Mato toma conta de avenida de Belém

Uma das principais avenidas do bairro da Pedreira, a Visconde de Inhaúma, em Belém, retrata o abandono do poder público. Ao longo de toda a via, o cenário é praticamente o mesmo: mato alto no canteiro central, lixo espalhado e moradores inseguros. No trecho entre as travessas Angustura e Enéas Pinheiro, a situação é crítica. Em frente à casa do aposentado João Vieira, 74, entre as travessas Enéas Pinheiro e Lomas Valentinas, o mato tomou conta de todo o canteiro central, tanto que impede até as pessoas de caminharem por ali. “Acredito que a Prefeitura não limpa esse canteiro há mais de três meses. O mato cresce rápido, não há uma limpeza constante, por isso fica desse jeito”, aponta o morador, que reside há cerca de 30 anos no local.

Sem limpeza e manutenção do espaço, o cupim destruiu até uma estrutura de madeira que possivelmente seria de um brinquedo de praça. Lixo doméstico e até entulho como sofá, madeira e restos de móveis já se acumulam no lugar. E o problema não é de hoje. O taxista Raimundo Azevedo, 55, que trabalha há dois anos no ponto na esquina da Lomas, também morador às proximidades, conta que “a coleta de lixo não é correta, caso contrário essa situação não estaria assim”. Raimundo diz ainda que o acúmulo de sujeira atrai animais que rasgam as sacolas plásticas e saem espalhando o lixo. “É rato, mosquito, um mau cheiro terrível. Tem dia que não dá para sentar aqui na esquina”, reclama.

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Para ele, o problema poderia ser resolvido com boa vontade. “Era só limpar, fazer uma praça, uma academia ao ar livre, mas, não. Parece que é mais fácil colocar as mãos nos cofres públicos do que melhorar a vida da população. É revoltante”.

Moradores reclamam do abandono por parte da Prefeitura, que não realiza serviços de coleta de lixo na área e nem limpeza do canteiro central. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

INSEGURANÇA

No outro trecho, entre Lomas e Angustura, mais indignação. A serviços gerais Margareth do Socorro da Silva, 52, nasceu e se criou na Visconde. Segundo ela, a avenida se tornou palco de constantes assaltos a qualquer hora do dia. “De manhã cedo eu saio de casa e tem gente assaltando. À noite não se pode ficar em frente de casa. A Visconde está abandonada. Não podemos ir para o trabalho que é roubo para todo lado. Para onde vai o nosso dinheiro?”.

A Prefeitura desconhece o estado da avenida e até culpa a população. Diz ainda que a via passa por limpeza periódica e coleta de lixo.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)