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Escola nega ter expulsado freira de casa

A escola Santa Madre resolveu se manifestar após a denúncia feita por um grupo de alunos e funcionários, de que a instituição estaria tentando expulsar uma freira que mora nas dependências da escola, que faz parte de uma congregação católica, há 50 anos.

A escola Santa Madre resolveu se manifestar após a denúncia feita por um grupo de alunos e funcionários, de que a instituição estaria tentando expulsar uma freira que mora nas dependências da escola, que faz parte de uma congregação católica, há 50 anos. Através de seu advogado, Fernando Oliveira, a escola Santa Madre negou à reportagem as acusações, e atribui a construção do muro – próximo ao quarto onde irmã Clara vive – a motivos de segurança dos alunos.

“Nossa preocupação foi apenas levantar um muro, onde entravam e saíam muitos carros, por motivos de segurança dos próprios alunos. Em momento algum ela foi impedida de entrar no local dela”, disse o advogado.

CONTROVÉRSIAS

Os denunciantes contam que os donos da escola deram uma ordem de despejo extra judicial determinando a saída da freira até o dia 13 de janeiro, e um dia depois aproveitaram uma saída de Clara ao médico, para construir um muro impedindo a passagem da religiosa ao local que está desde os 13 anos de idade. A escola nega as acusações, e cita um ofício de 2013, lançado pela própria instituição, reconhecendo e autorizando a permanência de Clara no local.

Questionado pela reportagem se a escola preocupou-se em avisar previamente a religiosa sobre a construção do muro, o advogado da instituição respondeu negativamente, questionando também o título de freira de Clara.

"Por quê teríamos que avisar ela sobre o muro na congregação? Ela não tem o poder de vetar nada e o muro foi feito num local onde não impedia o acesso dela", diz.

“Ela não têm mais a condição de freira. A congregação de onde ela veio, em Paramaribo (capital do Suriname) retirou dela essa condição, mas mesmo assim ela ainda mora lá. Não sabemos o que ela faz durante o dia e desconhecemos que ela tenha sido absolvida por outra congregação”, finaliza Fernando Oliveira.

SEGURANÇAS E TIROS NA CONGREGAÇÃO

Várias testemunhas relataram os constrangimentos vividos pela freira ao chegar em casa nesta terça-feira. Alguns relatos dão conta, inclusive, de tiros sendo disparados contra manifestantes por seguranças contratados pela escola. Silvia Letícia, uma professora da rede pública que fez parte do grupo de pessoas que se reuniu em frente ao local durante todo o dia para pedir a permanência da religiosa, contou a reportagem o que viu.

"Eles simplesmente mandaram construir um muro de concreto no portão de acesso à igreja e à casa da irmã, que ao retornar do médico com familiares que vieram de longe não pôde entrar em sua casa por onde sempre entrou. Estive no local, mobilizamos a comunidade, jovens da congregação e moradores da marambaia para apoiarem a ação de entrada da irmã em sua casa. A administração da escola permitiu a entrada delas mas proibiu a permanência da família, chamando a polícia para expulsa-los. Eles colocaram seguranças armados no interior do espaço e acionou as policias civil e militar para retirar-nos do local porque estávamos exigindo que retirassem aquele muro", conta.

Silvia relatou também as horas de aflição de Clara antes de poder finalmente entrar em casa. "Durante todo o dia esta senhorinha ficou na frente de sua casa apelando ao bom senso, pegando sol e chuva. No inicio da noite a comunidade decidiu colocar abaixo o muro e foi um conflito enorme com os seguranças, inclusive um deles apontando a arma para as pessoas por trás do muro e atirando. Mas a determinação das pessoas colocou a irmã Clara e seus familiares para dentro de sua casa. Ficamos com ela em sua casa, cuidando de sua proteção, visto que estávamos inseguros de deixá-la sozinha" explicou a testemunha.

HISTÓRIA DA ESCOLA

A escola Santa Madre, que antes chamava-se Madre Celeste, foi fundada por uma congregação das Irmãs da Imaculada Conceição, cujo quatro freiras faziam parte, entre elas as irmãs Clara e Celeste, a madre superior que deu nome a escola. Três irmãs já faleceram e apenas irmã Clara continua viva, aos 63 anos, e residindo no local, onde inclusive está o corpo de Madre Celeste.

(Igor Wilson/DOL)

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