Deixe as dívidas bem longe no ano que começa

Começar um novo ano endividado é uma situação que faz muitas pessoas perderem noites de sono pensando em como resolver o problema. Por mais difícil que pareça, com organização é possível reequilibrar as finanças. Mas, para isso acontecer, o primeiro passo a ser dado é fazer um levantamento completo do orçamento e, em seguida, um planejamento das finanças.

É o que orienta a educadora financeira Ana Ferrari, vice-presidente regional da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). “Planejar as finanças é saber quanto ganha, quais são as despesas do dia a dia e os valores de cada dívida, incluindo os juros de cada uma”, explica. “Você precisa separar parte do orçamento para o pagamento das despesas e a outra para pagar as dívidas”, diz a especialista. Segundo Ana, quando se está endividado, o ideal é que a pessoa faça uma redução de gastos imediatamente. “É preciso fazer uma reflexão do que gasta e adequar o padrão de vida. Por exemplo, se você não tem educação financeira, não use cartão de crédito”. Ana explica que o consumidor pode fazer uma lista com os valores em aberto, anotar o nome da empresa, quanto deve e em quantas parcelas. Entretanto, as despesas essenciais para a família devem ser priorizadas, como energia elétrica e aluguel.

Orçamento

Após fazer essa análise e saber quanto do orçamento será destinado ao pagamento das dívidas, é hora de buscar os credores para saber se poderá arcar com uma negociação. Vale ressaltar que dívidas com juros mais altos devem ser priorizadas. “Vale tentar negociar a redução dos juros com o pagamento em parcelas mais longas, mas sem comprometer as despesas do dia a dia”. A especialista lembra que quem possui montantes disponíveis como 13º salário ou valores de restituição do Imposto de Renda, a melhor opção é tentar negociar o pagamento à vista para quitar as dívidas.

Dicas para organizar as finanças

- Organizar o orçamento: o primeiro passo para sair das dívidas é fazer um levantamento completo da vida financeira: saber quanto ganha, quais são as despesas do dia a dia e quais podem ser cortadas. Coloque na ponta do lápis quanto ganha, quais as despesas diárias – incluindo as supérfluas –, quais são as dívidas e seus respectivos valores.

- Adequar o padrão de vida: o seu gasto nunca pode ser maior do que o seu salário. Uma parte do seu orçamento precisa ser destinado às suas despesas essenciais, como alimentação, moradia, consumo de água e de luz. A outra deve ser para o pagamento de dívidas.

- Evite novas dívidas: se você possui contas em atraso e não tem educação financeira, livre-se do cartão de crédito

- Renegociar dívidas: após fazer o levantamento do orçamento, é possível verificar se você terá condições de arcar com as dívidas. Para isso, precisa saber quanto deve, o que deve e quais são os juros das dívidas. Dê prioridade ao que for essencial. A dica é procurar os credores como o banco ou a administradora do cartão de crédito e tentar renegociar o que você está devendo.

- Peça descontos: tente reduzir juros e fazer pagamentos em parcelas mais longas para dívidas maiores.

- Invista na sua carreira: investir na educação pode gerar uma renda extra ou mesmo um emprego melhor. Por isso, a dica é aprimorar os conhecimentos fazendo novos cursos e especializações.

As dicas são da educadora financeira Ana Ferrari.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)