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Estrangeiros que encontraram no Pará oportunidades para reconstruir a vida

O chef italiano Riccardo Riccio tinha 30 anos quando decidiu deixar seu país de origem para casar e morar em Belém. “Eu digo que fui eu quem a trouxe para cá, e não o contrário, porque ela não queria voltar!”, revela. 21 anos depois e há 18 à frente do co

O chef italiano Riccardo Riccio tinha 30 anos quando decidiu deixar seu país de origem para casar e morar em Belém. “Eu digo que fui eu quem a trouxe para cá, e não o contrário, porque ela não queria voltar!”, revela. 21 anos depois e há 18 à frente do conceituado restaurante Tutto que, como o nome sugere, faz o cruzamento entre culinárias de diversos países, sem fugir das raízes do proprietário, este ítalo-paraense se diz não só feliz, mas realizado com as escolhas que fez. “É claro que não foi fácil deixar tudo e vir. Eu já era chef na Itália, mas vim com o foco de abrir um restaurante, casar, ter uma vida aqui. E ganhei muitos amigos, um casal de filhos e uma relação incrível com as pessoas que passam pelo meu restaurante”.

Riccardo não é mais casado há seis anos, mas diz que nunca pensou em voltar a morar na terra natal por causa disso - embora viaje para matar a saudade dos irmãos pelo menos uma vez ao ano. “E também do meu mar e minhas montanhas”, acrescenta.

CRÍTICAS

“Engraçado é que escuto até hoje críticas por ter deixado a Itália e vir para Belém. Na verdade, hoje mais do que antes, por causa da violência, do trânsito”, afirma ele, que é natural de Marina di Camerota, na província de Salerno. Riccardo se diz um apaixonado por Belém, pela natureza da cidade e por tudo o que conseguiu construir a partir do momento em que se instalou aqui.

Ainda assim, ele desconversa quando questionado se ficará por aqui até o fim da vida. “É uma pergunta anômala, não sei. Digo agora que, neste momento, quero estar aqui. Acredito que a cidade pode melhorar, eu tenho essa esperança. Na verdade, tenho essa esperança há 21 anos. Quem sabe o que me espera? Quem sabe se até não caso de novo?”, diverte-se o chef.

Aflatoun Alnajjad está no Pará desde 2013, por força dos conflitos da Síria, e se diz grato com a vida que tem no Brasil (Foto: Celso Rodrigues)

Refugiado sírio faz sucesso com rede de lanchonetes

A vinda do sírio Aflatoun Alnajjad para Belém teve razões bem menos felizes. À época em que chegou aqui, como refugiado dos conflitos que desde 2011 tiram a paz de quem vive na Síria, chegou a dar entrevistas para a imprensa local contando sua história de dificuldades para recomeçar a vida, tendo deixado boa parte de sua família para trás. Foram várias tentativas até emplacar o já conhecido Lanche do Sírio, já com quatro unidades espalhadas pelo centro da cidade e que são administradas por ele, pela esposa, pelo irmão e cunhada.

“Aquilo ali não era mais vida, não tinha como ficar. Espero que a guerra acabe para que eu possa voltar”, diz o empresário, que está aqui desde 2013. A escolha por Belém se justifica facilmente: o irmão, com quem ele trabalha, já morava aqui há mais de 20 anos quando Aflatoun pediu refúgio.

“É claro que sinto saudades, especialmente de minha mãe, mas aqui ganhei muitos amigos e muita gente que me ajudou. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas sou muito grato com a vida que tenho hoje”, confirma.


A doutora em Matemática Midori Makino chegou ao Pará com 5 anos de idade, trazida pelos pais, e nem pensa em voltar a morar no Japão (Foto: Ricardo Amanajás)

‘Nunca pensei em voltar ou morar em outro lugar’

A doutora em Matemática Midori Makino, 67, conta que sua vinda para o Brasil e para o Estado foi uma decisão alheia à sua vontade - ela tinha apenas 5 anos de idade quando os pais deixaram o Japão para morar em Tomé-Açu, nordeste paraense, em busca de trabalho.

“Mas quando me perguntam de onde sou, digo que sou mais paraense do que qualquer outra coisa”, avisa ela, que voltou uma única vez ao país onde nasceu, em 1994, para realizar parte do seu doutorado.

“A minha vida toda é aqui. Nunca pensei em voltar ou morar em outro lugar”, confirma a docente.

Foi também aqui que ela encontrou uma forma de não se afastar das origens, ministrando oficinas de danças típicas japonesas pela Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira. “A minha casa é aqui, em Belém”, diz com orgulho.

FLUXO MIGRATÓRIO

- Professor da área das Relações Internacionais, Mário Tito Almeida cita três fatores que ajudam a entender o fluxo migratório bem -sucedido rumo ao Brasil. “O primeiro é que nós recebemos bem, acolhemos o estrangeiro, é algo cultural. O segundo é que o Brasil ainda é um país de oportunidades para quem quer empreender. E o terceiro é que às vezes as más condições de vida no país de origem não permitem que o imigrante volte”, analisa.

- Almeida ressalta ainda que certos fluxos, tipo o de japoneses e chineses, não são aleatórios, e sim estratégicos. Ele vê ainda duas correntes nesse sentido: a de pessoas que precisam sair de seus países para continuar a viver e as pessoas que deixam seus países para empreender.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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