Áreas de lazer de Belém oferecem perigo e descaso à população

O período de férias escolas é sempre muito esperado, sobretudo pelas crianças e suas expectativas pelos momentos de brincadeiras, algumas delas ao ar livre. Uma volta por Belém, no entanto, mostra que há poucos espaços de lazer em boas condições de receber esse público. Praças e parques infantis da cidade enfrentam sérios problemas de manutenção e limpeza, com muito mato, brinquedos e bancos quebrados, impossibilitando o uso.

O parque localizado na avenida Marquês de Herval, entre as travessas 3 de Maio e Antônio Baena, na Pedreira, por exemplo, em nada se parece hoje com o espaço que foi entregue em 2011. Com os brinquedos depredados e enferrujados -muitos com as correntes e barras de ferro partidas- o parque está ainda com capim alto, que ocupa boa parte do perímetro, e lixo espalhado, que torna o espaço quase intrafegável.

A dona de casa Alcinda Matos, 48 anos, conta que não utiliza o espaço e que as crianças também já não costumam frequentar o parque. “Tá completamente abandonado. Ele é vazio a maior parte do tempo”, afirma. O vigilante Jorge Souza, 30, conta que também não deixa mais seu filho pequeno, de 3 anos, usar o espaço. “Eu já levei ele, logo quando cheguei, mas ele se machucou. Caiu de cima de um dos brinquedos que não tinha apoio, sem falar que é tudo enferrujado e com prego à mostra. Não levo mais”, conta o pai.

PRECARIEDADE

Outro espaço que está em condições precárias é o canteiro que segue ao longo da Rua da Mata, entre a avenida Santarém e travessa Abaetetuba, no bairro da Marambaia. Segundo a vendedora Regiane Andrade, a única parte que ainda está em boas condições é o início da avenida, onde ficam os vendedores de comidas e afins pela parte da noite, mas por iniciativa dos próprios trabalhadores. “O resto tá do jeito que tá. Não tem nenhum cuidado. A população aqui usa por falta de opção”, denuncia.

Na Marambaia, canteiro central em estado de abandono. (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)

Em vários pedaços, o canteiro é tomado pelo mato alto que invade as calçados e até bancos. Dos brinquedos infantis, restam apenas as madeiras soltas no chão e o lixo também se acumula em vários pontos. A também vendedora Cristiane Lino, 38, conta que a responsável pelo estado do espaço também é a própria população. “O cuidado tem que começar pelas pessoas também”, argumenta.

RESPOSTA

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) afirma que enviará uma equipe até a praça da Marquês de Herval para verificar as necessidades do local. Após a visita, a praça será incluída na programação de manutenções de equipamentos urbanos, que obedece critérios de prioridades e depende de recursos para ser executada. Com relação a limpeza, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) diz que realiza a coleta regular do lixo domiciliar e entulho na Marques de Herval e também na Rua da Mata.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)