao norte e a zona de convergência intertropical, que migrou do hemisfério Norte para o Sul, se aproximando a apenas um grau de latitude da Linha do Equador. “Temos ainda um sistema atmosférico frontal do Hemisfério Norte convergindo umidade desde a costa oeste da África, alimentando a zona intertropical, e que fica ativo por até 48 horas com chuvas fracas e moderadas, só que com pouquíssimos intervalos e pausas”, detalha. “A partir de agora vai enfraquecendo, mas até os dias 12 ou 15, teremos muitas chuvas”, antecipa o especialista.

Temporal começou por volta das 10h de sábado e só terminou no começo da tarde de domingo. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

Abreu explica que esse tipo de fenômeno, que resulta em tantas horas de chuvas sem parar, tem ciclos que demora décadas para se repetir. “Com certeza houve nos anos 70, não me recordo de termos algo parecido dos anos 2000 pra frente”, avalia. Só para se ter uma ideia do tanto de água que caiu, até às 10h de ontem, os índices pluviométricos do Inmet no Pará registraram 140mm de chuva só neste período, sendo que em março a média histórica fica por volta dos 412,5mm - podemos dizer, então, que Belém teve, em dois dias, o que se tem em dez dias do mês mais chuvoso de todos os anos. E com temperatura máxima de 26 graus.

POPULAÇÃO TEVE DE SE VIRAR PRA ENFRENTAR ALAGAMENTOS

Ontem de manhã, quando a chuva ainda era fina, dava até para ter uma esperança de que o dia não seria tão difícil. Mas bastou chegar perto da hora do almoço que o céu voltou a ficar branco e um novo temporal se armou. Em pontos periféricos dos bairros do Marco, Pedreira, Terra Firme e Canudos, a cena mais comum era ver os moradores “enfrentando” as enormes poças que fechavam ruas e travessas inteiras para conseguir sair de casa - a pé, de carro ou de bicicleta. Até na pista do Aeroclube de Belém, na Av. Júlio César, era possível ver a pista inteiramente coberta por lâminas d’água. O túnel do Entroncamento passou a manhã interditado nas duas vias, de tanta água que acumulou no trecho. Na Barão do Triunfo, próximo à Passagem Pio X, no bairro do Marco, enquanto a equipe fazia a reportagem, uma mulher idosa chegou a cair e se machucar tentando atravessar um desses pontos em que água chegava acima do joelho, sendo imediatamente amparada por um vizinho.

“Temos essa casa aqui há 19 anos, nunca foi diferente. O que a gente vê de obra na televisão é propaganda. O prefeito tinha que passar um mês morando em cada um desses lugares que enche para saber o que a gente passa”, declarou a aposentada Lourdes Ferreira, moradora do mesmo perímetro. “Não precisa chover 12 horas para ficar assim. Choveu um pouco mais forte, enche. E são dois dias para secar”, lamentou.

Quem precisou sair de casa, teve que ter coragem. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

Não muito longe dali, na Travessa Mauriti, próximo ao canal José Leal Martins, o motorista Josias Martins contou que a casa dele não alagou porque fica em um nível mais alto da rua. “Mas a água veio no joelho para eu conseguir botar o pé na rua. Hoje está é seco em comparação ao que estava ontem [sábado]”, relatou. Ele saiu para conseguir comprar o almoço em um ponto de venda de frango assado onde os donos contaram ter precisado “calçar” e “levantar” toda a estrutura que utilizam para conseguir trabalhar no dia anterior.

SEM FOLIA

Por volta do meio-dia, a equipe de reportagem do DIÁRIO foi conferir a situação da Av. Marechal Hermes, onde deveria ter ocorrido a estreia do novo corredor da folia do Carnaval de Belém. Com as pistas completamente alagadas em até um metro de altura no primeiro dia de desfiles, sábado, a Prefeitura acabou por adiar o evento para ontem à noite. Como a chuva estava começando a engrossar, não havia alagamentos formados, mas o nível do canal da Doca subia rapidamente e dava a entender que se o clima continuasse ruim, tudo poderia encher novamente.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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