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Mercado informal é a saída para milhares de trabalhadores

Dos 1,4 milhões de brasileiros que saíram da fila do desemprego no primeiro semestre deste ano, 468 mil pessoas mantiveram sua renda graças à informalidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia

Dos 1,4 milhões de brasileiros que saíram da fila do desemprego no primeiro semestre deste ano, 468 mil pessoas mantiveram sua renda graças à informalidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em setembro, mostra que o trabalho sem carteira assinada foi o balizador desta geração de postos de empregos no Brasil. A prova disso é que não é preciso ir muito longe para ver pessoas na rua, prestando serviços que antes eram vistos apenas em quatro paredes.

No centro comercial, perto de feiras e de ruas com comércio forte, estão os brasileiros que fizeram da calçada seu ambiente de trabalho. Há um mês, Rafaela Angelim, 25, colocou uma mesa e cadeiras à frente de uma igreja, na avenida Pedro Miranda, no bairro da Pedreira, em Belém. A placa pendurada na parede anuncia serviços de beleza, que vão desde design de sobrancelhas até limpeza de pele. E não é porque os serviços são feitos na rua que a qualidade é diferente dos prestados em salões requintados. “As pessoas observam como trabalhamos e, mesmo na rua, exigem coisas boas”, explica Rafaela, que trabalhava em uma loja de móveis e ficou desempregada há dois anos. Neste período, ela fez o curso de estética se arriscou na carreira. “Além da flexibilidade do horário, sou dona do meu próprio negócio”, completa.

Por falta de privacidade, as clientes ficam inibidas, já que são atendidas na rua. No entanto, o preço baixo elimina a vergonha. A dona de casa Eliana Marinho, 58, reconhece que é uma questão de oportunidade. “Ela capricha. Ajudo o trabalho dela e me ajudo não gastando muito”, brinca. O serviço de retoque na sobrancelha custa R$ 10, com direto a pintura de henna e design. Em salões de beleza, o procedimento custa até R$ 60.

Anali Portilho recruta revendedoras de produtos de beleza na avenida Fernando Guilhon, no Jurunas. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

MUDANÇA DE VIDA

De reparador de carros a técnico de celular. Essa foi a trajetória de Arthur Nogueira, 27. Há 17 anos, ele trabalha na avenida Boulevard Castilho França, na Campina. Quando era flanelinha, aprendeu com um colega a fazer conserto de telefones. E foi na calçada, à beira de onde cuidava dos veículos, que Arthur colocou uma mesa e uma placa, há quatro anos, ofertando os serviços nos aparelhos. Os preços variam de R$ 10 a R$ 35. “Troco display, coloco películas, vidros, de tudo um pouco”, conta. Para Arthur, a rua foi o espaço de novos negócios. “Aprendi tudo aqui. Tenho uma renda boa, e meus clientes fiéis”, agradece. O jovem sustenta quatro filhos. Mesmo sem obrigação de cumprir horário, ele trabalha de segunda a sábado, das 8h às 18h.

Arthur segue os passos de seu pai, Renato Augusto, 47. Ele também era flanelinha e, hoje, trabalha ao lado do filho, baixando músicas em pen drive e cartão de memória. Sem limite de faixas, o serviço custa R$ 15. “Esse serviço poucos fazem. Deu certo”, completa o técnico de celular.

Apesar das dificuldades, foi em uma pequena mesa coberta com uma sombrinha, na avenida Fernando Guilhon, no Jurunas, que Ezequiel Brito, 47, fechou vários contratos de plano de saúde. Ele morava em São Paulo, onde atuava como operador de máquinas, mas ficou desempregado e voltou a Belém. Em busca de novas oportunidades, ele seguiu como vendedor, e na rua, onde deslanchou com o negócio.

Na mesma calçada em que ele trabalha, em frente à Unidade de Saúde do Jurunas, outra banca chama atenção. Anali Portilho, 37, além de vender cosméticos, recruta revendedoras de produtos de beleza e faz consultorias estéticas. Entre as desvantagens, a autônoma afirma que a maior dificuldade em trabalhar sem carteira assinada é a inexistência de renda fixa. “Cada mês conquistamos novos clientes, mas também perdemos”, conta.

(Roberta Paraense/Diário do Pará)

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