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Moradores se unem por mais verde e cuidados na bela e abandonada Belém

A praça do Rosário, que abriga a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, uma das mais antigas da capital paraense, foi lugar de ocupação, colaboração e pensamento sustentável na manhã deste sábado (3) chuvoso no bairro da Campina. O projeto Ve

A praça do Rosário, que abriga a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, uma das mais antigas da capital paraense, foi lugar de ocupação, colaboração e pensamento sustentável na manhã deste sábado (3) chuvoso no bairro da Campina.

O projeto Verde Cidadão, uma iniciativa do engenheiro agrônomo Daniel Oliveira, uniu-se à Associação de Moradores do bairro para um café da manhã seguido de roda de conversa, distribuição de mudas de hortaliças, sorteios e dicas de cultivo em casa.

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Adultos e crianças se revezavam entre o lanche coletivo e muita troca de informação sobre plantio, ervas medicinais, aromáticas e PANC (plantas alimentícias não convencionais).

Para a moradora Dagmar Barros, membro da Associação de Moradores e cuidadora voluntária da Igreja do Rosário, além de promover a integração entre vizinhos, o cuidado e a vontade de revitalizar os espaços públicos, e contribuir para um pensamento sustentável sobre área urbana, o encontro ainda ajuda a amenizar a sensação de insegurança que assola toda a Belém. “As pessoas têm medo de vir para cá (para a Praça) e frequentar esses espaços. É importante para afastar um pouco essa imagem”, explica a moradora.

Outra moradora, Joana Lima, conta que as ações são importantes porque inibem atos ilícitos e trazem alegria para o bairro. “A gente luta contra moinhos de vento que nos ferem, mas essas parcerias nos fortalecem”, conta Jô, como é carinhosamente chamada pelos colegas de bairro.

Também estava prevista para a programação uma apresentação musical e o plantio de orquídeas nas árvores da praça, mas a chuva intensa adiou os planos dos organizadores, que esperam repetir o evento no próximo mês.

Projeto Verde Cidadão

O engenheiro paulista Daniel Oliveira se inspirou nas ideias dos ‘Coletivos’ - grupos formados por pessoas com o objetivo de intervenção autônoma em regiões que apresentem demandas – para idealizar o Projeto Verde Cidadão em Belém.

Daniel Oliveira, o idealizador do projeto Verde Cidadão. (Foto: Thalita Garcia)

A participação no coletivo é gratuita e não é necessário inscrição prévia. “A ideia é que façamos essas atividades em sequência, ganhando colaboradores e nos reunindo mensalmente para melhorar o espaço público”, explica o engenheiro, que avisa que o sucesso da iniciativa depende da colaboração dos paraenses.

A ideia do engenheiro é seguir contagiando os outros bairros e até outros municípios com a iniciativa.

Vasos customizados produzidos a partir do conceito de upcycling. (Foto: Divulgação)

Também faz parte do projeto promover oficinas para a criação e manutenção de uma horta em casa. Quem quiser saber mais sobre as atividades e participar, pode acompanhar a página do projeto no Facebook


Grupo reunido na Igreja do Rosário após a chuva intensa encerrar o evento mais cedo.

Mais de 300 anos de história

Fundada em 1682, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que abrigou os participantes do Café do Rosário – como são conhecidos os encontros dos moradores nos fins de semana na praça – merece ter um pouco de sua história contada e valorizada pela população paraense.

Em uma visita gentilmente guiada pela voluntária e moradora da Campina Dagmar Barros, foi possível ver os detalhes que guardam a história do local.

A igreja foi erguida com o trabalho de escravos negros, na segunda metade do século 17. Em 1725, foi demolida e reconstruída com dimensões idênticas, porém, como era frequentada por muitos moradores, o governador Manoel Bernardo de Melo e Castro e o arquiteto José Landi ajudaram financeiramente na ampliação do projeto.

Podem ser vistas conservadas a fachada, janelas, que trazem rótulas de urupema, raras no Pará e consideradas símbolo da influência árabe nos costumes portugueses da época. No piso, lajotas vermelhas e um pavimento parcialmente substituído por mosaicos modernos.

A Igreja do Rosário abriga mais de 300 anos de história.

A igreja ainda detém castiçais e lanternas de prata maciça, uma tela representando a Virgem Maria e documentos manuscritos.

Mas nem tudo é beleza na história da igreja, especialmente em tempos mais recentes. No último mês, o templo cristão já foi alvo de bandidos por duas vezes. Em uma dela, o prejuízo foi de mais de quinhentos reais juntados para a manutenção do espaço.

Há alguns anos, parte da estrutura da igreja desabou, e reconstrução partiu de esforços da própria comunidade, liderados pelo padre Ronaldo Menezes, antigo responsável pela igreja.

O padre reuniu esforços também para algumas reformas do local e a conservação de imagens sacras centenárias. O objetivo, segundo a voluntária Dagmar, era construir um museu, mas o padre foi mudado de igreja e o projeto acabou parando. Mas as ações do padre junto aos moradores diminuiu o abandono e desuso da praça, que já ganhou um belo jardim.

Outra particularidade da igreja é a celebração de missas em latim, seguindo todos os ritos da tradição mais antiga, em que as mulheres adentravam a capela com a cabeça coberta por véus. As missas são sempre aos sábados e domingos pela manhã.

(Shamara Fragoso/DOL)

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