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Zenaldo ignora empresário que quer administrar o Pórtico Metrópole

A inoperância da Prefeitura de Belém em manter minimamente espaços públicos levou a iniciativa privada a pedir para assumir a manutenção de um desses locais: o Pórtico Metrópole, inaugurado em 2011 na administração do ex-prefeito Duciomar Costa. O DIÁRIO

A inoperância da Prefeitura de Belém em manter minimamente espaços públicos levou a iniciativa privada a pedir para assumir a manutenção de um desses locais: o Pórtico Metrópole, inaugurado em 2011 na administração do ex-prefeito Duciomar Costa. O DIÁRIO vem denunciando esse descaso há três anos. O espaço, que deveria servir para dar mais segurança aos cidadãos na travessia de um dos pontos mais movimentados da BR-316, foi relegado ao abandonado nas gestões de Zenaldo Coutinho. “É uma total irresponsabilidade do atual prefeito com a nossa cidade”, dispara o empresário Oscar Rodrigues, um dos sócios do Grupo Líder e administrador do Castanheira Shopping Center.

Ele afirma que a prefeitura descumpriu o que havia sido acertado desde o início do projeto. “Fomos procurados pelo Duciomar que queria resolver o problema de travessia naquela área. Mas, para construir o pórtico, precisava desapropriar uma área dentro do nosso imóvel. Isso foi feito mas a prefeitura nunca nos pagou”, revela Rodrigues. O empresário diz que Zenaldo, que assumiu a prefeitura em 2013, abandonou o espaço. “Ali virou uma concentração de tudo o que de pior existe na nossa sociedade. Os equipamentos que custaram mais de R$ 10 milhões estão abandonados e sucateados. As escadas rolantes e elevadores estão parados e os banheiros abandonados”.

No 1º semestre do ano passado, Rodrigues se reuniu com o prefeito Zenaldo para mostrar a gravidade da situação e o quanto ela prejudicava a cidade. Na época, o empresário fez uma proposta: assumir o equipamento por meio de uma Parceria Público Privada (PPP). “Solicitamos que a prefeitura recuperasse e colocasse os equipamentos para funcionar e nos desse para administrar. Calculamos que o valor mensal seria em torno de R$ 150 mil. Em troca pedimos um abatimento no IPTU para compensar as despesas. O prefeito nunca nos respondeu”. Para amenizar a situação, o shopping colocou segurança privada na entrada do empreendimento. ”A situação é a pior possível”, diz. O espaço também já foi cenário de um homicídio, ocorrido em 16 de outubro do ano passado. Um homem foi morto a tiros embaixo do pórtico, por volta das 20h30.

Rodrigues afirma que o pórtico “é um patrimônio da cidade que vem sendo destruído por causa do descaso do poder público. Os clientes ficam assustados com a violência naquela área”. Em nota a Secon, órgão que administra o Pórtico Metrópole, informa que “realiza diariamente ordenamentos do comércio informal na área, a fim de garantir o livre acesso dos pedestres no espaço”.

LIMPEZA

A Secon diz que a limpeza do Pórtico é feita todos os dias, das 7h às 16h, por dois agentes da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan). Ressaltou ainda a existência de um posto fixo da Guarda Municipal de Belém, “que dá apoio às rondas realizadas pelos efetivos no espaço”. Sobre a manutenção dos equipamentos, a Secon afirma que está em fase final o processo licitatório para a contratação da nova empresa que fará a manutenção corretiva e preventiva dos elevadores e escadas rolantes.

Disse, também, que aguarda o posicionamento da direção do shopping Castanheira para assumir a administração e manutenção do Pórtico Metrópole, “já que é de iniciativa da Prefeitura de Belém firmar parceria com o estabelecimento em benefício dos frequentadores do espaço”.

Oscar Rodrigues reafirma: procurou pessoalmente o prefeito Zenaldo Coutinho em abril do ano passado e fez uma proposta verbal de assumir o espaço recuperado pelo município e, em troca, ter um desconto no IPTU do terreno do shopping. “Como o prefeito nos ignorou, também procuramos a Secon e fizemos a mesma proposta, mas também não nos responderam nada. Até hoje somos solenemente ignorados. Só assumimos o pórtico nessas condições: espaço pintado, equipamentos recuperados e funcionando, além de vigilância da Guarda Municipal. A partir daí, nessas condições, nós cuidamos no espaço”.

Cenário é de completo abandono

O DIÁRIO esteve na tarde de quarta-feira (31) no Pórtico Metrópole. A impressão de quem chega no local é a pior possível. Na entrada, muitos ambulantes vendendo guloseimas, aparelhos eletrônicos piratas e chips de celulares. Também na entrada fica o primeiro elevador, totalmente sujo e sucateado, com a porta cheia de lixo e cadeiras velhas. As escadas rolantes não funcionam.

O engenheiro civil Dinarte de Almeida Filho, 67 anos, diz que a situação não muda. “A prefeitura diz que cuida, que mantém, mas você está vendo como está isso aqui. E o povo é que sofre. O poder público deveria zelar pelo patrimônio público”. Os frequentadores também se deparam com tetos e paredes sujos, pichados e com propagandas dos mais variados tipos. O chão é imundo e cheio de terra. O teto da escada rolante que dá acesso à entrada térrea do shopping está esburacado. O cheiro de urina é forte em alguns pontos.

ESCADAS PARADAS

O motorista aposentado Rui Lopes de Araújo, 74, subia devagar e com muita dificuldade as escadas rolantes paradas. Suava ao chegar ao topo. Segundo ele, “só a misericórdia divina” para fazer a prefeitura resolver o problema. “É muito triste ver que o nosso dinheiro não é aplicado pela prefeitura em benefícios para o povo. Isso aqui é uma coisa simples de se fazer. Bastava vontade de fazer, mas não há”, critica.

O local não tinha qualquer segurança no meio da tarde. Apenas dois fiscais da Secretaria Municipal de Economia (Secon) permaneciam no local. A reportagem esteve no posto da Guarda Municipal, que fica do outro lado do pórtico, na parte de baixo, e a sala estava trancada. Nenhum guarda fazia ronda no espaço. Assim, era comum ver pessoas caminhando segurando com cautela bolsas e sacolas.

A deterioração pode ser percebida ainda pela plotagem colocada pela prefeitura na porta dos elevadores parados: a maioria foi arrancada da parede. Em alguns locais, a fiação elétrica está exposta.

A dona de casa Regina Batista, 62, também lamentou a situação de abandono do pórtico. Ela contou que certa vez viu uma senhora de muletas quase cair das escadas. “Desde que inaugurou isso aqui nunca prestou. Funcionou bem uns dois meses. Vem ano e sai ano e a prefeitura não ajeita isso aqui. Daqui a pouco vem a eleição e eles dão uma guaribada para ganhar voto. Mas depois tudo volta a ser como era”, lamenta. À noite quem ainda tem coragem de andar pelo local enfrenta a falta de iluminação, facilitando a ação de marginais. Os refletores ficam desligados porque estão sem lâmpadas.

(Luiz Flávio)

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