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Belém tem um veículo para cada três pessoas

Belém, segundo o Observatório das Metrópoles, que reúne pesquisadores de todo o Brasil, é a quarta cidade do País em crescimento de frota de veículos. E não é para menos. Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de outubro deste ano, mostram q

Belém, segundo o Observatório das Metrópoles, que reúne pesquisadores de todo o Brasil, é a quarta cidade do País em crescimento de frota de veículos. E não é para menos. Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de outubro deste ano, mostram que tinham 433.044 veículos motorizados aptos a transitar na capital cuja população é de 1,450 milhão de pessoas. Existe um veículo para cada 3 pessoas em Belém. Os principais são carros de passeio,
ônibus e motocicletas.

E os problemas decorrentes de uma cidade sem planejamento de trânsito eficaz estouram pelas ruas de Belém: muitos carros e vias insuficientes. Enquanto não consegue dar uma solução para o caos no trânsito da capital, a Prefeitura, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), segue com soluções paliativas como a construção de binários, como o que foi implantado no final de setembro, nas travessas Vileta e Humaitá. Com a mudança, as duas vias passaram a ter sentido único, com a Humaitá assumindo o sentido avenida João Paulo II/Antônio Everdosa e a Vileta tendo o sentido oposto.

Essa é a terceira alteração de trânsito, com implantação de binários, no entorno da avenida Almirante Barroso, feita pela atual gestão: a primeira ocorreu com as travessas Mauriti e Estrela (anteriormente Mariz e Barros), em 2011, e travessas Angustura e Lomas Valentinas, em 2015. Ana Paula Grossinho, titular da Semob, disse que “o principal objetivo do binário é garantir a fluidez no trânsito e diminuir os congestionamentos”.

Para Rafael Cristo, consultor de mobilidade urbana, essas alterações em microrregiões servem para dinamizar o tráfego, minimizando um problema local. “A problemática de trânsito não é pontual e sim global. A questão precisa passar por um amplo planejamento, com uma política de desenvolvimento para Belém em toda sua expansão urbana, pensado de forma metropolitana”, coloca. Esse planejamento, segundo ele, deve priorizar principalmente o lado sul da cidade, onde a avenida João Paulo II, surge como uma alternativa para sair da capital.

TRÁFEGO

Rafael ressalta ainda que Belém possui umas das maiores taxas de motorização do País. Essa relação entre população e veículos, segundo ele, está vinculada a um modelo de gestão que não atende à necessidade da população.

O grande desafio, segundo ele, é fazer as pessoas sairem do transporte individual para um transporte coletivo, que precisa ser confortável e seguro. “Precisamos desenvolver políticas efetivas de mobilidade urbana, repensar o sistema mais adequado para nossa capital e para toda a região metropolitana, levando em conta que temos outros modais de transporte, como o fluvial, por exemplo, bastante rico na nossa região mas ainda não explorado”.

"A gente vem perdendo cliente por não ter espaço para estacionar nem qualquer acessibilidade nessa área”, Breno Wallace, motorista de táxi (Foto: Celso Rodrigues)

Augusto Montnegro: é muito transtorno

O trânsito em Belém anda cada vez mais devagar. Basta olhar o tráfego em horários de maior movimento em vias como a Júlio Cézar, Pedro Álvares Cabral e Almirante Barroso. E o que dizer da avenida Augusto Montenegro? Uma das principais vias da cidade, que se transformou em um cenário de transtornos por causa da interminável obra do BRT, que já dura sete anos.

O carro da reportagem do DIÁRIO levou 43 minutos para sair da redação do jornal, na Almirante Barroso com a Enéas Pinheiro, às 18h45 de uma noite de quarta-feira, até chegar na Augusto Montenegro, próximo ao residencial Parquelândia. Como ocorre cotidianamente, a situação era tensa na via, sobretudo no contorno existente bem na frente do residencial.

PREJUÍZOS
“Todo dia é essa mesma situação. Uma viagem minha que deveria durar duas horas, muitas vezes passa de três”, disse o motorista de ônibus Ernane Alves. “Não temos qualquer orientação aqui. As pessoas metem o carro de qualquer jeito, fazem o retorno proibido. Isso piorou com as obras do elevado, que começaram em junho. A gente vem perdendo cliente por não ter espaço para estacionar nem qualquer acessibilidade nessa área. Meu movimento caiu mais de 50%”, calcula o motorista de táxi Breno Wallace da Silva, 29, que faz ponto ao lado de um grande supermercado na Independência com a Centenário.

Trânsito complicado da avenida Augusto Montenegro é alvo de constantes reclamações de condutores e pedestres (Foto: Celso Rodrigues)

Nas ruas, flagrantes de desrespeito

De um lado, ruas congestionadas e flagrantes de desrespeito ao código de trânsito. De outro, motoristas estressados, apressados para chegar ao seu destino e ansiosos por uma solução para os inúmeros problemas de mobilidade urbana em Belém. A situação se torna ainda pior no início da manhã, meio do dia e final da tarde. O DIÁRIO percorreu alguns desses “gargalos”. Um dos setores mais difíceis de se enfrentar é o cruzamento da rua Gama Abreu com a Presidente Pernambuco, no centro da cidade e às proximidades de um shopping center.

Ali não existe horário: a confusão no trânsito é permanente. Nem o sinal de trânsito instalado há alguns meses no cruzamento conseguiu resolver a situação. Atravessar a pé ou transitar de carro as vias exige um grande exercício de paciência. Alguns carros de passeio e ônibus que seguem pela Gama Abreu passam pelo sinal amarelo e simplesmente fecham o cruzamento em momentos de maior movimento, permanecendo em cima da faixa de pedestres e impedindo a passagem dos veículos que vêm pela Presidente Pernambuco, parando o fluxo na região.

RECLAMAÇÃO

“Isso é comum aqui. Passo várias vezes por aqui com meu carro e sempre há o fechamento do cruzamento, seja por carros ou por ônibus, e ficamos assim como você está vendo: parados e sem poder fazer nada”, reclama o comerciante Aristides Souza, de 43 anos. A mesma cena se repete no cruzamento da avenida Visconde de Souza Franco (a Doca) com a Antônio Barreto. Os flagrantes de desrespeito às normas de trânsito são constantes. “A gente vem do centro comercial saindo do trabalho e, quando cruza a Doca, se depara com esse quadro que você está vendo aí: desrespeito total por parte dos motoristas, que avançam sinal vermelho na marra e fecham os cruzamentos ”, reclama a secretária executiva Suzy Pimentel. Já Rafael Cristo diz que para um trânsito mais saudável, cada ator deve contribuir para a circulação segura. “As normas precisam ser seguidas, com ações que garantam a integridade de todos”, pondera.

AGENTES

Nos dois dias em que a reportagem percorreu as vias citadas nesta reportagem, não foi visto nenhum agente da Semob organizando o trânsito nas vias.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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