Servidora denuncia mudança de escala e problemas na Unidade de Saúde da Marambaia

A situação caótica em que se encontra a saúde pública em Belém ganhou mais um triste capítulo: médicos da rede municipal estão tendo que cumprir uma jornada de 12h em sequência, de segunda a quinta-feira. No entanto, alguns deles por vezes interrompem o atendimento para tirar algum tempo de descanso, o que atrasa e dificulta a continuidade dos atendimentos, já que há apenas um por plantão.

Um dos locais em que a escala está sendo feita deste modo é na Unidade de Saúde da Marambaia, que atende casos de urgência e de média complexidade. Para piorar, no local faltam produtos básicos, como algodão e gaze, relatou uma servidora que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com ela, a explicação para a mudança de escala seria contenção de gastos. O dano causado, contudo, custa bem mais caro: dezenas de pacientes ficam sem atendimento ou devem se deslocar para outro bairro para conseguir uma consulta. No bairro do Tapanã, segundo a servidora, os médicos não estariam mais atendendo. Os pacientes devem então se deslocar até a Marambaia. Outro problema é a permanência no salário base de R$ 780 para alguns servidores e retirada de alguns benefícios.

Em meio a este quadro preocupante, a Prefeitura parece ter outras prioridades. De acordo com a servidora, várias câmeras de segurança foram instaladas nas unidades, dinheiro que poderia ter sido investido em produtos e outras melhorias. Ao que parece, no entanto, as câmeras são prioridade e seguem registrando o triste caso da saúde no município.

A reportagem do DOL entrou em contato com a Prefeitura de Belém para saber ter um posicionamento sobre as denúncias que disse que as escalas são readequadas com o perfil de atendimento:

"A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que as escalas médicas foram readequadas de acordo com o perfil de atendimento da Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, que possui maior demanda de atendimento durante o dia, quando dois médicos atendem o plantão. Aos finais de semana, o plantão volta a ser com dois médicos em cada turno.
Já a UMS Tapanã está com o atendimento de urgência e emergência normal, com dois médicos, não havendo necessidade da população do bairro se deslocar para outros serviços em casos de baixa complexidade.
Sobre a falta de material, a Sesma notificou o fornecedor pelo atraso na entrega das gazes. Já o algodão está com o abastecimento regularizado."

(DOL)