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Um lugar calmo, sem violência e com qualidade de vida na Grande Belém

Quem vive na agitação de uma cidade como Belém talvez nem imagina que pode existir um local tão próximo que oferece o oposto disso. A pouco menos de 50 quilômetros do centro da capital, Caraparu, um dos três distritos do município de Santa Izabel do Pará

Quem vive na agitação de uma cidade como Belém talvez nem imagina que pode existir um local tão próximo que oferece o oposto disso. A pouco menos de 50 quilômetros do centro da capital, Caraparu, um dos três distritos do município de Santa Izabel do Pará - este com pouco mais de 53 mil habitantes-, oferece tranquilidade e opções de lazer em meio à natureza.

Fora a tradição religiosa que movimenta bastante aquela região e atrai visitantes de vários outros locais para acompanhar a procissão fluvial do Círio de Nossa Senhora da Conceição, Caraparu é de uma grande calmaria. Também impressiona a forma como os moradores do local bem recebem quem quer que esteja curioso para conhecer o lugar. A estrutura, no geral, é das mais simples. Ruas pouco movimentadas, silenciosas e comércio quase todo fechado no fim de semana, bem como o único posto de saúde de Caraparu. O local, aliás, tem até um time de futebol próprio, o Amovic, que faz alusão à Associação de Moradores da Vila Caraparu.

É o barqueiro Jair dos Santos, 45 anos, quem leva a equipe do DIÁRIO a um passeio de cerca de meia hora sem se afastar muito das margens, muito em função da correnteza estar forte, do nível do rio estar baixo e de ser uma pequena canoa com um único remador. Nesta época do ano, para este percurso é cobrado em torno de R$ 30. Vários outros “filhos” de Caraparu também exercem a atividade. Julho é a melhor época para esses passeios, de acordo com ele. “Para eu morrer afogado um dia aqui só mesmo se for a minha hora. Conheço isso daqui tudinho desde criança”, fala Jair. Ele é dono de 15 outras canoas e rabetas que, dependendo da resistência do “comandante”, adentram até o Rio Guamá.

“Fica cheio de gente aqui, principalmente dia de domingo. É quando cobramos de R$ 100 a R$ 150 para um passeio como esse, só que para 4, 6 pessoas”, detalhou. É também no domingo que chegam carros grandes e ônibus com grupos de piquenique vindos de Icoaraci, Castanhal e outros locais próximos, que lotam o espaço.

A melhor parte do trajeto do passeio de canoa é poder sentir a mudança na temperatura. Por entre as árvores, o clima é tão gostoso que dá para esquecer do calorão que faz o pessoal que está à beira correr para o mergulho. Jair explica que no dia do Círio o percurso é tumultuado, mas que as pequenas embarcações seguem em fila indiana para evitar acidentes e, claro, deixar brilhar a imagem de Nossa Senhora, que guia o traslado de cerca de 5h rumo à igreja matriz, em terra.

Estudantes se divertem em um churrasco perto do Igarapé. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

MOVIMENTO

O DIÁRIO visitou Caraparu em um sábado, quando quase todos os restaurantes às proximidades do igarapé Caraparu estavam fechados, com exceção do maior deles, onde são servidos peixes, carnes, aves e oferece música ao vivo e acesso ao igarapé por uma escada de madeira. Há outros menores, que também estavam fechados no dia.

Os moradores afirmaram que o sábado é o dia ideal para quem quer descansar ou mesmo fazer um piquenique. “Quem vem visitar não costuma ficar para dormir. Vem de manhã, no máximo à tarde, come, toma banho e, quando começa a escurecer, vai embora”, destacou Jair.

No meio do passeio pelas águas a equipe do DIÁRIO encontrou Ednaldo Souza, 42 anos, ex-ajudante de pedreiro que virou pescador há 3 anos. Ele estava em uma das canoas de Jair, que aluga o meio de transporte para que o colega possa trabalhar. Ednaldo mora em Santa Izabel e vai a Caraparu de duas a 3 vezes por semana para pescar à noite. “Peguei mais traíra e pescada branca. Tem dia que consigo pegar vários quilos”, disse, apontando para o balde com os peixes.

Ele contou que passara a noite em uma rede atada próximo de uma das comunidades. “Ninguém mexe, não. Aqui as pessoas são boas”, afirmou. Ednaldo disse ainda que já tem compradores certos de tudo o que consegue na pescaria, vendendo a cerca de R$ 12 o quilo. Jair confirma que a criminalidade pega leve com os moradores. “Aqui o pessoal se ajuda”.

CENÁRIO PARA A COMEMORAÇÃO DE ESTUDANTES

Perto do igarapé Caraparu, um grupo de 6 estudantes de Administração comemorava o encerramento do semestre letivo. Munidos de isopor com bebidas, churrasqueira portátil com bastante comida e até mesa com cadeiras e tenda para aplacar o sol forte, brincavam ao som de muito forró.

Aldo Chagas, 35, foi quem descobriu o pequeno “paraíso Caraparu”, em uma das trilhas de ciclismo que fez. Além dele, os também estudantes Brenda Torres, 26; Aida Tavares, 21; Victória Azevedo, 19; Rafael Nascimento, 27; e Leonardo de Miranda, 22, curtiam a programação e já conversavam sobre fazer do passeio uma programação mensal, pelo menos. “Achei agradável e tranquilo, aí comecei a trazer a turma. É bom porque ninguém mexe com a gente, só pedem pra que deixemos tudo limpo, e isso a gente faz”, disse Aldo.

A tradição religiosa também movimenta bastante a região. (Foto: Fernando Araújo/Diáriodo Pará)

CÍRIO DE CARAPARU

Os devotos da pequena localidade de Caraparu já vivem a expectativa da realização do seu 99º Círio de Nossa Senhora da Conceição, no dia 8 de dezembro, que ocorre quase que inteiramente pelas águas daquela região.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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