Praças Waldemar Henrique e Batista Campos sucateadas

As obras de reforma da Praça da República, no centro de Belém, finalmente chegaram ao fim na última terça-feira (14), com direito a cerimônia de inauguração e shows musicais. Entregue com atraso, no entanto, foram quase dois anos para finalizar a obra que deveria estar pronta desde outubro de 2016, com um orçamento que superou R$ 5 milhões. Outras praças da cidade, porém, continuam enfrentando problemas antigos de depredação e sujeira e seguem sem sinal de restauração.

“Venho aqui porque, em comparação às outras, é a menos pior”, critica a advogada Amanda Guimarães, 28, que passeava com as amigas e os filhos na Praça Batista Campos, na manhã de ontem. “Os brinquedos estão quebrados; a ponte, apodrecida; metais, enferrujados. Venho, mas fico apreensiva”, continua.

Sua amiga, a contadora Andreza Cerqueira, 34, conta, inclusive, que estava preocupada por estar ali com a bolsa em mãos. “Não me sinto segura aqui nem lugar nenhum de Belém”, compartilha.

A falta de manutenção aparece em várias áreas da Praça Batista Campos. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

O pintor Everaldo França, 47, mora em São Brás e estava visitando pela primeira vez o ponto turístico, mas acabou se frustrando. Sentado em um banco sem encosto, o belenense reclama da limpeza e da estrutura. “Está faltando uma reforma aqui. Tem muito o que melhorar”, acrescenta.

A coisa fica ainda mais grave quando se fala de acessibilidade. Um cadeirante, que preferiu não se identificar, estava na praça ontem e afirmou que, além de suja e com jardinagem mal cuidada, a praça é um desafio para quem tem dificuldade de mobilidade. “É muito difícil de entrar na praça. A calçada é alta e tem uma vala que impede qualquer cadeirante de ter acesso sem ajuda”, critica. “A rampa que tem é muito íngreme e eu não consigo sozinho, mesmo tendo motor. Imagina quem não tem” acrescenta. O morador aponta ainda que a falta de acessibilidade é algo padrão em toda a Belém.

Cadeirantes encontram dificuldades para se locomover. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

Outro ponto preocupante da cidade e que não parece receber a atenção da Prefeitura é a Praça Waldemar Henrique, no Reduto. Deserto, o largo só é frequentado por moradores de rua e passageiros de ônibus que descem ou sobem apressados no transporte público para não se colocarem em risco na área, considerada perigosa. A praça em si está suja e abandonada: monumento e concha acústica pichados e cheios de lixo.

Na Praça Waldemar Henrique a situação é pior. (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

RESPOSTA

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) informou ao DIÁRIO, por meio de nota, que a calçada de pedras da Praça Batista Campos está passando por manutenção. A revitalização geral em ambas as praças, Batista Campos e Waldemar Henrique, está prevista. A prefeitura aguarda disponibilidade financeira para executar os serviços.

Sobre a limpeza, a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) disse que mantém equipe fixa para varrição das praças Waldemar Henrique e Batista Campos. Varrição e coleta do lixo são serviços realizados diariamente nestes locais.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)