plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
NOTÍCIAS PARÁ

Carros preto e prata mataram quase 80 na Grande Belém em 2017

O ano de 2017 foi mais um período marcado pela violência com mortes de milhares de pessoas em todo o Pará. Na Região Metropolitana de Belém (RMB) essa triste realidade teve a participação de uma modalidade de execução que vem assustando a cada dia os mora

O ano de 2017 foi mais um período marcado pela violência com mortes de milhares de pessoas em todo o Pará. Na Região Metropolitana de Belém (RMB) essa triste realidade teve a participação de uma modalidade de execução que vem assustando a cada dia os moradores: o uso de carros para o cometimento de mortes e tentativas de assassinatos.

Um levantamento realizado pelo DOL, baseado somente nas publicações feitas pelo portal em 2017, mostra que 78 mortes foram causadas a partir das ações dos ocupantes de carros na cor preta ou prata, que hoje fazem parte do imaginário de terror nas ruas seja no centro ou periferia dos municípios. Junto a essa quantidade de mortes, soma-se outras 12 tentativas de homicídios. A exemplo de cinco pessoas baleadas no bairro do Telégrafo, em Belém, no mês de maio.

Vítimas foram levadas para o PSM da 14 de Março, em Belém. Crime chocou moradores do bairro (Arquivo)

É importante salientar que esse levantamento não compreende outros tipos de crimes, como as chacinas, crimes acima de três mortes em um único local, ocorridas na cidade de Belém e municípios da RMB com frequência em 2017.

Cada um dos crimes possui, além do uso do carro, a característica de ter sido usado arma de fogo. A maioria das vítimas foi apontada como envolvidas em algum tipo de crime, ex-presidiários ou foragidos, por exemplo, o que pode caracterizar o chamado "acerto de contas" e ainda aqueles que foram mortos por engano ou simplesmente por estar na companhia do alvo principal.

Abaixo, acompanhe os casos mais relevantes em que as execuções foram feitas pelos atiradores nos carros preto ou prata.

CARRO PRETO

Em suas investidas contra os cidadãos que geralmente se encontravam nas ruas dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides, os atiradores que usavam os carros de cor preta tiveram êxito contra 24 pessoas, destas uma foi uma adolescente grávida que morreu junto ao companheiro de 19 anos, no mês de junho. O caso de tamanha repercussão ocorreu no bairro do Una, em Ananindeua.

Relembre outros casos em que ocorreram crimes com carros pretos

Números mostram a violência causada pelos atiradores:


CARRO PRATA

Já os crimes em que o veículo usado era de cor prata foram bem mais abrangentes causando um número de mortes acima do dobro do carro preto.
No total, 54 pessoas foram mortas e seis gravemente feridas, conforme constataram as publicações realizadas pelo DOL no ano passado.

Como é possível avaliar, Belém é o município onde ocorreu a maioria dos assassinatos, seja com o carro preto ou prata. Somente na capital 53 homens foram vítimas das ações. Cinco adolescentes e três mulheres também foram alvos dos criminosos.

Relembre outros casos em que ocorreram crimes com carros pratas

Até as últimas horas de 2017, homens em carro prata espalharam terror em Belém e Ananindeua, cinco mortes foram registradas em 31 de dezembro.

Sem poder fazer muita coisa, aos policiais restou isolar a área e aguardar a chegada das equipes de remoção (Fernando Araújo/Diário do Pará)

LONGE DA SOLUÇÃO

É em busca de uma solução para o problema que a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará trabalha e até apresentou no mês de outubro passado um relatório entregue em Brasília às comissões de Direitos Humanos da Câmara Federal e do Senado e ao Governo do Estado as proposições para a diminuição da violência sobre as mortes em série ocorridas no Pará. Especificamente sobre a atuação dos agentes ocupantes dos carros preto e prata, a solução não parece estar muito próxima.

"A cultura da impunidade, a dificuldade de testemunhas, a fragilidade de parte de investigações e a necessidade de investimento em inteligência são as principais dificuldades encontradas para chegar aos responsáveis pelos crimes", salienta José Neto, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

SILÊNCIO

Uma outra dificuldade está em fazer testemunhas e familiares falarem a respeito do que viram nos dias dos crimes. O medo de represálias é bem mais comum do que se imagina e nos locais onde ocorreram os crimes impera a lei do silêncio. Indagada sobre o acompanhamento das famílias após as mortes, a comissão da OAB informa que até é procurada, mas não pode fazer muito diante as condições que cada um se apresenta.

"Muito medo, inclusive de expor-se após o ocorrido. Traumas e o sentimento de revolta e impunidade é assim que eles nos procuram", informou José Neto.

ATENDIMENTO

Para ter acesso aos atendimentos oferecidos pela OAB basta procurar o protocolo da instituição localizado na rua Gama Abreu, largo da Trindade, bairro da Campina, em Belém.

(DOL)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias